quarta-feira, 30 de abril de 2008

JOSEF FRITZL


Josef Fritzl...
Austríaco...
73 anos de idade...
Engenheiro na reforma...

É a "ficha técnica" do homem que fez o mundo saltar de vergonha, revolta e repulsa.

"Vícios privados, públicas virtudes"...houve quem já o dissesse...

Mas regressemos a Fritzl.
Obrigou uma filha, que violava desde os 11 anos de idade, a viver em cativeiro, a partir dos 18 anos, desde o dia 24 de Agosto de 1984 e durante 24 anos!
Engravidou a rapariga 7 vezes, tendo a primeira criança nascido em 1988.
Das 7 crianças estão vivas 6.
Obrigou 3 dos filhos-netos a permanecerem em cativeiro anos e anos. Entretanto arranjou um novo estratagema, entregando os outros de forma "anónima", deixando-os ficar para serem adoptados, à porta da mulher com quem sempre viveu.
Este caso extremo, exemplo de uma galeria de horrores, ilustra e personifica um verdadeiro desequilíbrio de poderes, exacerbado, de coisificação do outro.
Assiste-se a uma nítida alteração da típica e habitual vinculação afectiva, com perturbação dos estatutos e dos papeis como são mundialmente conhecidos e definidos.
Perverte-se, de forma doentia a estrutura familiar, habitualmente em pirâmide.
Um caso a acompanhar com atenção.

VIOLÊNCIA GRATUITA...


Como é possível que uma dezena de indivíduos invada uma esquadra de polícia para agredir um outro que se encontra lá dentro?
Como é possível que isso aconteça em 2008?
Como é possível que isso aconteça em 2008, em Portugal, em Lisboa, mais especificamente em Moscavide...isto tudo perante a impotência de um único agente da PSP presente?
Será a prova de que o Poder caíu na rua e a população portuguesa assiste impávida e serena?
Ironia ou coincidência...ou talvez não, apenas quatro horas depois, um homem entrou, sozinho, no posto da PSP de Beja e fracturou a murro o maxilar do Sub-Chefe e esmurrou um agente presente...Por causa de uma contra-ordenação de trânsito, uma vulgar multa!
Apetece perguntar se já nem numa esquadra de polícia se consegue manter a segurança...
De uma forma mais consistente e séria preocupa-me o facto de todas as esquadras de polícia em Portugal terem as chamadas arrecadações de material de guerra...com pistolas metralhadoras, entre outro armamento.
E se alguém equaciona um assalto?
Improvável?
Porquê?...

PSD



Vai sendo altura de eu dizer alguma coisa sobre a situação do PSD, nomeadamente em termos de candidatos.
Porque...
Porque sou português.
Porque me preocupo com a situação de um dos dois maiores projectos políticos em Portugal
Porque sou militante do PSD há 25 anos.

Assisti atento a todos os detalhes da apresentação da candidatura de Manuela Ferreira Leite...
Li, depois, com atenção o discurso proferido...

" Não esperem de mim um campanha com espectáculo que não sei fazer!"

(Defendendo, sempre, uma postura frugal, seráfica, asséptica. Pergunto o que fará em campanha eleitoral nacional quando necessário fôr ir para o meio do povo comer a febra e a sardinha assada?)

"Não esperem de mim o uso de grandes meios de que, de resto, não disponho, nem penso serem desejáveis!"

(Um toque, subliminar a uma suposta "frugalidade financeira"!)

" O facto de se constatar que perdemos a credibilidade..."

(Um nítido ataque às lideranças anteriores, evidenciando um claro distanciamento. Esquecer-se-à MFL que foi Presidente da Mesa do Congresso do PSD durante o mandato de LFM e a convite deste?)

"Incomoda-me e muito a falta de respeito com que começam a tratar-nos..."

(Numa chamada de atenção ao PSD de outrora, que teve Sá Carneiro, que ganhou maiorias com Cavaco...)

"Um maior descrédito nas eleições legislativas poderá ter um efeito de contágio nas eleições autárquicas!"

( Perdendo o ar senatorial, austero, quase maternal, passa a adoptar a teoria do "Depois de mim o caos!")

Mas nesta apresentação de candidatura nada esteve ao acaso...
A presença de muitas figuras conhecidas, lado a lado com o povo, intuindo um toque à "união das armas!"
Não por acaso é deixado cair aos jornalistas que, na sala, se encontrava presente um irmão de Maria Cavaco Silva. Para um Presidente da República que se diz distante deste tipo de intrigas, lutas e quezílias partidárias, este toque subliminar dá um desagradável sabor avinagrado à questão!
Por outro lado quase assusta o ar austero e seráfico...
A terminar, uma chamada de atenção para o pormenor maquivélico de terem colocado MFL a discursar em frente de uma janela, iluminando-a por trás como se...surgisse, com ela, uma luz ao fundo do túnel!
Estou sinceramente convencido que MFL pode vir a ganhar esta eleição e até que poderá vir a ser um bom lider para o PSD. Não ganhará, contudo, com o meu voto!

terça-feira, 29 de abril de 2008

TERÇA-FEIRA


Para quem se queixou dos meus "gritos" de segunda-feira, aqui ficam os meus "mimos" de terça-feira!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

domingo, 27 de abril de 2008

MULHERES NO PODER


E de repente, deixaram o avental na Cozinha, passaram pela Praça para queimar o soutien e começaram a conquistar O Hospital, a Escola, a Universidade, o Tribunal, a Empresa...
Agora voltaram-se para a conquista do poder e falo das Mulheres, obviamente.
Vamos ver o que nos reserva esta nova postura na política mundial.
Mas vejamos alguns exemplos...

ALEMANHA - Angela Merkel. Chanceler alemã, com 54 anos.

FINLÂNDIA - Tarja Halonen. É a primeira mulher Presidente da República na Finlândia. Antes tinha sido Ministra dos Negócios Estrangeiros. Anteriormente tinha ocupado outras quatros pastas ministeriais diferentes. Tem 65 anos de idade.

IRLANDA - Mary McAleese. Presidente da República, sucedeu a outra mulher Presidente, Mary Robinson. É a mulher eleita há mais tempo no cargo...desde 1997. Tem 57 anos de idade.

LIBÉRIA - Ellen Johnson-Sirleaf. Primeira Presidente Africana. Eleita em 20075, tinha sido Ministra das Finanças. Tem 70 anos de idade.

ÍNDIA - Pratihba Patil. É a primeira Presidente indiana. Indira Gandhi tinha sido Primeira-Ministra. É Chefe de Estado desde 2007. Tem 73 anos de idade.

CHILE - Michelle Bachelet. É a primeira Presidente do Chile. Tinha sido Ministra da Defesa e da Saúde. Tem 57 anos de idade.

ARGENTINA - Cristina Kirchner. É a primeira Presidente argentina. Sucedeu ao marido na Presidência da República. Tem 55 anos de idade.

FILIPINAS - Gloria Arroyo. Filha de um antigo Presidente da República. É Presidente da República desde 2001. Tem 60 anos de idade.

BÓSNIA-HERZEGOVINA - Borjana Kristo. Primeira Presidente da República. Tem 47 anos de idade.

NOVA ZELÂNDIA - Helen Clark. É Primeira Ministra desde 1999. Tem 57 anos de idade.

Mas esta situação alarga-se também às pastas ministeriais...

EUA - Condoleezza Rice. Secretária de Estado da Defesa americana.

ESPANHA - Carme Chacón. A primeira mulher a ser Ministra da Defesa em Espanha.

CABO VERDE - Cristina Fontes de Lima. Ministra da Segurança de Cabo Verde desde 2006.

MOÇAMBIQUE - Luísa Dias Diogo. É a primeira mulher Primeira-Ministra de Moçambique. Anteriormente foi Ministra das Finanças. Tem 50 anos de idade.

Esperemos para ver o resultado de tais inovações...

Em Portugal a desigualdade é, ainda, gritante.

GOVERNO - 14 Ministros... 2 mulheres.
37 Secretários de Estado...2 mulheres.

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA - 230 Deputados...67 mulheres.

AUTARQUIAS - 785 Presidentes de Câmara Municipal...246 mulheres.

Veja meu Slide Show!

sábado, 26 de abril de 2008

DE 1974 A 2008 - REALIDADES DE UM TRAJECTO


DE 1974 A 2008 – REALIDADES DE UM TRAJECTO! - I


Celebrou-se o 34º aniversário do 25 de Abril.
Desde então até hoje foi longo o trajecto percorrido mas é já possível efectuar uma análise desapaixonada e imparcial sobre os avanços e recuos ccconseguidos.
A Revolução dos Cravos constituiu, sem qualquer dúvida, uma forma de Portugal demonstrar ao Mundo que era possível concretizar uma revolução sem derramamento de sangue.
Quando os Capitães de Abril decidiram avançar, no intuito de substituir uma suposta Primavera Marcelista que tinha defraudado as expectativas e conseguir, em concreto, abrir a janela da Democracia em Portugal, fizeram-no de modo desorganizado, atabalhoado e inexperiente, que poderia ter tido consequências desastrosas para população e para o País. Na realidade, a intenção era meritória e implicava, acima de tudo, devolver ao Povo o direito à cidadania, em Democracia e em Liberdade. Conseguir reorganizar Portugal, interna e externamente, voltando a reposicioná-lo nos grandes palcos internacionais era a intenção subjacente.
Trinta e quatro anos passados, muito foi conseguido mas, acima de tudo, urge, cumprir-se Portugal.
Na Educação o parque nacional de equipamentos foi redimensionado, com a construção de nova salas e edifícios, e repensados os recursos e equipamentos existentes. Foram, ainda, efectuadas diversas reformas do ensino, nem sempre consequentes, quase sempre à imagem do nome e do perfil que, a cada momento comandava a Educação. É justo, todavia, dizer que, acima de tudo, foi repensada a forma de educar em Portugal tendo sido facilitado, ainda que de fora gradual, o acesso ao Ensino, nomeadamente ao ensino universitário. Mas todo este trajecto reformista, muitas vezes executado aos solavancos, implicou erros sérios e graves como foi a extinção do Ensino Comercial e Industrial. Supostamente efectuada sob o princípio de democratização das instituições e à luz da nivelização do processo de aprendizagem, levou a uma crise enorme nos recursos humanos em termos de serviços técnicos especializados disponibilizados à população, de consequências ainda hoje perceptíveis. O erro foi posteriormente colmatado, com a criação do Ensino Técnico-Profissional e, a nível superior, do Ensino Superior Politécnico. Mas várias foram as medidas, em termos organizacionais, que cedo se demonstraram erradas e desfasadas da realidade, nomeadamente a extinção das Direcções das Escolas e o desaparecimento, a nível liceal da figura do Reitor que era a cara de topo na pirâmide da hierarquia local, entre muitas outras. Ainda hoje se tentam equacionar novas formas e modelos para uma mesma realidade, nomeadamente a nível de estatuto e de funções. Mas, também hoje, ainda se continua a tentar executar uma consistente reforma do Estatuto da Carreira Docente, integrada e integradora.
No sector da Saúde foi criado, ainda que com erros, posteriormente corrigidos, o Sistema Nacional de Saúde que, equacionando a Saúde como tendencionalmente gratuita, tentou aproximar de forma real e coerente, os recursos e a população, principalmente os sectores mais desprotegidos e carenciados. Criaram-se novas unidades de saúde, mais próximas do cidadão e equiparam-se e modernizaram-se algumas das existentes tendo, outras, sido encerradas, por obsoletas. Assistiu-se, ainda, a uma reforma do conceito de acto de Cuidar e a um repensar da filosofia do acto médico renovando, inclusive, o conceito, a estrutura, o peso e a realidade das Misericórdias. Mas a prestação dos Cuidados de Saúde ainda necessita de um mais avançado e alargado processo de renovação, nomeadamente com a institucionalização, em definitivo, do conceito de Acto Médico e uma coerente e atenta divisão dos Cuidados de Saúde Públicos, versus Privados. Urge repensar o encerramento recente de diversos estabelecimentos de Saúde que, intempestivamente, deixaram os cidadãos órfãos de Cuidados Primários.
Mas também o País, em termos geo-estratégicos, necessitou de ser repensado, nomeadamente em termos de vias de comunicação. Rasgaram-se estradas e auto-estradas incluindo a modernização e conclusão da A1 de má memória, à época a única auto-estrada nacional. Basta recordar que uma viagem de carro do Porto ao Algarve implicava, na melhor das situações, um gasto de oito a dez horas. Construídas as mais diversas vias, não foi conseguido, todavia, concretizar o processo de Regionalização e assiste-se, ainda hoje, a uma enorme assimetria regional, com um fosso consistente entre as grandes cidades do litoral e as do interior, fazendo, ainda hoje, sentir a realidade asfixiante da interioridade e seus condicionantes. Ao redesenhar da rede viária nacional sucede, hoje, o equacionar da construção de um novo aeroporto para Lisboa e a entrada em funções do TGV e inerentes alterações.
Também nos media muito foi feito, com a liberalização da Informação e a entrega, a grupos privados, de novos sinais de emissão, provocando, assim, o nascimento das televisões privadas e extinguindo o monopólio estatal. Mesmo em termos de informação escrita muito foi feito, extinguindo alguns títulos e fazendo nascer outros, quer de âmbito generalista, quer em termos de informação sectorial especializada. Assistiu-se, inclusive, ao “boom” da informação de eventos e acontecimentos sociais.


DE 1974 A 2008 – REALIDADES DE UM TRAJECTO! - II


Mas com todo este processo de evolução também a Cultura e as suas mais diversas formas de manifestação se democratizaram e generalizaram, deixando de ser privilégio de um sector elitista da sociedade portuguesa e passando a ser, muitas vezes, manifestações de massas.
Mas o País ainda hoje se encontra, maioritariamente, refém de realidades próprias e maioritárias, como sendo o Fado e o Futebol que condicionam a forma de ser português.
Assistiu-se a uma democratização da Cultura, de que foi expoente máximo a construção do Centro Cultural de Belém.
Ainda em termos de comunicação, presenciou-se o explodir das telecomunicações, com a vulgarização das comunicações móveis e a democratização do uso do telemóvel, atirando para o passado remoto a dificuldade em encontrar um qualquer telefónico público que permitisse a realização de uma chamada telefónica urgente...desapareceu, inclusive, a personagem da telefonista, tão glosada em contexto de teatro de revista que, habitualmente autoritária, interrogava ríspida, sobre o destino da chamada telefónica.
Também o acesso à Justiça e, em última instância, aos Tribunais, se tornou mais célere ainda que não seja compreensível, nos dias de hoje, o tempo desmesurado que um qualquer processo demora a chegar à barra, a ser julgado e a ser proferida uma decisão. Creio ser este um dos sectores que necessita, de forma urgente, de uma profunda revisão.
A nível Económico alguns dos grandes grupos existentes foram redimensionados, outros mudaram de mãos e outros, ainda, foram extintos, sendo rapidamente substituídos por novos rostos, siglas e estruturas empresariais, em quantidade e qualidade. É, todavia, ainda maioritário, em Portugal, o sector das PME, por filosofia e tradição muito dependente das oscilações macro-económicas mundiais, o que representa um eterno risco de sustentatibilidade. A entrada da Moeda Única foi uma medida que condicionou, sobremaneira, a economia nacional e o futuro provará que a transição não foi efectuada da forma mais correcta, tendo provocado enormes e desajustados desequilíbrios.
Também o sector Agrícola foi remodelado, repensado e redimensionado, principalmente na sequência do processo de Adesão à União Europeia sendo, todavia, um dos sectores que, na actualidade, necessita de ser revisto, em alta, uma vez que os agricultores portugueses foram praticamente dizimados pelos ventos da modernidade e pelos fluxos de fundos europeus que, geradores de uma desadequada e perigosa euforia, proporcionaram diversos erros de percurso e estratégias, nem sempre concertadas e adequadas à realidade nacional.
Mas o sector das Pescas também se viu atingido pelas aragens da inovação e da modernidade, tendo sido abatida uma grande parte da Frota Pesqueira Nacional, talvez de forma impensada e intempestiva, deixando o sector, ainda hoje, a viver momentos de crise, de angústia e de desnorte.
Também as Forças Armadas, após o impulso ocasionado pela Revolução, tiveram que ser redimensionadas e repensadas, em termos de estratégia e de filosofia de funcionamento, tendo, inclusive, sido extinto o Serviço Militar Obrigatório, com o intuito de assim se concretizar uma adequada, consistente e consequente profissionalização das Forças Armadas. Basta recordar os tempos do Conselho da Revolução, das FAP, do PREC, momentos e circunstâncias de extraordinário risco para Portugal, na sequência da Primavera de Abril que, em diversas situações, conseguiram pôr em risco o trajecto nacional na senda da Democracia e da Liberdade.
Mas também em termos sociais e culturais se assistiu a uma reengenharia de comportamentos, um reposicionar da forma de ser e estar em Sociedade, na Cultura e, principalmente, na Família. São filhos de Abril o Planeamento Familiar, num primeiro momento e, mais recentemente, a Interrupção Voluntária da Gravidez. Mas são também filhos da Revolução o reposicionar concreto da Igreja Católica na realidade nacional, com todas as consequências advenientes. Também para este processo de reforma das mentalidades contribuiu o infeliz processo de Descolonização que, implicando o regresso a Portugal, na maior parte das vezes de forma injusta e indecorosa, de dezenas de milhares de portugueses, obrigou a um repensar da modernidade. Estes milhares de portugueses regressados do Ultramar, inundaram o Continente com novas, mais despreocupadas e descomplexadas formas de agir, de reagir, de interagir, de viver, de amar.
Também aqui foram necessárias mudanças drásticas, nomeadamente na forma de vivenciar as Sexualidades, de gerir os Afectos e de integrar as Emoções.
Os conceitos de Lar e de Família tiveram que ser renovados, repensados, actualizados e integrados, com o aparecimento das novas famílias, nomeadamente com a monoparentalidade e as homoparentalidades. Foi necessário aprender a olhar, de uma nova forma nova, para a Família mas, acima de tudo, foi preciso reciclar a forma de ser e estar, de agir, de reflectir, de pensar, mais livre, mais aberta, mais moderna, mais integradora, mais atenta e real, sem estar subjugada à tríade “Deus, Pátria e Família” que, durante muitos anos, norteou o modo de ser português. Também neste âmbito se assiste, ainda hoje, à incompreensível ausência da criação e institucionalização da Educação Sexual em Portugal, ainda na actualidade condicionada e subjugada aos poderes paralelos, não oficiais.
A Mulher deixou o avental na cozinha, saíu de casa, profissionalizou-se e tomou de assalto a Empresa, a Escola, a Universidade, a Banca, o Hospital e tal facto obrigou a um novo reposicionar na Modernidade, a uma nova forma de ser Português.
Trinta e quatro anos passaram!
Muito foi feito?
Sem qualquer dúvida!
Muitos erros se cometeram?
Realmente e, em alguns sectores, imperdoáveis e de consequências ainda hoje desastrosas e dificilmente avaliáveis de forma concreta e coerente.
Muito há para fazer?
Com efeito e, talvez, até, mais do que se pensa.
Na realidade...
Urge cumprir-se Portugal!

Manuel Damas in "O Primeiro de Janeiro" a 27/4/2008 e a 4/5/2008

"SEXUALIDADES, AFECTOS E MÁSCARAS"-31ª emissão


Daqui a 30 minutos, especificamente às 0.30, irá para o ar mais uma emissão, a 31ª do "Sexualidades, Afectos e Máscaras", na Porto Canal.
O único espaço em televisão, em Portugal que, em 2008, em directo, aborda as Sexualidades e os Afectos mas, e também, as Máscaras, ainda tão em voga.
Desta vez o tema será "O 25 de Abril e as Sexualidades".
O impulso que a Revolução dos Cravos proporcionou a uma reforma de mentalidades que se impunha.
O protagonismo que os Afectos passaram a ter, legitimamente, na sociedade portuguesa.
A verdadeira reforma de mentalidades a que se tem vindo a assistir.
Mas também, e de forma assumida, o muito que há, ainda, por e para fazer.
Apareça...e participe.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

25 DE ABRIL


Passam hoje 34 anos sobre o 25 de Abril.
34 anos sobre o dia em que um punhado de homens, motivados pelos mais diferentes motivos, se uniu num esforço conjunto para tentar instaurar a Democracia em Portugal.
A tentativa de voltar a colocar nos palcos internacionais um País que se manteve, durante décadas, isolado e praticamente afastado de todas as realidades internacionais.
Se foi este afastamento que protegeu o País da II Guerra Mundial e toda a devastação consequente, foi também ele que colocou os portugueses afastados de todos os indícios de Modernidade.
Um exemplo, apenas, a ilustrar a realidade de então...era proibido beber Coca-Cola em Portugal...nem sequer existia à venda!
E foi este afastamento que provocou o enorme atraso para que Portugal acordou com as primeiras horas da Revolução dos Cravos.
34 anos depois coloca-se a pergunta que se impõe...
"Valeu a pena?"
Penso que sim.
Portugal conseguiu provar ao Mundo que era possível desencadear uma revolução, até ás ultimas instâncias, sem derrubar uma única gota de sangue.
Mas foram momentos complicados aqueles que então se viveram, com a instabilidade, com a perseguição política, com a intriga, com as tentativas de instauração de regimes ditatoriais no nosso País.
34 anos depois, penso que valeu a pena ainda que exista tanto e tanto que podia e devia ter sido feito e se mantém no báu dos sonhos...
Até quando?

"DÚVIDA"


Ontem fui ao teatro.
Fui ao Teatro Nacional S.João, ver a "Dúvida".
É sempre um prazer para mim rever aquela sala e sentir as vozes, os olhares, os trejeitos, as emoções, as vivências, as interpretações, os Afectos de quem por lá trabalhou deixando no ar, no baú do passado, o cheiro dos palcos.
É uma sala quente, com a espantosa qualidade de todos aqueles bustos e corpos em talha dourada que, fantasmagóricos e burlescos, nos fixam, testemunhas de tantas e tantas outras multidões.
Uma chamada de atenção para o facto de a sala estar lotada o que, para mim, foi uma agradável surpresa.
A "Dúvida" é uma peça da autoria do dramaturgo americano John Patrick Shanley, galardoado com o "Prémio Pulitzer" que, através de um texto profundamente dramático mas carregado de laivos de humor, consegue fazer pensar.
É uma peça datada de 2004, premiada com quatro "Tony Awards", que aborda temas perfeitamente actuais à volta da pedofilia e da sua localização no meio do clero mas, acima de tudo, é uma peça acerca da dúvida, da suposição, da suspeita, do boato e o seu ambiente preferido...as Sexualidades e os Afectos.
Como protagonistas principais da peça surgem Diogo Infante, no papel de Padre Flynn, o padre sobre quem recai a suspeita de práticas pedófilas e Eunice Muñoz a interpretar a Irmã Aloysius, a severa e intransigente Madre Superiora de uma escola paroquial, na América da década de 60.
Interpretações magistrais, a merecerem três "encores" e a proporcionarem um delicioso momento.
A não perder!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

DIA MUNDIAL DO LIVRO


Comemora-se hoje o Dia Mundial do Livro, precisamente no momento em que receio que o Livro possa vir a tornar-se um objecto em vias de extinção.
Desde 1996 que a UNESCO decidiu comemorar a 23 de Abril o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor.
Não é por acaso que este dia ficou célebre por ser o dia da morte de Cervantes e de Shakespeare.
Cada vez mais o hábito da leitura vem desaparecendo dos mapeamentos diários de cada um de nós.
Cada vez mais os jovens olham para um livro como se fosse, por enquanto, uma detestável inevitabilidade.
Creio que, em parte, a culpa é da Internet que ao democratizar e facilitar muito o acesso às coisas, abriu uma janela de oportunidade para novas formas de comunicação e de direito à informação, mais fácil, mais rápida e a menor custo, o que contribuiu para a lenta agonia do Livro.
Eu confesso que prefiro ler em Livro...
Porque é palpável.
Porque pesa.
Porque se manuseia.
Porque causa contacto físico.
Porque cheira.
Porque se pode conservar, guardar, contemplar, tomar posse..."tornar responsável" como diria Saint-Exupéry.
Mas eu sou de outra geração...
Receio que a estas novas gerações lhes seja quase imposto o corte epistemológico com a essência do Livro...o que representaria um "downgrade" em termos de formação humana.

MRIA DE LURDES RODRIGUES



"A repetência, ou o chumbo, é o elemento mais facilitista do sistema educativo!"...

Foi a Ministra da Educação que o disse.
Que, uma vez mais, demonstra que não sabe o que diz!
Interrogo-me, muitas vezes, qual a verdadeira razão da sua sustentabilidade e manutenção no cargo...mas isso são outras questões.
Regressemos à alarvidade produzida, com pompa e circunstância pela Lurdes Rodrigues...
Lida a frase, a mesma pode ser analisada em duas perspectivas.
Se fosse a minha Mãe a dizê-lo, que era Doutorada em Pedagogia por Salamanca, com passagem por Harvard, Boston e Louvaina, o significado seria que, acima de tudo, o professor é, para além de um educador, um formador e um informador e, como tal, com a função Major de tudo fazer para conseguir levar o aluno ao saber...a perspectiva esforçada.
Tendo sido a Lurdes Rodrigues a dizê-lo, significa a via do facilitismo, para quem o chumbo não existe, nem pode existir, porque o trabalho se efectua na perspectiva do cumprimento das estatísticas...vidé a dificuldade enorme em termos burocráticos que significa, hoje, o acto de querer chumbar um aluno...vidé os exames de uma suposta repescagem que, acima de tudo, mais não fazem do que conduzir o discente, "ao colo", até ao canudo, numa estratégia facilitista e inane.
Eu, enquanto professor, salvo honrosas excepções, considero o chumbo um acto de castigo pela não prossecução, devida, dos trabalhos. A decisão de considerar que não foram atingidos os objectivos.
Uma penalização.
E não considero um acto facilitista...bem pelo contrário.
Considero um acto de extraordinária dificuldade e responsabilidade chumbar um aluno.
Nunca o fiz com leveza...e muito menos com leviandade ou facilitismo.
Sempre efectuei a correcção dos exames dos meus alunos de forma transversal, pelo que costumo demorar bem mais do que os meus colegas. Faço a correcção pergunta a pergunta ou seja, cada pergunta é corrigida para todos os alunos. Assim sendo sei que uma décima de diferença entre alunos, é dada em e com consciência e noção da responsabilidade.
Fico, assim, com a noção do dever cumprido e de forma justa.
Talvez por isso, em vinte anos de docência, nunca uma revisão de provas em relação a mim, teve sucesso.
Acresce o facto de que, em 20 anos, não sei se terei tido, na totalidade, 10 pedidos de revisão de provas...
Mas isto é precisamente a prova da responsabilidade consciente...ou seja, precisamente o oposto do facilitismo.
Assim sendo, sempre tive uma elevada percentagem de chumbos às disciplinas que leccionei...justos, coerentes e assumidos.
Até porque os meus alunos sempre foram privilegiados.
Sempre tiveram acesso a todos os meus contactos...telemóvel e telefone de casa incluídos, que sempre disponibilizei na aula de apresentação.
E nunca tive qualquer tipo de pruridos em com eles ir beber um ou mais copos à noite...nem, sequer, em estar permanentemente disponível.
Precisamente por isso sempre fui considerado um professor excelente durante o ano e um (o tipo de vernáculo usado não me permite transcrevê-lo aqui) nos exames.
Mas sou-o com orgulho...
O orgulho do dever cumprido.
E assim continuarei.
Com extraordinária vaidade e orgulho no que faço e no modo como o faço.
Precisamente por isso é que, se tivesse a Lurdes como minha aluna, a reprovaria com o maior prazer...
Como forma de penalizar a incompetência e mediocridade que sempre demonstrou no exercício das funções ministeriais.
E escrevo-o com a noção correcta e exacta do que estou a escrever.
E depois o sistema pára, espantado, por as criancinhas, que o próprio sistema transformou em energúmenos, andarem a agredir os professores...mas porquê?
Na realidade o sistema ajuda e alguns pais estimulam...

domingo, 20 de abril de 2008

JANTAR DO SAM


E pronto...
Já decorreu o jantar.
Tenho de confessar que tinha muitas expectativas em relação a este jantar e, principalmente, como seria o processo de deixar cair as Máscaras de pessoas que nunca se viram mas que já muito falaram entre si.
Tinha, inclusive, o receio que o jantar se tornasse enfadonho, demasiado plástico, uma montra de esgares sem significado e sem beleza, o que implicaria uma desilusão pelas expectativas nitida e legitimamente criadas em relação às pessoas presentes como um todo e individualmente mas, acima de tudo, em relação ao próprio jantar.
Talvez até por isso cheguei atrasado...quiça pelo medo de, uma vez mais, sofrer uma desilusão num momento da minha vida em que não tenho vontade para ter mais desilusões.
Por isso cheguei atrasado 15 minutos...eu sei que foi uma falta de educação mas foi receio...
Quando entrei, já estavam mais de metade dos "bloggers" que se tinham inscrito...
Estava a Olá, o Vsuzano, o Fj, a Lisa's mau feitio, a Joana, o Mr_Rabitt, o Ricardo e a Sandra T.
Quebrado algum gelo foi a fase da troca de frases oficiais e de olhares e sorrisos que se querem cúmplices.
Logo a seguir chegaram a Mik@ e a Anita.
Depois o Francisco e a Íris...
Depois o Psimentos e, por último o Bisturi.
Estávamos todos...
Acabámos por ser 15.
Deu-se, então, o "click", o respirar fundo, e todos começámos a conversar, a deixar soltar as emoções, a começar a estreitar os laços e a tornar cúmplices os sorrisos e os gestos.
A distribuição à mesa ficou assim desenhada...

Ricardo Bisturi Anita Mik@ Lisa FJ Joana
Francisco
Íris Sara T Psimentos Eu Ola Vsuzano Mr_Rabitt

A ementa variou muito, quer nos alimentos sólidos, quer nos liquidos. Eu optei por uma Francesinha com Lombo e Ovo e bebi sangria que sei que na "Cufra" é muito boa.
À medida que o tempo ia passando, caíam mais Máscaras, já não tão superficiais.
Ia-se descascando a cebola, começando a chegar às camadas intermédias.
As conversas foram sendo entrecruzadas com gargalhadas e com fotografias.
Depois chegou o telefonema da Maria José a desejar um bom jantar a todos.
As conversas fluiam por fim, sem um fio condutor, apenas porque apeteciam, apenas porque sim...
Falou-se de tudo um pouco e, obviamente, também se referiram os ausentes, nomeadamente aqueles que, por mais próximos, a falta se fez mais sentir.
Quase ninguém optou por sobremesas excepto a Lisa's mau feitio que num diálogo surreal com o empregado me fez chorar a rir...

Sr. Manuel- Já escolheu a sobremesa?
Lisa- Tem pudim?
Sr. Manuel- Claro, minha senhora...
Lisa-É caseiro?
Sr. Manuel- Aqui na casa é tudo caseiro.
Lisa- Tem a certeza que é caseiro?
Sr. Manuel- Tenho.
Lisa-Então não quero!

Este foi um inocente exemplo do ambiente informal, amigo, tranquilo e quase cúmplice em que decorreu o jantar...Uma delícia.


Mas houve, também, tempo e oportunidade para desabafos, trocas de ideias e esclarecimentos.
Tenho que salientar uma atitude que marcou, pela originalidade e pelo Afecto...logo de quem se diz não ser de Afectos...
O Bisturi ofereceu-me um bisturi gravado com uma dedicatória e a data do jantar e à Olá é à Lisa's uma pulseira da Luta contra o Cancro da Mama.
Foi um bonito momento, a marcar a diferença.
Obrigado Bisturi!
Tomados os cafés e paga a conta, gentilmente dividia pelo "psimento"...momento estranho para um tipo de Psicologia...normalmente estes gerem os sentimentos mas costumam ser um caos na gestão doméstica...
De seguida foi uma corrida para os carros porque havia mesa reservada no Vice-Versa e o Francisco tinha pedido que não chegássemos tarde...Fui o último a sair e ainda fui à bomba de gasolina meter gasóleo...Acabei por ser o primeiro a chegar...há quem diga que o meu carro voa!
Depois, foi uma noite de "karaoke", sempre regada a caipirinhas pretas e com fotografias tiradas nos melhores momentos...

Meninos e Meninas...eu não tenho nenhuma fotografia para postar aqui...logo que comecem a aparecer nos "blogs" vou-me fartar de fazer pilhagens!

-E como decorreu o karaoke...estarão todos a perguntar.
-Correu bem, obrigado.
-E?
-E?...
- Sim...e quem cantou em palco?
-Ah...
-Isso...
-Bem...
-Todos...
-Sim, todos. Já disse.
- Obviamente que eu também cantei...um lindo dueto com o Ricardo Moreira...um tema do Marco Paulo..."Mexe e remexe"...um mimo do Francisco que escolheu a música mais adequada, segundo ele, para mim...Uma delícia, este Francisco!
E houve mais duetos célebres, como o do Vsu com o Mr_Rabitt e o da Lisa com a Olá.
:))))))))))))))))))))))))
Eu disse que todos cantámos mas tenho que confessar que o FJ, o Psimento, a Joana, a Mik@ e a Anita conseguiram escapulir-se.
Recebi, ainda, um Diploma do Vice em que todos os "bloggers" deixaram uma mensagem, carregadas de Afectos.
Depois foi o brinde...e o regressar a casa, mais contente, mais acompanhado, mais alegre, mais realizado, mais acarinhado e mais feliz.

OBRIGADO!

sábado, 19 de abril de 2008

PORTUGAL URGE!


Tencionava escrever sobre a grotesca decisão do Tribunal ao sentenciar um dos assassinos de Gisberta apenas a oito meses de prisão domiciliária e o seu significado.
Tencionava perguntar se oito meses representam, em Portugal, em 2008, o preço de uma vida humana, da vida de alguém que apenas quis ser feliz.
Tencionava tentar compreender como é possível que um grotesco processo de tortura a um ser humano, refém, sequestrado e vítima de sevícias repetidas no tempo, ao longo de vários dias, por um bando de assassinos, seja ilibado. Libertar doze dos assassinos, com o único argumento da falta de idade é, para mim, incompreensível. Deixá-los livres para praticar outras sevícias e sentenciando apenas um, à obscena decisão de prisão domiciliária, no recanto do lar, em tranquilidade e paz, durante oito meses é pornográfico. Proteger o assassino, com esta decisão, dos olhares e das críticas da população é um acto que preciso de compreender, para conseguir manter a minha sanidade mental e, acima de tudo, a confiança no sistema judicial português.
Todavia, a crise que rebentou no Partido Social Democrata, o maior partido da oposição, obrigou-me a rever as prioridades.
O PSD é um partido com vocação de poder, com história, com passado, com presente e, quero crer, com futuro.
O PSD faz parte do património histórico de Portugal.
Estou à vontade para o escrever porque já assumi, nos mais diversos contextos e em diferentes momentos, que sou militante do PSD há 25 anos, obviamente por opção e claramente por devoção.
Precisamente por isso, sinto-me no dever e na obrigação de, neste momento, dar o meu contributo aquele que o embaixador José Augusto Seabra uma vez chamou “uma manta de retalhos em termos ideológicos” e que eu defino como sendo o partido mais português de Portugal. Se o PS tem como matriz ideológica o Socialismo, o PCP o Comunismo e o CDS a Democracia Cristã, não se consegue arranjar facilmente uma base ideológica, uma doutrina política capaz de sustentar aquele que é, ainda, o maior partido da oposição.
Só assim se compreende a repetida oscilação ideológica do Partido Social Democrata, consoante cada liderança, ao sabor da estratégia delineada pela Direcção em exercício. Também por isso o PSD é, na minha perspectiva, a força política em Portugal mais dependente da sua liderança.
Só assim se compreende o estado actual do PSD e, acima de tudo, a etiologia da crise que se instalou.
Como é possível que uma liderança dure apenas seis meses?
Dir-me-ão que esta nunca foi uma verdadeira liderança porque bicéfala... porque desde cedo evidenciou falta de carisma, ausência de um projecto mobilizador, integrador, unificador e motivador, inexistência de uma ideia concertada para o partido e, acima de tudo, para o País...
E eu sou obrigado a concordar!
Conheço Luís Filipe Menezes há muitos anos e sempre o considerei um homem sem carisma. Um político de terceira ou quarta linha, detentor de uma desajustada vocação para a vitimização...Basta recordar aa vezes que se demitiu, antecipadamente, da Direcção da Distrital do Porto do PSD, quase sempre com a argumentação da ausência de condições para continuar e, simultaneamente, as vezes que, em consequência, se vitimizou e, após “doloroso processo de reflexão”, aceitou reconsiderar e candidatar-se, sempre com “enorme sacrifício pessoal”. Não será necessário recordar a dramática imagem de LFM , vaiado no Congresso Nacional do PSD de tão triste memória em que lançou o “Sulista, elitista e liberal”. Nem sequer será necessário rever a campanha que em consequência foi orquestrando, deixando cair nos jornais e revistas pormenores quase obscenos do seu “enorme sofrimento”, do “desgaste emocional” que foram os minutos seguintes à derrocada e da sua luta, nas instalações sanitárias, com a dor e o sofrimento, as “lágrimas a escorrer pelo rosto”, verdadeira literatura de cordel, autêntico argumento cinematográfico de terceira qualidade de um qualquer produtor independente.
Um líder não se cria com estas estratégias...
Este perfil seria, sempre, inadequado a uma liderança, ainda por cima na oposição e perigosamente bicéfala, por ter como “compagnon de route” o “monstro” da comunicação, o “príncipe” dos media que dá pelo nome de Pedro Santana Lopes.
Obviamente que Filipe Menezes seria totalmente pulverizado!
Mas, principalmente, por culpa própria.
Recordemos a quantidade de declarações sobre os mais diversos temas, quantas vezes de sentido contrário, produzidas com o intervalo de horas, no máximo de poucos dias, sobre os mais diversos assuntos, gerando uma imagem de total ausência de “fio condutor”...o percurso errático e a imagem subliminar de quem não sabe o que quer...hoje vermelho, logo azul, depois verde.
A dramática estratégia de, acima de tudo, aparecer, ser lido e falado, a qualquer custo, sem responsabilidade nem maturidade, de que são exemplo, entre muitos, as declarações sobre a publicidade na TV, o Sistema Nacional de Saúde, os Professores e, qual cereja em cima do bolo, o caso Câncio...
Esta postura, esta linha de comportamento acabou por destruir aos olhos da opinião pública a imagem, já por si desgastada, fragilizada, descredibilizada, que esta Direcção não conseguiu reverter, fazendo implodir este debilitado projecto de liderança.
Em questões de governação a população não aceita tibiezas, falta de credibilidade e de idoneidade.
Mas a história comprova que o PSD sempre foi capaz de renascer das cinzas, após todos os dolorosos processos de crise de que foi vítima.
Urge pois, que de forma rápida mas transparente, todos aqueles que representam ou consubstanciam alternativas se apresentem, com sentido de responsabilidade.
Mas não me parece credível que, uma vez mais, LFM se deixe envolver por uma qualquer onda de fundo, redentora, que o tente levar a reconsiderar a demissão. LFM é uma personagem de mediana estatura política, sem capacidades messiânicas, ainda que um excelente Presidente de Câmara...de Gaia, e para aí deve regressar...com calma e tranquilidade, sem rancores. Mais um golpe de teatro, uma outra manobra de bastidores, tão ao gosto do estilo dramático-espalhafatoso de LFM poderia ter consequências dramáticas para o partido e, acima de tudo, para o País. Urge que, rapidamente, se perfilem todas as alternativas, porque Portugal espera mas não quer desesperar. É o momento de todas as opções serem equacionadas.
O País exige, do PSD, uma alternativa sólida, madura, consciente e consistente, corajosa e empreendedora, transparente e séria, assumida, credível, sem messianismos.
A essa solução Portugal aderirá, sentindo que, finalmente, a esperança renasceu.
A oportunidade não poderá ser desperdiçada...uma vez mais!
Porque Portugal urge!
Manuel Damas in "O Primeiro de Janeiro" a 20/4/2008

Keiko Matsui - Water Lily

Uma delícia que "pedi emprestado" ao "watermade". Obrigado pelo momento de extraordinária tranquilidade que me proporcionou.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

I JANTAR DO "SEXUALIDADES, AFECTOS E MÁSCARAS"


Faltam menos de 24 horas para o I Jantar do "Sexualidades, Afectos e Máscaras", a ter lugar no restaurante "Cufra", no Porto, na Avenida da Boavista, na esquina com a Rua do Pinheiro Manso.
Será, com efeito, amanhã às 19 horas.

Até ao momento recebi inscrição dos seguintes SAMeanos e SAMeanas...

Olá
Vsuzano
Bisturi
Prof
Mik@
Joana
Mr_Rabitt
Francisco-FM
Iris de Luz
Lisa's maufeitio
Ricardo
Sandra T
Anita
e...
...
Obviamente eu!
:))))))))))))))))))
estamos 14...
Sugiro que verifiquem a lista e a completem caso haja algum erro.
Muitos responderam a alegar imponderáveis.
Outros ainda nada disseram...
Para todos os efeitos a lista de inscrição ainda está em aberto e só a fecharei amanhã de tarde.

"SEXUALIDADES, AFECTOS E MÁSCARAS"-30ª emissão


Dentro de algumas horas, mais especificamente às 0.30 irá para o ar, na Porto Canal, mais uma emissão, a 30ª, do "Sexualidades, Afectos e Máscaras".
De repente apercebo-me que já foram para o ar 30 emissões, em directo, do programa e outras tantas em diferido.
O que significa 60 horas de televisão...a dimensão que isso significa?
Hoje será a 2ª parte do tema "Pornografia"...porque ainda muito ficou por dizer...
O "voyeurismo"...
O lado "dark" da pornografia, com a sua associação às toxicomanias, e alcoolismo incluídos...sem poder esquecer o tráfico de carne branca e de armas, subliminares.
Mas também o papel pedagógico e terapêutico da pornografia.
Mais um tema fracturante, para ser abordado em directo, sem falsos pudores, respondendo a todas as perguntas colocadas, em ambiente de tertúlia.
Apareça e faça-se ouvir.

LUIS FILIPE MENEZES


Tive o telemóvel desligado porque aceitei um simpático convite para ir ver, pela segunda vez, a fabulosa peça de teatro "Paranormal", com a interpretação magistral de Joaquim Monchique e que aqui já comentei longamente, a primeira vez que a vi.
Precisamente por isso, ainda mal refeito das várias gargalhadas que dei, quando liguei o telemóvel, tinha a caixa de mensagens cheia com sms a relatarem-me o sucedido...

"Luís Filipe Menezes demitiu-se!"

Oh não! Pensei de imediato.
Mas um "oh não" diferente daquele que eventualmente estarão a pensar.
Conheço Luís Filipe Menezes há diversos anos e, precisamente por isso, sempre me abstive de emitir críticas mais contundentes, para não ser acusado de parcialidade.
Apenas uma vez critiquei sem qualquer modéstia o errático percurso de Menezes.
Sempre o considerei um personagem de mediana estatura política, ainda que um excelente Presidente de Câmara...para Gaia!
Mas esta demissão fez-me recordar diversos outros momentos, diversas outras estratégias, a que já assisti, há muitos anos...
Espero, sinceramente, que esta demissão seja para valer!
Espero que a esta demissão não se siga uma qualquer onda pseudo popular de levantamento a santificar quem de santo nada tem e a exigir o regresso de uma figura messiânica que não o é nem tem qualidades para o ser.
Espero, por outro lado, que este não seja mais um golpe de teatro, muito ao gosto do estilo dramático-espalhafatoso que LFM tanto gosta de usar em momentos cirúrgicos...Não gostaria de assistir, uma vez mais, a tão falhada fuga para a frente... o PSD não o mereceria, muito menos os seus militantes e o próprio País não está psicologicamente preparado para receber mais uma machadada por parte de um responsável público.
A história já provou, de forma desmesurada, que D. Sebastião se quedou, definitivamente, em Alcacer Quibir e nenhuma sua réplica de lá escapou.
Urge, por outro lado, que rapidamente se perfilem as alternativas dignas e condignas porque o país espera e não quer desesperar porque isso, já o Governo quase conseguiu.
É altura de que todas as alternativas que se perfilam avancem...ou se calem para sempre!
É a hora!
O País merece, urgentemente, uma alternativa sólida, madura, consciente e consistente, corajosa e empreendedora, transparente e séria, sem avidez pelos palcos ou pelo mediatismo. A essa solução, o País aderirá fazendo, finalmente, renascer a esperança...
Que não se desperdice a oportunidade...uma vez mais!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

GISBERTA=8 meses!


Fantástico!
Delicioso!
Pornográfico!
Escandaloso!

8 Meses!
8 Meses é quanto vale a vida de um ser humano!

Mas não será quanto vale a vida de um ser humano dito "normal", acredito!
Serão apenas 8 meses porquê?
Por ser travesti?
Por ser brasileiro?
Por ser homossexual?
Por ter SIDA?
Por ter tuberculose?
Por se andar a prostituir nas ruas?
Por ser toxicodependente?
Por não ter tido forças nem coragem para se defender de um processo de tortura maquiavélico e perverso que o levou a ser afogado, num ritual orgiástico de tortura efectuado por 13 monstros?
8 Meses?
8 Meses é o preço que custa uma vida humana?
É que se é condenado a 8 meses de prisão, ainda por cima domiciliária, um animal, qual BESTA, que durante 4 dias se entreteve a torturar, acompanhado por uma dúzia de outras bestas, pelas formas mais diversas, um outro homem de nome Gisberto, que um dia sonhou que seria feliz em conseguir ser Gisberta...
Então...

Então isto é tudo uma MERDA e, pela primeira vez na minha vida de 47 anos de existência...

NESTE MOMENTO TENHO VERGONHA DE SER PORTUGUÊS...

É FARTAR VILANAGEM!


A semana que passou foi um autêntico "bodo aos pobres" como soi dizer-se!
Foram efectuados verdadeiros milagres a fazerem lembrar a Rainha Santa Isabel e o seu colo surpreendentemente cheio de ofertas.
Senão vejamos...
De uma assentada...

- 740 milhões de euros para auto-estradas na Região Centro
- 80 milhões de euros para o Plano de Acção do Litoral Norte (integra os Municípios de Esposende, Viana do Castelo e Caminha)
- 33,3 milhões de euros para investimentos em 31 Centros Educativos na Região Centro

Hum...
É fartar vilanagem!...
Não!
Não sou contra o investimento e, muito menos, contra o desenvolvimento.
Apenas pergunto, de forma inocente...de onde vieram todos estes milhões?!
Então não estivemos três anos com a corda ao pescoço?
Estivemos porque, pelo menos a mim, ainda me doi...
É o QREN?
Nahhhhh....
O QREN não é a 100%. Exige uma grande quota parte de investimento nacional.
Assim sendo, de onde vem a fatia portuguesa?
Ou será que voltamos a enfiar o barrete para, após os 3 actos eleitorais que se avizinham, ficarmos, de novo, de corda ao pescoço?!
É que eu, de Egas Moniz, nada tenho...e, para esse peditório já dei, sem me terem pedido, nos três últimos anos!
Se for para "fartar vilanagem!" que não seja nem com o meu dinheiro, nem com o meu esforço...ainda por cima obrigatório!
E eu tenho um dedito que adivinha!
E sei que vai ser mesmo para fartar vilanagem!
Não é por acaso que este QREN está a ser direccionado para infra-estruturas em vez de ser para desenvolver e apoiar o investimento sustentado do tecido empresarial português.
Vamos, de novo, desatar a construir auto-estradas, coisa que a Irlanda apenas agora começou a fazer...agora que já acha que apoiou de forma consistente e sustentada as empresas irlandesas.
Mas aqui pelo burgo, nós que somos inteligentes, achamos que não é assim.
Como tal, há que construir mais auto-estradas.
E depois?
Hum...
Mais investimento público.
Hum...
Depois...o próximo senhor que venha e feche a porta, se a houver!

"TERÁ A SEXUALIDADE PRAZO DE VALIDADE?"


Mais uma intervenção que se tornou passado.
Falo da conferência que apresentei intitulada "Terá a sexualidade prazo de validade?" no decurso do Seminário
"Na rota do envelhecimento rumo à velhice", organizado pela Junta de Freguesia de Paranhos, no Porto.
Sala completamente cheia.
Ceca de 300 pessoas a assistir.
Foi, mais uma vez, oportunidade para fazer pedagogia, agora especificamente na área das Sexualidades e dos Mais Velhos.
E comecei precisamente por aí, anunciando que vinha falar de "Velhos" e de "Sexo"...
"Velhos" porque não me escondo atrás de designações pomposas como "Gerontes, Idosos, 3ª Idade, 4ªIdade". São Mais Velhos porque têm mais idade...tão só e apenas. E tal facto não tem que ser castrador, até porque é apenas um dado morfobiológico.
E de"Sexo", enquanto manifestação de Afectos.
Aproveitei para anunciar que a Sexualidade não se gasta nem se gosta e, como tal, os Mais Velhos têm, também direito à Sexualidade, aos Afectos, ao Prazer, ao Orgasmo!
Ser Mais Velho não tem que ser sinónimo de deserto afectivo.
Ser Mais Velho não tem que ser sinónimo de ternura e de carinho, em exclusividade.
Ser Mais Velho é ter direito a ter orgasmos, em dignidade!
Ser Mais Velho é ter direito a amar e ser amado.
Ser Mais Velho é ter direito a desejar e a ser desejado.
Ser Mais Velho é ter direito...a Ser!
Foi uma outra oportunidade para tentar destruir mitos.
Tudo isto porquê?
Tudo isto porque a Cultura e a Sociedade defendem que os Mais Velhos não têm direito ao prazer...
Quando, na maior parte das vezes, até o desejo e a capacidade de desempenho estão conservadas...
Assumi as alterações anatomo-fisiológicas que a idade impõe a ambos os sexos, tendo-as enunciado, inclusive.
Mas também não as dramatizei!
Apresentei as doenças e as incapacidades que condicionam, efectivamente, o desempenho, em termos de Sexualidades.
Citei muitos dos medicamentos que, só por si, condicionam a qualidade do desempenho.
Enunciei, por fim, as novas estratégias de comportamento, a nível pessoal e a nível relacional, assim como em Família e na Sociedade.
E terminei dizendo que a Sociedade não pode continuar a ser um factor desculpabilizador para estereótipos e comportamentos errados até porque...a Sociedade somos todos nós.
Pela quantidade e qualidade dos aplausos percebi que tinha conseguido o que me propunha.
Mas a cereja do bolo estava guardada para o fim...
Uma entrevista de 5 minutos, aproximadamente, para a RTP 1, a transmitir brevemente, integrada numa grande reportagem sobre Divórcios na 3ª Idade.
Este foi um dia que profissionalmente correu bem.

CHARLTON HESTON


O ator americano Charlton Heston, cujo verdadeiro nome era John Charles Carter, faleceu domingo na sua residência de Beverly Hills, em Los Angeles, aos 84 anos.
Heston estava afastado do cinema há alguns anos, pois sofria desde 2002 de uma doença neuro-degenerativa.
O ator ficou famoso por interpretar papéis como o protagonista de “Ben Hur”, de William Wyler, pelo qual recebeu o Oscar de melhor actor, e como Moisés no filme “Os Dez Mandamentos” de Cecil B. DeMille, filmes que fazem parte das minhas memórias de infância.

"Ben-Hur" foi o primeiro filme que fui ver à noite, ao cinema, acompanhado pelos meus pais.
Este rol de filmes épicos, fizeram história numa determinada época na filmografia mundial e enchem o imaginário infantil de muitos de nós.
Prefiro, sem hesitações que o meu passado esteja pleno de recordações tipo "Ben-Hur" do que com jogos de Playstation.
Heston apresenta uma extensa filmografia, tendo participado em cerca de 60 filmes.
Mais tarde Charlton Heston apareceu no "O Planeta dos Macacos" e no "O Último Homem na Terra".
Recentemente voltou a ser notícia, por ser presidente de honra da "National Rifle Association" a associação americana de defensores do uso de armas, o que o fez aparecer no documentário “Bowling for Columbine”, sendo entrevistado por Michael Moore.


Deste modo desaparece mais uma das figuras míticas de Hollywood.

terça-feira, 15 de abril de 2008

I JANTAR DO "SEXUALIDADES, AFECTOS E MÁSCARAS"


Depois de muito reflectir, venho propor-vos que o I Jantar do "Sexualidades, Afectos e Máscaras" decorra no restaurante "Cufra", na Avenida da Boavista.
Porque é um restaurante muito conhecido e de fácil localização, tendo, inclusive, um parque de estacionamento próprio.
Porque tem uma excelente cozinha que se desloca desde os práticos típicos e com sabor caseiro até às francesinhas e aos mariscos.
Porque tem duas amplas salas que permitem estar à vontade.
Porque tem bom ambiente sem ser, todavia, um restaurante da moda.
Porque só fecha às duas da manhã.
Porque a ementa e serviços implicados não são caros, bem pelo contrário.
Assim sendo, decidi optar pela "Cufra"!
E pronto...está desvendado um dos tabus relacionados com o I Jantar do "Sexualidades, Afectos e Máscaras".
Antes de terminar, penso que faltam entrar diversas inscrições pelo que sugiro, de novo, que me enviem as inscrições para o e-mail que já indiquei porque vai ser necessário efectuar uma reserva com o número mais concreto possível de participantes.

TERÁ A SEXUALIDADE PRAZO DE VALIDADE?


Amanhã estarei presente no Seminário "Na rota do envelhecimento rumo à velhice", organizado pela Junta de Freguesia de Paranhos, aqui no Porto.
Irei participar com uma conferência intitulada "Terá a sexualidade prazo de validade?"
Será uma outra oportunidade para fazer pedagogia, agora especificamente na área das Sexualidades e da terceira ou mesmo da quarta idade como agora já é moderno dizer-se.
Será oportunidade para tentar destruir mitos como o de que nos mais velhos a sexualidade tem de se direccionar, em exclusivo, para o carinho, sendo permitido, no máximo, na mente de quem observa, aceitar que um idoso lhe apeteça um beijo, cálido na testa, logicamente. Tudo para além disso não lhe é permito pela sociedade e pela cultura.
Quando muito, em dia de festa, um beijo nos lábios, jamais na boca, do companheiro ou da companheira.
E pronto.
Assim impõe a sociedade...
Impensável será equacionar que um velho tem direito ao prazer, ao desejo, ao orgasmo, à penetração, à masturbação e aos mais diversos tipos de actividade sexuais...
Tudo isto porquê?
Tudo isto porque a Cultura e a Sociedade defendem que os mais velhos não têm direito ao prazer...
Quando, na maior parte das vezes, até o desejo e a capacidade de desempenho estão conservadas...
Sobre isso, e muito mais, falarei.

PRÉMIO "LICENSED TO LOVE"...

A @nn@ do LIsbo@ P@ris Lisbo@ criou um prémio personalizado para mim que achei uma delícia e me fez, em simultâneo chorar e rir, numa confusão de sentimentos.
Chorar porque achei uma meiguice...nunca ninguém até hoje tinha tido tal gesto de meiguice.
Rir à gargalhada porque achei o desenho de uma fantástica originalidade e, em simultâneo, de uma ironia fina e acutilante...está tudo lá.
Assim sendo e porque sei reconhecer as atitudes meritórias e acarinhá-las, este Prémio passará a ter lugar de destaque...aqui no blog e no meu coração.
Obrigado, @nn@

Prémio "Licensed to Love"...

CASA da MÚSICA


Este fim de semana decorreram as comemorações do 3º aniversário da Casa da Música (CdM).
Um dos pontos altos das comemorações, a que tive o prazer de assistir, foi o concerto, no Domingo, às 18 horas, na Sala Suggia e que teve como protagonistas Maria João Pires ao piano e Pavel Gomziakov ao violoncelo.
Se Pavel é um intérprete de excepção, Maria João Pires é uma virtuosa.
O repertório foi, na totalidade e em exclusividade, dedicado a Fryderik Chopin.
A Sala Suggia, lotada há mais de um mês, vibrou em diversos momentos e demonstrou que, a programas de elevada qualidade, o Porto adere em quantidade e qualidade.
Foi um fim de tarde delicioso a lembrar tempos aúreos.
Um elogio para a CdM...
Ao fim de três anos de actividades, contabiliza 2600 eventos organizados e 1.130.222 entradas.
Só em 2007 a Casa promoveu 1450 eventos, evidenciando uma avidez em iniciativas, a todos os títulos louvável e de grande qualidade.
Só no 1º trimestre de 2008 a CdM já conseguiu um aumento de 30% no número de espectadores, a demonstrar que, apesar do êxito conseguido, a estratégia não é ficar à sombra dos louros recolhidos.
Parabéns!

domingo, 13 de abril de 2008

TEATRO NACIONAL S.JOÃO


Foi depois da meia-noite de 11 de Abril, mas há 100 anos, especificamente em 1908 que as chamas devoraram o principal teatro do Porto.
Era o Teatro de S.João, que tinha sido inaugurado 110 anos antes, em 1798, como resposta do Norte à inauguração do Teatro S.Carlos em Lisboa.
Reportou "O Primeiro de Janeiro" à época...

"Pela meia-noite, ao mesmo tempo que as máquinas de incêndios nos passavam à porta, velozes, rebentava n'esta redacção a desolante notícia de que um violento incêndio lavrava no Teatro de S.João. E dentro de poucos minutos, as rubras lavaredas, espreguiçando-se no espaço de envolta com densos novellos de fumo, deram-nos a triste convicção de que, a despeito dos esforços dos bombeiros, em poucas horas nada restaria do nosso primeiro teatro. A cidade moveu-se d'alarme, correndo milhares de pessoas para a Batalha(...)Um murmúrio de pesar escapava-se de todas as bocas. Quando o nosso jornal entrar em circulação, daquelle autêntico templo d'arte - onde radiaram tantas glórias da scena lírica durante duas ou três gerações -, não haverá mais do que esboroadas e derruídas paredes".

O Teatro de S.João foi denominado Teatro do Príncipe, em homenagem ao Príncipe D.João, que viria a ser o Rei D.João VI.
Posteriormente passou a ser conhecido por Real Theatro de S.João e, depois, apenas por S.João.
Foi construído por iniciativa de D.Francisco de Almada e Mendonça, sendo autor do projecto o arquitecto italiano Vicente Mazzoneschi. No mesmo local foi, depois, construído um novo teatro, projectado pelo arquitecto Marques da Silva e inaugurado a 7 de Março de 1920.
Hoje o actual Teatro Nacional S. João foi adquirido pelo Estado em 1992, tendo reaberto ao público, após obras de restauro, a 16 de Setembro de 1995.
Em Janeiro de 1996 Ricardo Pais é nomeado Director.

sábado, 12 de abril de 2008

DE NOITE...


A Noite...
O dia...
A noite do dia...
A angústia da noite.
A imensidão da noite.
A solidão da noite.
A solidão na noite...
De dia os sorrisos possuem cor, som, luz.
De noite...
De noite, caiem as Máscaras.
De noite não é obrigatório rir, mesmo sem razão.
De noite tudo existe.
De noite tudo é triste.
De noite tudo é possível...até o Fim.
De noite...
De noite os passeios não encaminham as gentes que, anónimas, os percorrem...aos passeios, às ruas, aos atalhos e aos trajectos da existência...de uma existência anónima, que deste modo se perpetua.
De noite os caminhos não encaminham as gentes, excepto as que da noite fazem dia.
De noite os caminhos estão lá, vazios, à espera. À espera que se faça dia e voltem a ser percorridos, gritados, corridos, suados, preenchidos, tantas vezes de forma insana, até à loucura, até à desistência, até ao fim.
De noite...
De noite os quiosques estão fechados. Não vendem os jornais que contam as notícias das vidas dos outros. Não vendem as revistas que fazem sonhar aqueles que nunca sonham, porque não podem e, por isso, deixaram de o saber fazer. Não vendem as revistas cor de rosa que de rosa nada têm e que vivem das Máscaras, suas, dos outros, de todos. Revistas que vão ficar esquecidas numa qualquer mesa esquecida numa qualquer esquecida sala de espera, perdendo a cor, ficando desmaiadas, descoloridas, sempre iguais...pobres revistas usadas. Não vendem as pastilhas elásticas para aqueles que, de forma enraivecida, trincam a vontade, de fumar, de esquecer, de viver, de voar. Não vendem os bilhetes que, oferecem prémio e assim permitem sonhar com a fuga. Não vendem as guloseimas que, de forma ilusória, tentam adocicar uma vida que é triste e azeda porque sempre assim foi e deste modo se perpetuou, igual a si própria.
De noite...
De noite o silêncio tem outro peso, mais pesado, que se faz ouvir cá dentro.
De noite...
De noite a noite passeia-se, triste e a própria solidão também, quais amantes já fantasmas.
De noite a solidão causa outra dor, maior, mais sofrida, mais escura, mais sentida...porque é de noite.
De noite estar só é estar mesmo só...sem ninguém.
De noite estar só é sofrer o peso que rasga, angustiante, das ausências e, muitas vezes, das presenças já não desejadas.
De noite...
De noite a chuva molha, mais do que de dia, porque molha por dentro de tudo e de todos.
De noite a chuva molha por dentro da solidão, criando saudade...a saudade de ter, a saudade de ser.
De ser alegre...
De ser feliz...
De ser qualquer coisa.
Mas ser!
Quanto tempo dura uma notícia?
Salvo raras excepções, como a morte de um qualquer conhecido ou importante, a notícia dura, precisamente, o tempo que a tinta do título demora a desaparecer.
Por isso, hoje, a generalidade das notícias nada vale, pela sua curta existência.
Hoje já não há actualidades, porque já nascem atrasadas, antigas, gastas.
De noite...
De noite, os jornais adquirem uma outra utilidade, mais importante...manter quente uma refeição que precisa de alimentar e aquecer um corpo que já não tem nada para oferecer.
De noite, os jornais também aquecem, não com o peso das notícias até porque, de noite, as notícias já não têm peso. Mas de noite os jornais reforçam o peso das cobertas velhas, esquecidas pelo tempo, mas que ainda tentam aquecer e então, os jornais voltam a ter utilidade de vida.
De noite...
De noite o vento, cortante, fere mais porque é mais escuro e mais frio e mais uivante...são os uivos do vento que passa e que parece chorar deixando cair lágrimas, deixando cair lamentos.
De noite...
De noite as folhas das árvores, que são verdes, perdem a cor e ficam escuras, como escura é a noite.
De noite...
De noite até o chão da rua é diferente...fica mais escuro e mais só...Por isso, mais feio.
De noite...
De noite a única música que se ouve é a música das vidas que dormem, latentes, mas, acima de tudo é a música do abandono, da solidão, da desistência, do silêncio.
De noite...
De noite é mais fácil chorar, porque as lágrimas caiem, com tempo, sem necessidade de serem furtivas.
De noite...
De noite até o ar é mais escuro, da cor da noite.
De noite...
De noite não há luz, porque é noite e a noite, para ser noite, tem que ser grande e escura e fria...
De noite, é de noite...até ser dia, outra vez.
Manuel Damas in "O Primeiro de Janeiro" a 13-4-2008

sexta-feira, 11 de abril de 2008

"SEXUALIDADES, AFECTOS E MÁSCARAS"-29ª emissão


Logo à noite, mais especificamente às 0.30, irá para o ar a 29ªemissão, do "Sexualidades, Afectos e Máscaras", na Porto Canal.
Hoje o tema a abordar será "A Pornografia".
Será saudável o uso da Pornografia?
Haverá faixas etárias específicas para o consumo de material pornográfico?
Qual o trajecto da Pornografia até os dias de hoje?
Haverá consumo excessivo de Pornografia, a tocar a Parafilia?
A Internet democratizou e vulgarizou a Pornografia. Tal facto foi um bem?
A Pornografia pode ser considerada uma Arte ou a Arte, por vezes, pode chegar a ser pornográfica?
Estes e outros aspectos serão hoje abordados, no único programa que, em televisão, em directo, em Portugal, em 2008, aborda as Sexualidades e suas circunstâncias, os Afectos e seus condicionantes e as Máscaras.
Um espaço televisivo informal, em tertúlia, ao fim de semana, em "late nigth", para dialogar sem tabus, aberto a todos.
Apareça!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

PRÉMIOS...

Eu sei que há quem defenda que eu deveria ser mais comedido e, com tal, reagir com modéstia aos prémios que recebo!
Desculpem lá, mas para o peditório mundial da hipocrisia já dei muito e durante muito tempo...
Por isso, balelas!
Lamento!
Sou assim...
"Love me or leave me!"
Adoro prémios, também porque significam que as pessoas se lembram de mim e se me decidiram premiar é porque o fizeram com Afecto.
Ótimo, porque é precisamente assim que eu quero e gosto.
Por isso, prémios...sejam bem vindos.
E a quem mos decidiu atribuir, um enorme e reconhecido Obrigado!

Recebi da @nn@ lisbo@
p@ris
lisbo@
...

O Prémio "Blog com cabeça"...



Recebi da Olá Coisas de Vidas...

O Prémio "Top Blog 2008"

que, pelas razões óbvias, dedico ao FranciscoEssências

EXPRESSÕES QUE SE TORNARAM POPULARES...


Como surgiram e com que base, certas expressões que o tempo tornou vulgares?
Aqui ficam algumas e as suas respectivas explicações.

"TIRAR O CAVALINHO DA CHUVA"... Era uma expressão usada quando se pretendia que um qualquer convidado ficasse mais tempo e a quem, como tal, era dado o conselho de guardar o cavalo seguro porque a espera iria ser demorada.

"SAIR À FRANCESA"... Antigamente sair à francesa era um acto de cortesia muito usado em França e que depois se generalizou e que significava não se despedir de ninguém. Este tipo de comportamento, actualmente, é considerado uma enorme falta de cortesia quando, antigamente, era demonstração de educação. Mudam-se os tempos, mudam-se as virtudes.

"SER MAIS ANTIGO DO QUE A SÉ DE BRAGA"... A expressão justifica-se e generalizou-se porque a Sé de Braga começou a ser construída em 1128.

"TER MEMÓRIA DE ELEFANTE"... Relaciona-se com o facto dos elefantes serem animais que memorizam tudo o que aprendem. Cientistas da Universidade de Sussex, em Inglaterra, concluíram que os elefantes reconhecem sons reproduzidos e memorizados muitos anos antes.

"QUEIMAR AS PESTANAS"... Esta expressão prende-se com o passado, antes do aparecimento da luz eléctrica e em que se recorria a lamparinas ou a velas para a iluminação. Nessa época a luz era tão fraca que era necessário colocar a chama muito próximo dos olhos para conseguir iluminar e ler um texto. Tão perto que, muitas vezes, se queimavam, as pestanas.

"À GRANDE E À FRANCESA"... Quando há 200 anos o General Junot e os exércitos de Napoleão chegaram a Portugal impressionaram o povo pela ostentação e pelo luxo. Assim se criou e perpetuou a expressão.

"DAR UM LAMIRÉ"... Significa dar uma ideia e relaciona-se com as notas musicais lá-mi-ré, obtidas com um diapasão, notas estas que podem ser uma introdução de uma qualquer melodia..

"DO TEMPO DA MARIA CACHUCHA"... A cachucha era uma dança espanhola do século XVII que ficou na moda quando a bailarina austríaca Fanny Elssler a dançou na Ópera de Paris. Em Portugal, nessa altura, foi criada uma versão portuguesa, com letra humorística.

"LÁGRIMAS DE CROCODILO"... O crocodilo quando come uma presa engole-a sem mastigar. Para a concretização do processo, tem que abrir muito a mandíbula e, com a consequente pressão, comprime as glândulas lacrimais, provocando a libertação de lágrimas.

"ERRO CRASSO"... Relaciona-se com um erro de estratégia militar que um dos Generais de Roma Antiga, Marco Crasso, cometeu na batalha contra os Partos e que implicou uma extraordinária derrota para o exército romano. Tudo por causa de um erro de Crasso.

"ANDAR EM FILA INDIANA"... O tipo de caminhada que os índios do continente americano usavam para se deslocar, de modo a que os que iam atrás apagassem as pegadas dos da frente.

"NÃO PODER COM UMA GATA PELO RABO"... Significa estar muito cansado e está relacionado com o facto de se achar que a gata é menos veloz e mais leve do que o gato.

"TER PARA OS ALFINETES"... Antigamente os alfinetes eram objectos de adorno caros que as pessoas abastadas usavam de forma bem evidente, como prova de riqueza. Assim se perpetuou a expressão com o significado de abastança.

"DOSE DE CAVALO"... O cavalo por ser um animal de porte elevado necessita de doses elevadas de remédio para que se consiga obter o efeito desejado. Assim se eternizou a expressão.

"GATOS PINGADOS"... Remonta a uma tortura japonesa que consistia em fazer pingar óleo a ferver em cima do condenado. O suplício, porque era de uma crueldade atroz, habitualmente tinha uma assistência reduzida e assim continuou a usar-se a expressão, significando pouca gente.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

"SALA DE AULAS" - NA PORTO CANAL


A entrevista no "Sala de Aulas" correu muito bem.
Isto na opinião da sua apresentadora e pelo número pouco usual de mensagens que o programa recebeu.
O tema era complicado, porque falar de Homossexualidades, em Portugal, em 2008, ainda é complicado.
Por outro lado eu ia algo receoso porque sabia que era um programa da tarde que vive de um tema e das mensagens consequentes.
Por isso estava receoso de alguma mensagem mais ofensiva, para as quais, sinceramente, já não tenho a mínima pachorra...
Tinha, depois, um outro receio que se relacionava com o medo de ter poucas mensagens...um número desconfortável que traduzisse um deserto em termos de participação.
Tinha, ainda, tenho que admiti-lo, receio da forma como eu e a apresentadora iríamos interagir.
Reconheço que estou muito mal habituado. Eu tenho o prazer e a honra de trabalhar com uma profissional extraordinária, com a qual funciono muito bem e que possui um "golpe de cintura" muito bom que lhe permite trabalhar comigo de forma produtiva.
Confesso, ainda, que eu sou uma pessoa com quem não é fácil trabalhar...sou muito exigente, muito picuinhas e tenho a mania de que sou perfeccionista.
Acresce, ainda, o facto de que a faixa etária que assiste a este tipo de programas televisivos no horário da tarde ou é muito baixa ou muito elevada...São faixas limítrofes, com as suas especificidades próprias.No caso em questão, como se trata de um programa muito virtual, sustentado pelas novas tecnologias, seria expectável que a faixa etária envolvida fosse baixa.
Na realidade a população alvo deste programa é uma faixa etária baixa.
Mas tenho que deixar de ser obcecado com este tipo de circunstâncias.
O programa correu muito bem, teve um número excelente de participações, "nunca visto", segundo a apresentadora e eu senti-me bem, solto, relaxado, capaz de fazer passar a mensagem.
Mais uma que já passou à história.

Aproveito este espaço para agradecer à "Coragem" Riscos de Vida pelo prémio que me atribuiu e que muito me emocionou...

o Prémio "Award Blogs Favoritos de 2007".

Obrigado "Coragem"!
Este mesmo prémio vou atribui-lo à Gi Pequenos Nadas

"SALA DE AULAS"...


Hoje, às 16 horas, estarei na televisão, na Porto Canal, a colaborar no programa "Sala de Aulas" da Carina Caldeira.
É um programa diferente, ritmado, em que se pretende, de forma interactiva e arejada, através de SMS, apresentar um tema e conversar sobre ele .
Eu fui convidado para falar sobre "Homossexualidades", uma temática que exige ser muito trabalhada, para rebater estereótipos, destruir mitos e, acima de tudo, contribuir para uma gestão adequada das Emoções e uma correcta integração dos Afectos.
Vamos aguardar para ver como corre...

Aproveito esta oportunidade para agradecer o miminho que a Blue Velvet me ofereceu no seu "blog" e que eu ainda não tinha tido oportunidade de agradecer.