sábado, 22 de novembro de 2008

PORTO BÉBÉ 2008


Este fim de semana vai estar a decorrer a Porto Bébé 2008, um mega evento localizado na Alfândega do Porto.
É a Porto Bébé 2008.
Será um certame com stands de exposições e uma enorme panóplia de actividades para os visitantes tais como a eleição da Grávida 2008, a eleição do Pai mais grávido, o concurso da mudança de fraldas pelos pais e outras.
Em simultâneo, estará a decorrer um ciclo de conferências vocacionadas para o triângulo Bébé-Grávida-Pai.
Eu fui convidado para efectuar uma palestra, no dia 23, às 15horas, direccionada para a sexualidade da grávida e que intitulei "O doce bailado dos afectos e as sexualidades na gravidez e no puerpério".
A intenção será chamar a atenção para um tema não muito discutido...
O facto da mulher grávida ser sexualizada e, como tal, com direito pleno à afectividade, à intimidade, à sexualidade e, acima de tudo, ao prazer.
Creio que será uma nova oportunidade para fazer pedagogia, trabalhando um tema polémico e fracturante, um verdadeiro tabu, muito pouco abordado.
A ver vamos.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Celtic Woman - Orinoco Flow

Um carinho para quem me visita...

"SEXUALIDADES, AFECTOS E MÁSCARAS"-53ª emissão


Hoje irá para o ar, custe o que custar, mais uma emissão do "Sexualidades, Afectos e Máscaras", a 53ª emissão, em directo, à 1 hora, na Porto Canal.
Será a segunda emissão dedicada ao tema "Preliminares".
O assunto abordado serão todos os jogos eróticos e sensuais que os casais, em relação, se permitem, de forma consensual, com musicalidade e erotismo, para enriquecer a sua vivência afectiva.
Mas esta emissão representará um novo desafio para mim.
Será uma emissão efectuada, como costuma dizer-se, no fio da navalha.
Na realidade eu estou em plena situação de doença, mais especificamente, a meio de uma crise renal.
Ainda que a opinião médica o desaconselhasse mas como eu me permito ser o meu próprio médico, de quando em vez, optei por avancar com a emissão em directo, sem rede, confiando na medicação que estou a seguir e no profissionalismo de quem me acompanha...
E a nossa maquilhadora consegue, sempre, efectuar verdadeiras maravilhas...
Espero que corra tudo bem.
Tudo vai correr bem!
Tudo vai ter que correr bem!
O mais que me pode acontecer é ter que, em último caso, interromper a emissão e avançar para o Serviço de Urgência mais próximo.
Mas penso que tal não será necessário.
Esperemos que seja, apenas, um exagero meu...
A ver vamos!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

ESTAR DOENTE...


Para quem tenha reparado que há alguns dias que não escrevo nada aqui, a justificação é, infelizmente, muito fácil...
Tenho estado doente.
Nada de muito grave, sosseguem.
Apenas uma cólica renal que, para quem sabe, não é maleita séria mas muito incomodativa, porque bastante dolorosa.
Agora que já me encontro em recuperação lembrei-me de escrever sobre o estado de doença que por vezes nos assalta.
Quando nos encontramos bem de saúde desvalorizamos os pequenos nadas do dia a dia, que só reaprendemos a valorizar quando nos encontramos doentes.
É quando alguém se encontra doente que se apercebe da sua enorme vulnerabilidade.
É quando alguém se encontra doente que se apercebe que todos os afazeres e imediatismos que nos circundam e condicionam, só perante a doença é que recuperam o seu valor real...praticamente nada.
É só quando alguém se encontra doente é que se apercebe do quão importante é poder locomover-se, sair, saltar, correr, passear, ir ver o mar, aborrecer-se no trânsito, ir às compras, enfim, milhares de pequenas coisas que, no dia a dia quase desapercebidas por nós passam mas que, quando nos encontramos confinados a um leito, assumem valorização extraordinária.
Na realidade, é bom estar bem...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

"SEXUALIDADES, AFECTOS E MÁSCARAS"-52ª emissão


Dentro de duas horas, aproximadamente, irá para o ar na Porto Canal, mais uma emissão, em directo, do "Sexualidades, Afectos e Máscaras".
Hoje será a 52ª emissão, dedicada ao tema "Preliminares", tentando referenciar todo o tipo de actividades recíprocas efectuadas com erotismo e sensualidade.
Manifestações de afectos, mais ou menos erotizadas, com o intuito de produzir excitação mas, no cerne, com a finalidade de atingir intimidade e conhecer de forma mais aprofundada o outro.
São estratégias de auto-conhecimento mas, acima de tudo, formas de conhecer melhor o outro, os seus gostos, as suas zonas erógenas, a sua forma de estar.
Será um programa polémico, sem espaço para tabus ou pudores, ainda que de forma pedagógica e científica, eivada de humor.
Será a habitual tertúlia informal e bem disposta, na área dos Afectos e das Sexualidades.
Assista e participe.
Não se arrependerá!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

"PORTO ALIVE"


Hoje, às 19.30, estarei na Porto Canal, no programa "Porto Alive", com a Maria Cerqueira Gomes, para responder a perguntas sobre Sexualidade e 3ª idade.
Será uma nova oportunidade para fazer pedagogia, no sentido de desconstruir estereótipos e esclarecer mitos.
Informar que a sexualidade não se gasta nem se esgota, será um deles.
Por outro lado tentar afirmar, de forma convicta, que na terceira idade, caso não existam condicionantes anatomo fisiológicos ou medicamentosos adjuvantes, o desejo mantém-se, o direito ao prazer, também assim como a capacidade de desempenho, ainda que com modificações e tempos diferentes, impostos pelo aumento da idade.
Acima de tudo, abordar sem tabus, inverdades que a Sociedade, a Cultura e a Família se têm esforçado por propagar ao longo dos tempos.
Por fim, tentar erradicar a mensagem de que a terceira idade se encontra direccionada, na área da Sexualidade, em absoluto e em exclusivo, para a meiguice e o carinho...
Prevejo que será uma boa janela de oportunidade para, uma vez mais, tentar defender o direito das pessoas ao prazer, ao amor, ao desejo, à afectividade, à intimidade, enfim, à vivência da suas Sexualidades.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO


Se para português, é fácil criticar, que de língua afiada todos estamos sempre e, em tempos que correm, bem mais apetece... Fácil deveria ser, também, elogiar, desde que de forma merecida.
Refiro-me, neste caso específico, à Câmara Municipal do Porto.
A questão são as iluminações de Natal na cidade.
Tendo em conta que a situação económica do país, no momento, não é das melhores, a CMP, pela mão do seu vereador da Cultura, Turismo e Lazer, Gonçalo Gonçalves decidiu suportar os custos financeiros das iluminações de Natal que tanto agradam à população e fazem parte do nosso património de afectos, do baú das nossas recordações de infância.
Assim, a CMP decidiu dispender 500 mil euros para assegurar que, também este ano, as ruas da cidade do Porto, serão alegradas pelas habituais iluminações natalícias.
Deste cantinho grito...
BRAVO!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

BOA SEMANA...

Uma boa semana para todos :)...

domingo, 9 de novembro de 2008

sábado, 8 de novembro de 2008

"SEXUALIDADES, AFECTOS E MÁSCARAS"-viagem aos bastidores


Creio que é chegada a altura de revelar um pouco dos bastidores do "Sexualidades, Afectos e Máscaras", até porque quem lê este blog e vê o programa, nem sempre se apercebe da verdadeira realidade que nos circunda e que, por vezes, nos constrange...
E quem visita este blog merece assistir a este tirar da máscara, qual "coming out"...
Sexta-feira é sempre um dia diferente!
7.30 é hora de levantar e começar o ritual normal.
Apesar de ser dia de, como habitual, visitar as empresas em que efectuo consultadoria de Medicina do Trabalho, sinto, inevitavelmente, alguma "electricidade estática", no ar, habitualmente comportilhada com as diversas Direcções de Recursos Humanos das empresas que visito e que são, normalmente, nossos espectadores.
Assim, sou invariavelmente confrontado com perguntas do género...
"Qual vai ser o tema de hoje?"
"Está preparado?" e outras frases que são sempre um acto de carinho e de apoio por parte de quem nos segue atentamente.
Fim da manhã é altura de regressar a casa, não sem antes comprar um reforço deste estimulante do Sistema Nervoso Central a que decidiram chamar nicotina (que vai ser bem necessário durante o resto do dia mais longo da semana) e os jornais mais importantes do dia.
Chegado a casa é altura de, após um café, sentar-me por longas horas no escritório, com o intuito de rever a imprensa da semana e, especialmente, do dia, consultar os "e-mails" (pessoal e da tv) e eventualmente enviar algumas respostas, consultar o blog, responder aos "posts", escrever o "post" de publicidade sobre o "Sexualidades, Afectos e Máscaras" e começar a estruturar aquela que irá ser mais uma emissão do SAM...
Em simultâneo a Maria José, em sua casa, efectua o mesmo tipo de percurso preparatório.
Durante a tarde acabamos por estar em contacto, sempre que surge alguma nova ideia, alguma noticia de ultima hora, alguma dúvida, ainda que sem informarmos quais vão ser os meus destaques ou as perguntas da Maria José.
E a tarde voa, com a consulta de algumas leituras específicas de última hora, a escrita de alguns "post-it" a levar para o estúdio e a elaboração definitiva do organigrama que irá constituir o roteiro do programa.
Sempre que necessário, efectuo o visionamento de ultima hora de um qualquer pormenor de uma outra emissão anterior.
E assim se gastou uma tarde inteira de trabalho, já com a adrenalina discretamente a aumentar.
Às 20 horas, habitualmente o jantar, quase sempre no mesmo restaurante e, a maior parte das vezes constituído por um linguado grelhado com 2 batatas cozidas e uma maçã assada de sobresa, acompanhada por um café. Invariavelmente durante o jantar acabo por receber cumprimentos de gente anónima que passa e que decide saudar por causa do programa, nunca sabendo o bem que isso nos sabe...é sinal de reconhecimento do dever cumprido.
Sim...para quem seguiu o registo, habtualmente este foi o primeiro momento de alimentação do dia...regime dietéctico "oblige"!
O regresso a casa efectua-se já com a adrenalina bastante acima do normal.
É o momento de, no conforto da casa, rever as última ideias, assistir ao serviço noticioso mais recente da SIC-Notícias e relaxar um pouco no sofá, porque isto de apresentar um programa em directo, durante uma hora, há mais de 50 semanas, é extraordinariamente prazeroso, mas extenuante.
23 horas..é chegado o momento de escolher o que vestir...sim, porque a imagem também se alimenta e se há preocupação que sempre seguimos, foi estudar todos os detalhes por mínimos e aparentemente supérfluos que sejam.
24-24.15, é o momento de abandonar a casa, recebendo, invariavelmente, o apoio de um dos porteiros do prédio e efectuar a viagem em direcção à televisão, recebendo os últimos telefonemas de apoio e respondendo às derradeiras sms.
24.30, chegada à Porto Canal, no momento em que a Maria José abandona a maquilhagem.
É a altura de a nossa querida Vera, a maquilhadora, entrar em funções, tentando dar um ar mais rejuvenescido às marcas que o tempo deixaram...
24.40...
Momento para tomar o derradeiro café e fumar o ultimo cigarro, trocando algumas piadas e provocações com a Maria José, assim como as últimas tricas, trocadas no máximo segredo, já numa cumplicidade provocatória evidente.
24.45...entrada em estúdio e início de todos os rituais tais como preparar os copos de água (tarefa que eu não deixo a cargo de ninguém), sentar na cadeira que, inevitavelmente terá que ter por baixo do assento uma almofada suplementar (seguindo o conselho de um querido amigo) para que a minha profusa gestualidade não acabe por tapar as imagens da cara.
Depois é a habitual guerra com o microfone de lapela que, na minha opinião, tem uma relação de ódio visceral comigo...nunca por nunca acerto com a posição certa do malfadado utensílio, o que acaba por gerar alguma galhofa por parte de toda a equipa.
Depois, sentar, de forma cómoda, mas também visualmente estratégica.
Seguem-se os testes de imagem e de voz...
É o momento em que interagimos com algum espírito de humor e a adrenalina no máximo, com os responsáveis pela "reggie" que, em voz "off", vão dando indicações à Maria José e algumas provocações para mim...é assim que funcionamos.
Ouve-se no estúdio a voz de comando...
"Falta 1 minuto para entrarmos no ar, atenção!"
"30 seg"!
"15seg"!
"Vai entrar o genérico"!...
É a altura de sermos lançados no ar...
Um ultimo piscar de olhos à Maria José, uma tentativa final de relaxamento... ouvem-se os últimos acordes do genérico do programa...
E assim se inicia mais uma emissão...

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"SEXUALIDADES, AFECTOS E MÁSCARAS"-51ª emissão


Logo à noite, mais precisamente à 1 hora, irá para o ar mais uma emissão, a 51ª, do "Sexualidades, Afectos e Máscaras", na Porto Canal.
Hoje o tema será a continuação da emissão anterior ou seja, "Onde param as cartas de amor?".
Muito há, ainda, para dizer.
O que leva alguém a escrever uma carta de amor?
Porque deixaram de existir as cartas de amor?
Dizer "amo-te" em forma de escrita em papel tem o mesmo significado e peso de o dizer através de sms?
Será este um dos anátemas da modernidade?
Será justo e legítimo tentar ergonomizar também na área dos afectos?
Estas e muitas outras questões serão abordadas, hoje, naquele que ainda é o único programa que, em Portugal, em televisão e em directo, aborda questões importantes das Sexualidades e dos Afectos, sem pudores nem tabus, de forma científica e pedagógica mas informal.
Apareça na nossa tertúlia.
Vai ver que vai gostar e se vai sentir bem.
Primeiro estranha-se...depois entranha-se.
Até mais logo.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"WE CAN!..."




Tenho vindo a acompanhar, atenta e detalhadamente, a campanha eleitoral para as eleições presidenciais norte-americanas, analisando o decurso das eleições primárias. Independentemente do resultado final, e de quais forem os candidatos que se apresentem ao acto eleitoral, pelos dois principais blocos, Democrata e Republicano, nada ficará como antes na América.
Para todos os efeitos, este constituirá um case study e ficará registado nas páginas da História Americana, como o ano da viragem...
A partir daqui, tudo será diferente.
Tudo passará ser possível.
E tudo isto porquê?
Tão só e apenas pelo facto de a estas eleições se apresentarem, com consistentes possibilidades de vitória, com reais probabilidades de sucesso e não como meros dados estatísticos, candidatos estranhos ao regime, alternativos ao sistema, em nada consentâneos com o perfil habitual dos candidatos às eleições presidenciais americanas.
Uma mulher e um afro-americano do lado Democrata.
O mais velho candidato de sempre do lado Republicano.
Assim, temos um cenário original, com os actores principais a desempenharem papeis que não os habituais, que não os formais, que não os tradicionais.
Se do lado Republicano, dos Estados Unidos Vermelhos, do Elefante, enquanto imagem iconográfica, a corrida parece pacífica para John McCain, o velho Senador de 71 anos do Arizona, que recentemente assistiu à desistência a seu favor do seu mais directo rival, Mitt Romney, mantendo-se convenientemente ainda em corrida Mike Auckabee, ex-governador do Arkansas, de 53 anos, que assegura, assim, que a corrida mantenha ainda, um aspecto convincente, do lado oposto o cenário não surge tão linear.
Do lado Democrata, dos Estados Unidos Azuis, do Burro, enquanto imagem iconográfica, as coisas não parecem estar nada pacificadas, nada facilitadas, nada previamente delineadas. O número mágico dos 2025 delegados que garante a nomeação presidencial na Convenção Nacional de Denver do Partido Democrata, em Agosto, não está definido ou conquistado para qualquer um dos lados em contenda. Arriscar um prognóstico, num momento em que nada parece estar definido ou garantido, poderá ser um mero exercício de retórica, um devaneio inconsistente e inconsequente .
Por um lado apresenta-se Hillary Clinton, de 60 anos, mulher do antigo Presidente dos EUA Bill Clinton, e actual Senadora por Nova Iorque. É a “Ice Woman”, que sobreviveu ao escândalo sexual de Bill Clinton. É a mulher que se sentiu na obrigação de conseguir deixar escapar umas lágrimas em frente às câmaras de televisão, para tentar rebater a imagem de insensibilidade, quando confrontada com os desagradáveis e inesperados resultados atingidos na votação inaugural do Iowa. Assim surge esta mulher que tenta capitalizar os 8 anos de vida passados na Casa Branca, declarando “Tentarei ser Presidente desde o primeiro dia”. Com Hillary, por momentos, fica-se na boca com o sabor amargo de uma tentativa, quiçá inglória, de ajuste de contas com o passado, de “rèvanche” da história recente americana...Para avinagrar a questão apetece perguntar se o escândalo sexual aconteceu por culpa de Hillary ou apesar dela. Sem querer avançar para uma análise do perfil psicológico da Senadora resta-me questionar sobre qual o futuro da ex Primeira Dama depois de tudo isto...
Será Hillary o início do fim do poder político masculino americano?
A ver vamos...
Por outro lado surge Barack Obama, o Senador de 46 anos do Illinois, inseparável da mulher Michelle Obama, aquele a quem já muitos chamam o JFK negro, e que não se cansa de proclamar “ O nosso tempo chegou!” Ocorre-me, agora, perguntar...Estarão criadas as condições para o nascimento de uma Obamamania? Com efeito, cada vez mais, a nível mundial, com a falta de referenciais consistentes e de lideranças responsáveis e efectivas, as populações evidenciam um deserto na ligação ao poder, tornando-se activos e passivos intervenientes na construção de ícons.
E os EUA não constituem excepção, bem pelo contrário!
Ao espírito de empreendedorismo americano já fazia falta um mito, um líder que apaixonasse multidões. Há muito que não o tinha, especificamente desde o assassinato de Kennedy e a tentativa frustrada de Reagan.
Será Obama o próximo grande líder americano?
Aparentemente parece ter reunido todas as condições para que, conseguindo sair de Denver vitorioso, avance para uma conquista triunfal da Casa Branca.
Apresenta uma figura simpática, deixando antever uma força de tenaz aveludada. Alia um agradável aspecto juvenil e “clean”, a que não falta um sorriso aberto e aparentemente franco, a um ar moderno e não é necessário negá-lo, mas antes assumi-lo com frontalidade, a uma extraordinariamente conveniente cor de pele que não é dispicienda.
Constrói e vende a imagem do afro-americano moderno e de sucesso, que conseguiu!
Esta imagem permite acreditar...
Gera Afectos...
Ressuscita Martin Luther King e a lendária “I have a dream...”
A tudo isto acresce um discurso consistente, sem demasiada condescendência, um outro ajuste de contas com o passado, exigente da conquista de uma oportunidade, mais do que tardia.
Com o slogan que nasceu e rapidamente se generalizou “Yes, we can!”, está acrescentado o ingrediente que faltava à receita milagrosa...a esperança renascida, qual fénix, de conseguir conquistar, ao fim de tanto tempo, o sonho tão almejado...
Um Presidente Negro!
E esta nova esperança ganha adeptos, cria paixões, provoca lágrimas, move multidões, faz renascer o sonho...Mas é conveniente todavia alertar que também gera ódios, por vezes muito violentos e o espírito do Ku-Klux-Klan não parece estar morto...apenas adormecido.
Ultrapassando, pelo menos para já, esta nota de rodapé, parecem estar criadas as condições para a criação de uma Obamamania.
Eu, se fosse americano, diria também...
“Yes, we can!”
Como sou português, uma vez mais, nada digo.
Até quando?
Manuel Damas in "O Primeiro de Janeiro" a 17/2/2008

A 17 de Fevereiro de 2008, publiquei esta crónica, acerca das eleições americanas.
Hoje, conhecida a maioria dos resultados, é com enorme prazer que escrevo sobre a eleição de Barack Obama como 44º Presidente dos EUA, 145 anos após o fim da escravatura na América.
Mas esta vitória não se reduz a uma questão nominal.
Surge acompanhada de uma vitória expressiva em termos de super delegados eleitos, uma vitória alargada em votos populares, uma vitória nítida no Senado e uma vitória expressiva na Câmara dos Representantes.
Ou seja, Obama vence em todos os tabuleiros, conseguindo atrair às urnas um significativo número de votantes que, em outras circunstâncias, se manteriam alheios ao acto eleitoral...refiro-me especialmente aos jovens e aos afro-americanos.
Gente que se sentiu motivada, que se sentiu arrebatada, gente que sentiu que desta vez poderia ser possível...
Com esta eleição, do primeiro afro-americano como Presidente dos EUA, surge uma lufada de ar fresco na política americana, tão abalada pela recente crise económica e uma onda de esperança que já alastra aos outros Continentes, com óbvia repercussão a nível das bolsas financeiras mundiais.
Hoje, mais do que nunca, ressuscitam as palavras de Matin Luther King quando, de forma inflamada dizia...
"I have a dream"!
Hoje, mais do que nunca, relembro a frase chave da campanha de Barack Obama...
"Yes, we can!"

terça-feira, 4 de novembro de 2008

per te

Per te...

ELEIÇÕES AMERICANAS 2008


O processo eleitoral americano é extremamente longo e complexo, para um país que possui o tamanho de um continente e detém mais de 230 milhões de habitantes.
"Et Pluribus Unum" («De muitos, sairá um») é o lema dos Estados Unidos da América e que tenta ilustrar a capacidade de representação do sistema americano...de entre muitos sairá um.
O sistema americano rege-se pelo bipartidarismo.
Na prática, ainda que não em teoria, apenas existem dois grandes partidos com real capacidade de exercício de poder...o Partido Republicano e o Partido Democrata, cuja simbologia é, respectivamente, o elefante e o burro.


Como é que um candidato conquista o apoio de um partido, e como é que cada partido escolhe o seu candidato?

O sistema americano centra-se nos processos de eleições primárias que são os "caucus" e "as primárias". Implicam meses e meses de manobras políticas, a fim de que, nas convenções nacionais, todos os representantes partidários aclamem, de forma unânime um só candidato.

Instituiu-se então o sistema de eleições primárias, ainda que, em alguns estados, se realizem os "caucus", reuniões nas quais os militantes inscritos, ou mesmo os simples simpatizantes do partido, escolhem os seus delegados à convenção nacional.
Todo este processo começa nove meses antes da eleição final, com o "caucus" de Iowa (um estado que tem uma população de três milhões de habitantes) e as primárias de New Hampshire (com uma população de menos de um milhão de habitantes). Os resultados das urnas, nesses dois estados, com apenas cerca de 2 % da população do país, influenciam decisivamente a escolha dos candidatos.

Este sistema, só por si, garante aos pequenos estados, logo no início do processo eleitoral, uma enorme importância, nomeadamente em termos de representatividade.
Se assim não fosse, o alto índice populacional de algumas grandes cidades desequilibraria o sistema de representatividade proporcional.

O sistema permite que cada região dê o seu contributo. Do Iowa, no Centro-Oeste, a New Hampshire, no Nordeste, a campanha das primárias e "caucus" passa então para o Oeste, o Sul e o Sudoeste do país. Os estados maiores e mais industrializados, como o Michigan, New York, Pensilvânia, Illinois, Texas e Califórnia, só intervém mais tarde.
Mas as subtilezas não param por aqui...os estados menores e as regiões menos populosas, que votam mais cedo, podem fazer surgir candidatos inesperados. É claro que mais tarde, os grandes estados, que têm maioria de votos nas convenções nacionais, podem acabar com as possibilidades de candidatos inesperados.
Num país tão grande e tão diversificado como os Estados Unidos, este processo surge como ideal.
Ultimamente, as primárias e "caucus" tornaram-se tão importantes que em ambas as convenções um candidato chega com o número suficiente de delegados comprometidos, de forma a obter a nomeação para candidato à presidência.

Acresce a isto que nos EUA os "media" têm um enorme poder, capaz de criar e alimentar um candidato, fazendo-o chegar aos degraus da Casa Branca.
Depois dos dois principais candidatos nomeados, a campanha eleitoral para a eleição final dura cerca de nove semanas ( do princípio de Setembro até à primeira semana de Novembro).
Mas há um último detalhe: o povo americano não vota directamente no presidente.
Vota em representantes para o Colégio Eleitoral, órgão que se reune semanas após as eleições para oficializar a eleição.
Mas até nesse aspecto o sistema tenta ser imparcial e justo... cada estado tem direito a um número de eleitores equivalente ao de senadores (dois por cada estado) e de deputados (proporcional à população). Assim, o Colégio Eleitoral tenta garantir que os estados menores tenham voz.

Em resumo, o processo eleitoral americano tenta reflectir a estrutura federativa dos EUA.
Este ano a luta trava-se entre as duplas Barack Obama/Joe Biden, pelo Partido Democrata e John McCain/Sarah Palin, pelo Partido Republicano.
Se este acto eleitoral apresenta um enorme peso para a realidade mundial, este ano surge com um peso acrescido em função da crise económica mundial que se encontra instalada.
Apesar do favoritismo claramente evidenciado pelas mais recentes sondagens, relativamente a Barack Obama há, claramente, condicionantes que poderão funcionar no derradeiro momento, tal como o efeito Bradley e, por isso, será obrigatório esperar pelos derradeiros resultados para um qualquer lado poder cantar vitória.

A ver vamos...