segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O AUMENTO DA CRIMINALIDADE EM PORTUGAL


Desde que regressei a Portugal tenho vindo a ser confrontado com as mais diversas notícias sobre a onda de violência que atravessa, hoje, Portugal, de lés a lés.
São roubos violentos, sequestros e assassinatos...
Não sou sociólogo e não me vou, aqui, deter em explanações mais ou menos filosóficas.
Mas, qual é o espanto?
O estranho é que tal não se viesse a verificar, por algumas ordens de factores.
Existe, realmente, uma crise económica no País e as pessoas, por diversas vezes sentem-se desesperadas.
Por outro lado é sabido que, em momentos de crise pessoal a saída aparentemente mais fácil passa, também, pelo consumo de substâncias ilícitas, que vai, ainda que indirectamente, agravar a situação, principalmente pelos elevados custos que implica e pelos diversos tipos de dependência que desencadeia.
Acresce que, em situação de desespero, o binómio bem/mal é relegado para segundo plano.
Por outro lado, foi evidente, a tentativa, que se veio a demonstrar irresponsável, por parte deste Governo, em cortar "a torto e a direito" na despesa pública, medida que passou, também, pelo tentativa de esvaziamento das cadeias, principalmente daqueles indíviduos considerados menos perigosos, condenados aos chamados crimes menores.
Esta medida incluiu, inclusivé, a libertação precoce de muitos condenados e mesmo a sua instalação em casa com supostos dispositivos electrónicos.
Junte-se, ainda, a redução dos termos e das causas passíveis de originar prisão preventiva.
Ouve, inclusive, uma certa desvalorização, em praça pública, da autoridade e do poder das forças da ordem, nomeadamente com a revelação de que muitos passariam por dificuldades financeiras o que levou, até, à realização de diversas greves e manifestações.
Logicamente que todas estas medidas originaram um "cocktail" demasiado explosivo.
Urge, pois, reformular a situação, desde que com medidas certeiras e correctas, que não julgo ser, até ao momento, o que está a ser feito.
Na realidade, têm vindo a ser desencadeadas mega-operações de vigilância nas estradas e ruas deste país à beira mar plantado, com o intuito, diz-se, de fazer retornar à população, a sensação de segurança.
Mas discordo, veementemente, deste tipo de medidas.
O que resultou foi mais um incómodo para a população anónima porque, essa sim, foi a que foi atingida directamente com este tipo de medidas.
Teriam sido detectados alguns, poucos casos, de pequenos delinquentes?...
Talvez.
Acho, no entanto, que o tipo de intervenção deveria ser direccionado de forma certeira, em força e assumidamente.
Este tipo de operações deveria ser dirigido, sem tibiezas, para os locais problemáticos, enfim, para a "toca do lobo", com o intuito de ferir "a besta" de morte...
Este tipo de intervenções deveria abranger os bairros problemáticos, os locais de grande consumo e contrabando de estupefacientes ou seja, todos os locais que estão perfeitamente sinalizados como problemáticos, pelas forças de segurança.
Continuar a demonstração de força sobre inocentes e anónimos, parece querer traduzir uma mera operação de cosmética, quiça com medo de encarar o problema de forma real e efectiva.

16 comentários:

FM disse...

É bom lê-lo, acredite, mesmo com outros pontos de vista, ou não.

Abraço.

BlueVelvet disse...

Embora, noutros blogs já tenha defendido este ponto de vista, e por isso ter sido criticada, assino em baixo daquilo que escreveu.
Sem tirar nem pôr.
Beijinhos, veludinhos e cetins azuis

Manuel Damas disse...

Obrigado Francisco.
:))))))))))))
Um grande abraço

Manuel Damas disse...

Um beijinho grande "blue" e seja bem vinda.

joana disse...

Professor que saudades que eu tinha de vir aqui.
Criminalidade esta cada vez pior no nosso país,e não vejo a serem tomadas medidas para que as coisas voltem a regredir nesse sentido.
Hoje em dia Até sentimos medo de por um pé fora da porta principalmente a noite,da maneira que a criminalidade esta a evoluir,ja tive a infelicidade de chegar a casa e ter tudo de pernas para o ar.
Onde vamos parar?Que medidas irão tomar?Não sabemos e por este andar acho que as coisas cada vez irão piorar.
Beijo grandeeeeeeeeeeeee

Manuel Damas disse...

Seja sempre bem vinda, Joana.
Um beijinho muito grande...

Sandra T disse...

Pois é...a solução tem sido estas mega operações dirigidas à câmara de filmar...lamentável, afinal a despenalização parece não ter reultado tão bem quanto anunciado.
Pior que tudo foi aquela "medida" de eficácia certa tomada pelo Sr. Ministro: o quase apelo aos srs. ladrões para que deixem de assaltar postos de abastecimento de combustível...ridículo!
No entanto há a acrescentar que Agosto é um mês parco em notícias porque, isto acontece quase todos os dias e não chega às televisões.

Sandra T disse...

(Perdoem a redacção, é a emoção da volta do senhor professor...)

Ita Andrade disse...

Que lástima!
Sabe que esta semana pedalava ali pelos lados da entrada da cidade e chocada observei duas viaturas e policiais armados de metralhadora no portal da cidade. A cidade é Paraty!!! Seria uma forma de recepcionar os turistas de todo o mundo? Será que voce, no seu retorno, constataria aliviado: "Paraty é uma cidade segura, ha policiais armados desde o portal". Ano eleitoral ninguem merece!
Hoje nem vou falar da saudade...nem da vontade de um abraço apertaaaaaaado, tá?!

Ricardo disse...

Eu nesse campo sou bastante radical.

Penas mais pesadas. Mão dura. Prisão perpétua. Extradição no caso de emigrantes.

E mais não digo sob pena de me acusarem de ser um radical de direita.

Porque será que este tipo de situações não acontece na Madeira?

Ricardo disse...

Welcome back Professor!!!

paulofski disse...

Boa tarde prof. Na minha opinião, e mesmo alterando a vida normal dos cidadãos cumpridores, essa operações de fiscalização devem se fazer e alargar, nem que seja para alterar essa onda de sentimento de impunidade que grassa pelo país. Há sempre um tubarão que acaba por cair na rede.

Abraço.

Manuel Damas disse...

Minha querida Sandra t...também eu tinha saudades...deste espaço, de vocês todos, de mim...
Mas, cá estou.
Beijinho

Manuel Damas disse...

Minha querida Ita...
Não fála de saudades?!
Falo eu!!!
Quantas saudades de vocês todos...
Quantas saudades de Paraty, daquelas paisagens deliciosas, da paz que aí encontrei...
Um beijo enorme.

Manuel Damas disse...

Oh Ricardo!!!
Para um homem calmo como você não lhe parece que a mão está um pouco pesada demais?
:))))))))))))))))))))))))))))))
Obrigado pelas boas vindas...
Um grande abraço!

Manuel Damas disse...

Oh Paulofski...desculpe discordar de si...
Preferia medidas mais concretas e efectivas...ir ao cerne da questão...atingir "a besta" no seu âmago porque é onde lhe doi mais.
Um grande abraço