segunda-feira, 31 de março de 2008

MANUEL PINHO vs ANTÓNIO BORGES



António Borges esteve até Fevereiro, na vice-presidência da Glodman Sachs, um dos maiores bancos mundiais de investimento.
Logicamente que até então, pelo exercício das suas funções profissionais, se encontrava inibido de ter demasiada visibilidade e, principalmente, de denunciar factos e querelas públicos e mesmo querrilha de bastidores.
Abandonado o lugar, vem agora revelar que no dia a seguir ao encerramento do Congresso do PSD de 2005, foi chamado ao gabinete do Ministro da Economia, Manuel Pinho, para lhe ser comunicado que "todos os contratos do Governo com a Goldman Sachs estavam cancelados".
Logicamente que o sucedido se prendia com as críticas oficiais por si produzidas nos diversos discursos proferidos no decorrer do Congresso do PSD, em defesa natural da moção por si apresentada.
Até ontem seria impensável pensar-se que um governo, fosse ele qual fosse, se atrevesse a beneficiar ou prejudicar uma qualquer empresa em virtude das opiniões políticas dos seus colaboradores ou altos quadros...
Mas, pelo desenrolar da questão, afinal não seria tão altamente improvável...
Na sequência das declarações prestadas por Borges, Manuel Pinho, Ministro da Economia e directamente acusado deu uma imagem ao País da falta de qualidade, de ética, de deontologia e de educação que este Governo vem cada vez mais demonstrando ao mais alto nível...
"Honestamente não me recordo..."
Como é tal possível?
Um Ministro de um qualquer Governo, mesmo português, mesmo socialista, não pode dizer que não se recorda!
O próprio ministro sentiu que o que estava a dizer não tinha consistência e, no minuto seguinte, tentou "emendar a mão" negando a existência de qualquer contrato prévio e, em sequência, de qualquer quebra do mesmo.
Isto tudo numa roda viva de atoardas lamentáveis mas manifestadoras, inclusivé, de algum cinismo.
Logo depois Pinho passa à ameaça e à crítica implícitas quando diz ter dos banqueiros uma imagem de "pessoas reservadas"...
Banqueiros reservados?
Por isso nos ultimos tempos alguns implodiram de reserva e/ou se demitiram ou foram aconselhados à demissão...
Teixeira Pinto, Jardim Gonçalves, Oliveria e Costa...
Chega?
Logicamente que o que se passou é verdade, todos o sabemos, mesmo não tendo estado naquele Gabinete, na data aprazada.
Mas também todos sabemos que com a voracidade dos tempos que passam, a informação que hoje ganha as luzes da ribalta amanhã passa ao esquecimento e dentro de dias deixará de existir e de ter qualquer tipo de consequência.
Mas as coisas não podem continuar assim!
Onde pára a Ética?
Porque não sou da cor do regime sou excluido, marginalizado, lançado ao esquecimento?
E a validade?
E a credibilidade?
E a competência?
Ou vamos para uma era em que apenas a identidade ideológica e de pensamento contam, a mesma identificação clubística e o compadrio de uma qualquer Mafia?
Não pode ser!
Enquanto português não o aceito!
É preciso ética na vida pública!
É preciso respeito!
É preciso decência!
Este País não se vai tornar, pela mão dos socretinos de triste figura, uma qualquer selva!
Custe o que custar, não vai!

Vânia Fernandes - Senhora do Mar

Aqui fica a canção que irá representar Portugal no Festival da Eurovisão 2008.

domingo, 30 de março de 2008

SÓCRATES, NO SEU MELHOR...


Tenho que reconhecer que a socretina criatura tem coragem...
Mas um desplante atirado à cara das pessoas, com gozo altaneiro!
José Sócrates assumiu em Viseu, uma nova era na governação..."a governação de face humana", após três anos de governação "muito difíceis" em que teve de disfarçar "estados de alma"...
"Um político tem o dever de apresentar boa cara e ânimo", reafirmou José Sócrates, em tom de desabafo.

Sócrates, inaugurando a nova fase da sua Dinastia, a da distribuição de pão e rosas pelo povo, foi a Viseu atribuir 27 milhões de euros por associações do distrito...
Está tudo dito.
E, ainda por cima, é dito com total franqueza.
A Oposição não se poderá queixar ou indignar porque o homem teve o desplante de avisar...
Começou a "Feira"!...

sábado, 29 de março de 2008

"PÁRA, PAPÁ..."


Oh Papá...
Estás triste?
Não?
Está bem, eu sento-me ao teu colo.
Gosto muito que me dês beijinhos...és o meu Papá lindo, és o meu Papá querido.
Cheiras a vinho, Papá...
Os teus olhos estão tão vermelhos, Papá...
Porque estás a respirar tão depressa, Papá?
Não!
Não me tires a minha boneca, Papá!
Porque estás a atirá-la para o chão, Papá?
Assim ela vai ficar sozinha...
Vai ficar triste...
Assim ela vai chorar, Papá.
Olha para ela a olhar para nós, Papá, com a saia torta e toda amarrotada...
O que estás a fazer, Papá?
Está quieto!
Não mexas aí!
Está quieto, Papá...
O que estás a fazer?
Não me apertes assim tanto, Papá, fico com falta de ar...
Oh Papá...o que estás a fazer?
Porque estás a fazer isso, Papá?
Porque estás aí com a mão, Papá?
Mas isso não se faz!
Isso é feio!
Isso é pecado!
Ai...
Não!
Não quero!
Oh Papá, onde está a Mamã?
Eu quero a minha Mamã...
Oh Papá, pára com isso!
Tira a mão debaixo da minha saia!
Não!
Não mexas aí...
Está quieto, Papá!
Não faças isso, Papá, que isso dói!
Claro que gosto de ti...tu és o meu Papá!
Se eu gostasse de ti deixava?
Se eu gostasse de ti deixava que tu mexesses aí?
Porquê, Papá?
Porque estás nervoso, Papá?
Porque estás a tremer, Papá?
O que é isso , Papá?
Eu sei que sou a tua menina...
Sim, eu sei que gostas de mim...
Sim, eu sei que tu me adoras...
Mas porque estás a fazer isso comigo, Papá?
Eu portei-me mal, Papá?
Eu fiz alguma asneira, Papá?
Oh Papá, mas isso é o que tu fazes com a Mamã...
Oh papá, eu não quero que tu faças isso, papá!
Pára, papá!
Estás a magoar-me, papá!
Está-me a doer muito, papá...
Que foi, papá?
Não papá, não conto a ninguém.
Sim papá, eu adoro-te!
Mas porque é que me queres fazer isso, papá?
Eu não sou má menina!
Eu porto-me bem, papá.
Está bem papá, eu estou quieta, muito quietinha...
Ai.....
Ai, papá, está-me a doer.
Pára, papá!!!!
papá...
Dói...
Dói, papá!
papá!!!!
Está a deitar sangue!
papá!
Onde vais, papá?
Porque me deixas aqui sozinha, papá?
Já não gostas mais de mim, papá?
Mas eu chorei, papá, porque me estava a doer muito, papá...
papá...
Estava a doer, estava, papá!
Olha!
Até está a deitar sangue, papá...
Onde estás tu, papá?
Oh papá, volta, papá...
Já não sou a tua menina, papá?
Eu prometo que não choro mais, papá!
Eu prometo que me porto bem, papá!
Eu prometo que me calo, papá!
Eu prometo que fico quietinha, papá?
Volta, papá...
A boneca está triste, papá, e eu também estou, papá.
Eu sei que fui má menina, papá.
Desculpa, papá!
Eu não volto a ser mais má para ti, papá!
Tu ainda gostas de mim, papá?
Oh papá...
Oh papá, onde estás?
papá!
papá!
papá!...



Escrever esta crónica demorou muito tempo e foi um processo lento e de grande hesitação quanto à sua razoabilidade. Questionei-me, muitas vezes, se a deveria escrever e, se a deveria publicar...
Decidi avançar, contudo, como denúncia dos muitos casos que, resultando de processos de incesto, magoam, martirizam, rasgam, destroem, marcam a ferro e fogo, o presente e o futuro de muitas crianças, roubando-lhes o sorriso, a vida, o ser, a paz.
De uma forma ou de outra, com mais ou menos pormenores sórdidos, mais ou menos perceptível, mais ou menos sofrido, mais ou menos culpabilizante, este é o relato tipo de uma violação de menor por um seu convivente, no caso, o próprio Pai.
Esta crónica pretende ser um acto de denúncia, mas também representa uma mão estendida, de carinho solidário, para todas as crianças que foram vítimas de assédio sexual, com especial incidência para aquelas que o foram dentro do lar, pelos seus conviventes mais próximos, por vezes os próprios imagos parentais.
Pretende ser o grito contra um silêncio pesado...
Não se trata de uma realidade distante, num outro país qualquer, bem lá longe...pelo contrário. Por mais tranquilizante que seja acharmos que esta realidade não existe, casos destes acontecem junto a nós, bem perto, na casa ao lado ou na mesma rua.
Não se trata de um drama literário.
Não é um texto de novela.
Não é o guião de um filme.
É um relato...real.
De um filme de terror, que não é justo ser vivido...
Mas não é inventado.
É real!
Por isso, denunciado.
É um relato de um filme que, todos os dias, volta a ser filmado, hoje com uns actores, amanhã com outros...mas sempre com um mesmo terrível guião, num mesmo cenário de terror.
Não pretende ser escabroso, nem deve ser deixado para trás, sem ler.
E, por favor, não cometam a injustiça de pensar que esta não seria uma crónica para publicar ou ler num Domingo...estas crianças, há muito que deixaram de ter Domingos...
Fica, a título de exemplo.
Fica, a título pedagógico.
Fica o grito, de denúncia.
É um relato, uma réplica, fidedigna, do real...Infelizmente.
O real que, por incompreendido e inconfessado, tantas vezes leva ao suicídio, asfixiado e cuspido pela noção de culpabilização da vítima que, inocente, se culpabiliza de forma atroz, não conseguindo lidar com o sucedido. Um suicídio que, sendo um processo de desistência, acaba por ser, em simultâneo, um acto de conquista de liberdade e de paz.
Acaba por ser a única hipótese de voar...
Este é, apenas, um relato...
Tantas vezes ouvido...
Tantas vezes sentido...
Tantas vezes chorado...
Real.
Infelizmente!

sexta-feira, 28 de março de 2008

"SEXUALIDADES, AFECTOS E MÁSCARAS"-27ª emissão


Dentro de algumas horas, mais especificamente às 0.30, irá para o ar, na Porto Canal, mais uma emissão, a 27ª, do "Sexualidades, Afectos e Máscaras", hoje subordinado ao tema "Traição!"...
O que é a Traição?
Sonhada/Concretizada...
Sonhada de forma inconsciente/sonhada de forma consciente...
Concretizada num beijo/concretizada num orgasmo...
Uma vez/Muitas vezes!
Sempre com a mesma pessoa/sempre com pessoas diferentes!
Estas e tantas outras as questões a abordar em mais um programa diferente...
Em directo, com a intenção de conversar, em tertúlia nacional, de um tema polémico e fracturante, de forma científica mas informal e, sempre, pedagógica.
Apareça...

FLOR...


Como não estou, nem preciso, de fazer campanha por mim próprio e muito menos por ninguém... até porque a única eleição que estaria disponível para disputar seria a dos Afectos...
Aqui fica uma flor para quem me visita, tão só e apenas porque me apetece e porque, de forma assumida, sou um Homem de Afectos...com orgulho!

quinta-feira, 27 de março de 2008

IVA...


É fartar, vilanagem!!!
Abriu, oficialmente, a corrida.
Vêm aí as benesses e dádivas próprias de uma campanha eleitoral.
E o governo de socretinos, chefiado pelo socretino-mor, iniciou a romaria.
E começou logo pelo IVA.
Logicamente que apenas 1%, porque ainda estamos em Março, a procissão só agora começou a sair e as eleições apenas são em 2009!
Mas já foi dado o tiro de partida...
Abriu, oficialmente, a época de todas as romarias.
E eu tenho medo que o povo, que é de memória curta, muito curta, ao fim de um ano de romaria, já tudo tenha esquecido e decida beatificar o Demo, agora travestido de anjinho barroco.
Mas as asas, a Sócrates, não lhe ficam bem e, muito menos, o alvo trajar...
Eu tenho memória!
E, estas amêndoas, sabem a azedo!

PORTUGAL NO MUNDO...


Vivemos num país estranho...
Portugal apareceu num "ranking" elaborado pelo "Times", dos países mais estáveis e prósperos.
E o estranho é que, nesta classificação, repito, dos países mais estáveis e prósperos do Mundo, Portugal aparece em 18º lugar, numa longa lista integrada por 235 países e territórios...
Nesta estranha classificação, Portugal aparece à frente de países como a Noruega, a França, o Canadá ou o Japão!
Mas classifica-se, ainda, acima de países como os EUA, a Espanha, a Itália e a Finlândia!
Portugal fica imediatamente atrás da Suiça...
Isto no mesmo país em que milhares de famílias deixaram, em virtude do desemprego e da precariedade das condições laborais, de conseguir cumprir os seus compromissos financeiros junto da banca.
Isto numa altura em que o crédito mal parado subiu a um ritmo de 2,2 milhões de euros/dia, segundos dados do Banco de Portugal de Janeiro 2008.
Isto numa altura em que uma aluna do ensino secundário, durante uma aula, praticamente vandaliza uma professora, no decurso de uma acesa refrega pela disputa de um telemóvel.
Isto numa altura em que uma jovem de 19 anos foi libertada pela PSP do Cacém após um sequestro de um fim de semana executado por uma colega e amiga, de 16 anos, armada, para cobrança de uma dívida antiga e cujo resgate foi estipulado em 2.000 euros!
Se esta classificação tivesse sido encomendada pelo Governo não teria saído melhor...
Quis a ironia que, em primeiro lugar desta caricata lista, ficasse o Vaticano!

CASA SOL


Dizem-me que a "Casa Sol" está sobrelotada.
Mas como é possível?
A "Casa Sol" é uma instituição, inaugurada em 1998, que recebe crianças sero-positivas.
É a única instituição, em Portugal, vocacionada para este efeito.
Sim!
Leram bem.
É a única, em Portugal!
Neste momento, num espaço construído para 11 crianças vivem 21!
A Direcção da casa, presidida por Teresa D'Almeida vê-se, permanentemente, na obrigação de recusar novos casos, carregando o peso de saber que dois dos casos recusados vivem da prostituição, nas ruas de Lisboa.
E o tétrico é que o Instituto de Segurança Social, estando ao corrente da situação, apenas apoia financeiramente as 11 crianças que constituem a lotação oficial da "Casa Sol"!
Desde que abriu as portas, a instituição já conseguiu a adopção de 10 crianças e assistiu à morte de outras 12 crianças.
Diz Teresa D'Almeida..."São as crianças do nada!"
E eu, ao escrever isto, de olhos com lágrimas, sinto uma enorme revolta e uma quase incontornável vontade de partir para a violência!
Será que os fantoches que nos governam não vêm isto?
Como conseguirão dormir, minimamente descansadas, a Presidente da "Sol", Teresa D'Almeida e a Directora da "Casa Sol", Inês Gonçalves, sabendo que foram obrigadas a rejeitar dois casos de menores que tiveram que ir para a prostituição para conseguirem assegurar as condições mínimas de sobrevivência às outras 21 crianças que ocupam o espaço e recebem o apoio destinado a 11?
Mas estas socretinas criaturas, chefiadas pelo socretino-mor preocupam-se, no momento, com o novo Aeroporto de Alcochete e com o TGV, enquanto estas crianças, que sabem que nunca terão tempo nem oportunidade para ver estes dois projectos faraónicos, apenas pedem para sobreviver...mais algum tempo!

SÓ, NO MEIO DA MULTIDÃO...


Estava a ler a "Única", a revista do jornal "Expresso", ainda fascinado com a reportagem "Sou Lésbica. E então?..."
Uma reportagem séria, com muita qualidade gráfica, com um texto cuidado e perguntas bem estruturadas em que seis mulheres portuguesas decidem assumir a sua homossexualidade, obviamente com naturalidade, dignidade e muita coragem.
Ainda estava deliciado com a coragem evidenciada neste "coming out" colectivo, para um país como Portugal, quando um título, extenso, me prendeu a atenção.

"CHAMAM-ME O SENHOR DO ADEUS, MAS EU SOU O SENHOR DO OLÁ.
AQUELE QUE ACENA NO SALDANHA, A PARTIR DA MEIA-NOITE."

A história conta-se em poucas palavras.
É um homem que, todas as noites, a partir da meia-noite, vai para a Praça Duque de Saldanha, em Lisboa, acenar a todos os automobilistas que passam...e que já lhe respondem, acenando e/ou buzinando.
Maluco?
Decididamente não.
Exótico?
De maneira alguma.
Apenas...assumidamente e de uma forma assustadora...SÓ!
Uma solidão atroz...
Uma solidão arrepiante...
Uma solidão que asfixia, fazendo sentir falta de ar...
É um homem assustadoramente só!
Senti um arrepio...
E chorei.
Baixinho, doloroso e dorido...
Com medo.
Pode acontecer a qualquer um de nós!
Maldita modernidade!

terça-feira, 25 de março de 2008

MARIA DE LURDES RODRIGUES, DE NOVO...


Disse a Ministra da Educação que nenhuma escola pode não avaliar...
Aliás!
Diz a Ministra...
"Não é verdade que uma Escola possa decidir não fazer a avaliação do seu corpo docente!"...
Ai não, senhora Ministra?
E porque não?
Tem a certeza do que diz ou, uma vez mais, vai dar o dito pelo não dito ou dizer que não foi bem isso que queria dizer ou, quiça, mandar o Duque de Jumental, de cognome o Mangerico, fazer a triste figura...
Mesmo que haja quem diga que certas vozes não chegam ao céu...
Mas regressemos ao nosso assunto...
Mas não vai poder porquê, Dra. Maria de Lurdes Rodrigues?
Baseia-se em que dispositivo legal?
É que eu, sinceramente, não conheço nenhum argumento legal capaz de suplantar um direito, liberdade e garantia como o que está estipulado na Constituição Portuguesa, Dra. Rodrigues e que estipula, obviamente, o direito inalienável à Greve...
E aí, Dra. Maria de Lurdes, como sabe ou espero que saiba ou, quiça, alguém por si o saiba, a requisição civil não colhe...
Se uma qualquer Escola decidir recusar avaliar os professores o que fará a Maria de Lurdes Rodrigues?
Chama a Polícia de Intervenção, para obrigar os senhores professores a obedecerem-lhe?
Chama a Polícia Judiciária?
Chama a PSP?
Chama a GNR?
Manda as polícias às escolas para previamente saberem o que fez quem?
Decide o quê, Maria de Lurdes?
Zangar-se?
Zangar-se muito?
Zangar-se tudo?
Zangar-se como você se zangou, oh Lurdes, naquelas provas em que esteve presente há uns tempos atrás e perante os ruídos de reclamação de quem assistia, a Lurdinhas ainda gritou mais do que eles ao microfone?
Lembra-se?
Não?
Eu cheguei a colocar aqui o vídeo...
Ou vai fazer uma birra, Lulu?
Chorar?
Espernear?
Atirar o telemóvel ao chão?
Insultar o Duque de Jumental, de cognome o Mangerico?
Hum?
Espere, Lu!
Já sei!
E que tal...
Demitir-se?
E se fosse já?
Hem?...
Essa é que era...
Apanhava todos desprevenidos e ainda conseguia uma vingançazita...
Oh Locas...
Pense lá nisso...

PEQUIM 2008


A chama olímpica foi ontem acesa na ancestral cidade grega de Olimpia, no local onde, na Antiguidade, mais especificamente no ano 776 (a.C.) se disputaram, pela primeira vez os Jogos.

Aqui começará uma viagem de 137 mil quilómetros, passando pelos 5 continentes e culminando com a chegada, em Agosto, a Pequim.

Isto num ano complicado, com as manifestações anti-China, devidas ao problema do Tibete e se joga, de novo, o direito à liberdade de um povo...

Mais de 10 meses foi o tempo necessário para criar o design e os detalhes técnicos da tocha olímpica usada em 2008, procurando infundi-la tanto com os símbolos da cultura chinesa como com o espírito dos Jogos Olímpicos. O resultado foi a “Nuvem de Promessa”, uma tocha que em todos os seus detalhes - cor, forma, decoração e textura - reflecte as tradições e a história dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e do país anfitrião.
A inspiração na forma e no design da “Nuvem de Promessa” tenta simbolizar os 5.000 anos da civilização chinesa assinalando que uma das maiores contribuições da China para o mundo foi a invenção do papel e, como tal, a tocha surge com uma imagem de pergaminho tentando imitar o tradicional pergaminho chinês, inventado há mais de mil anos.

VALTER LEMOS, DE NOVO...


O Secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, justificou hoje os casos de violência registados nas escolas como resultantes de factores externos aos estabelecimentos de ensino, ao mesmo tempo que garantiu existirem já mecanismos nas instituições para o combate a estes problemas.
Em declarações à TSF, Valter Lemos garantiu que os problemas sentidos nas escolas são «importados de fora» e que o Ministério está a agir em conformidade.
Valter Lemos afirmou, ainda, desconhecer outros casos de violência nas escolas...
E eu, ouvindo e lendo isto, fico atónito!
Antes de mais...uma pequeníssima correcção...pois se são importados, serão de fora, obviamente, Senhor Secretário de Estado!
Mas, deixemos de parte este, quiça, ridículo preciosismo da minha parte...
Valter Lemos não sabe que a justificação dos casos de violência é precisamente interna ao sistema e à Escola?
Valter Lemos não sabe que à medida que o professor, "latu sensu", é apresentado à comunidade como pouco trabalhador e permissivo, a mesma imagem alastra a toda a comunidade, fragilizada e os alunos, dentro do sistema, reproduzem o que ouvem fora, nomeadamente nos seus lares?
Valter Lemos não sabe que sendo introduzido no sistema o cariz facilitista gera dificuldade ao exercício de atitudes de rigor e de disciplina?
Valter Lemos não sabe que todos os comportamentos de violência na relação docente/discente, são internos ao sistema, mais facilitados quando o próprio sistema inibe atitudes e medidas de castigo e de represália?
Valter Lemos não sabe que à medida que às escolas é imposto o sistema de trabalhar para as estatísticas, impedindo ou, pelo menos, dificultando e muito que os alunos reprovem, instituindo diversos momentos de avaliação recuperadora, o mesmo vai chegar aos alunos e, como tal, fazê-los sentirem-se detentores de poder e ufanos por nada nem ninguém os poder impedir de exercer comportamentos marginais?
E para rematar tão hilariante entrevista diz Valter Lemos desconhecer outros casos de violência nas escolas...
Fabuloso!
Temos uma criatura investigadora nas mais altas instâncias do país!
Valter Lemos ao Nobel, já!
Valter Lemos a todos os prémios da Ciência e da Investigação rapidamente e da forma mais célere possível, mesmo que de Mértola!
Pela mão de Valter Lemos descobrimos que não há "bullying" nas escolas portuguesas...
Eu sei que é uma palavra estrangeira, quiça em línguagem difícil...mas Valter Lemos vai conseguir, mesmo que seja necessário algum tempo extra e denonado esforço, perceber o que é o "bullying"...
Portugal não tem violência nas escolas!!!!
Então e as reportagens filmadas que surgiram nas televisões muito antes deste caso?
É que a própria Ministra reconheceu-o...o ajudante da Ministra não?
E os mais diversos relatos de professores e de escolas?
Hum!!!!
Já sei!!!
Conspiração!
De tudo e de todos, contra este Governo, de mentalmente saudáveis criaturas e almas desesperadas pelo esforço...em prol de Portugal!
Qual Sócrates?
Qual Cavaco?
Valter Lemos ao poder, já!
Quiça...candidato ao processo de beatificação!
Porque, se de uma Monarquia se tratasse, o título já estaria assegurado e, seria justo, sem dúvidas...
Duque de Jumental, de cognome o Mangerico...

segunda-feira, 24 de março de 2008

VALTER LEMOS


Relativamente à indisciplina nas Escolas e ao recente caso da Escola Secundária Carolina Michaelis o Deputado Pedro Duarte atribuiu responsabilidades a algumas medidas do Ministério da Educação, designadamente ao Estatuto do Aluno.

O Secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, considerou tais declarações "ignorantes, irresponsáveis e profundamente lamentáveis"!...

Relativamente ao meu amigo, Pedro Duarte, não sei qual será a sua resposta, se a houver.

Todavia, ontem publiquei no jornal "O Primeiro de Janeiro" uma crónica precisamente sobre este assunto que para aqui transcrevi.
Nesta minha crónica o argumentário que apresento, ainda que bastante mais desenvolvido e fundamentado, vai muito na linha que originou as declarações do Secretário de Estado.

Acontece que o meu raciocínio não é ignorante porque ando nisto há vinte anos e já passei por todos os graus de ensino, onde leccionei, com excepção do ensino básico. Chama-se "saber de experiência feito" e, principalmente, não cheguei a este ponto da minha carreira profissional na docência à custa de um qualquer apadrinhamento partidário ou de uma qualquer cunha mais poderosa, eventualmente proveniente de um qualquer senhor feudal de província.

Não são, também, irresponsáveis porque desde novo me habituei a observar, estudar e reflectir sobre um qualquer tema, muito antes de emitir uma qualquer opinião.
Nunca me habituei a abrir a boca e a deixar sair um conjunto de atoardas irreflectidas e sem educação, profundamente lamentáveis, apenas para cumprir intentos político-partidários e, fundamentalmente, a mando de outrém.

Profundamente lamentável é, na realidade, o estado a que chegou a Educação neste País.
Profundamente lamentável é esta pseudo-reforma que não atenta às consequências.
Profundamente lamentável é a continuidade desta equipa à frente dos desígnios da Educação em Portugal.

Profundamente lamentáveis são as respostas de quem, pelo menos por vergonha de tudo o que até agora fez ou desfez, deveria estar calado em vez de alardear aos ventos a sua própria estupidez e impante ignorância.

Profundamente lamentável é a postura do Secretário de Estado a quem é exigível, acima de tudo, responsabilidade e respeitabilidade...

Vergonha na Escola Carolina Michaelis. Ensino em Portugal

Senhora Ministra...demita-se!

"O PESO DE DIZER AMO-TE!"


A "eli" do Isso agora...:) relativamente ao "post" acerca da última emissão do "Sexualidades, Afectos e Máscaras" dizia-me que não tinha possibilidade de ter acesso ao Porto Canal mas que"...gostaria de ler algo sobre o peso dessa palavra..."!
Assim sendo, lembrei-me de aqui colocar uma crónica intitulada precisamente "O peso de dizer Amo-te!", que publiquei em 2005, tentando, deste modo, dar uma ideia do que penso sobre este assunto.

Vivemos numa Sociedade despudoradamente plástica!
Pronto!
Se o pensei, escrevi-o. Se está escrito, está assumido!
Senão, vejamos…
Vivemos numa sociedade em que somos constantemente bombardeados com estereótipos que os media alardeiam, referenciais utopicamente inatingíveis, ainda que hiperpresentes e à distância de um olhar, condicionando em permanência as vivências de cada um.
Estamos, todos, sob a tirania do “perfect body and no mind”, e a angústia do inatingível tortura-nos em permanência.
É o mito da perfeição, que usa sabiamente todos os nossos sentidos, condicionando ferozmente procedimentos, atitudes e ideais.
E isso reflecte-se, perversamente, no âmbito das nossas relações, na janela da nossa afectividade.
É a era da World Wide Web, em que o amanhã rapidamente se torna hoje e vertiginosamente ontem, transmutando as certezas logo em probabilidades e depois em inverdades… e isso condiciona as nossas vivências afectivas.
A época é de incertezas, senão de contradições, gerando um elevado potencial de insegurança.
E, como tal…não há tempo!
Tudo tem de ser rápido e prático, a busca do dito amor perfeito surge aparentemente extenuante, atirando para a prateleira dos referenciais museológicos a procura, hoje tornada insana, do “foram felizes para sempre”!
As relações tornaram-se plásticas e descartáveis… e por isso práticas e rápidas.
Assumidamente não vinculativas…propagando um quase temor de vinculação afectiva.
Isto porque construir uma relação implica tempo, disponibilidade, investimento, paciência, confiança, negociação, aceitação, dádiva,…ou seja, a queda das máscaras que todos criámos, com o intuito de protecção…e, sem elas ficamos frágeis.
Amar fragiliza e a modernidade não se compadece com fragilidades!
Dessa constatação advém a cómoda justificação da plasticidade moderna das emoções.
Já para não referir a aparentemente consensualidade quanto à genitalização das vivências.
Parece não haver tempo para a ternura e para o carinho, temendo-se o peso avassalador de dizer: Amo-te!
E isto é um fenómeno que não se direcciona apenas para algumas faixas etárias da nossa aldeia global, atingindo transversalmente e de modo preocupante todos estratos sociais e etários.
Urge inverter a situação!
Urge criar espaço e tempo para dizer: Gosto de ti!
Amar e ser amado tem de continuar a ser um desejo universal, sem medo dos custos… até porque o reverso da medalha é a solidão afectiva…rodeada de uma enorme e gélida imensidão de pequenos nadas.
Manuel Damas in "O Primeiro de Janeiro", 2005

sábado, 22 de março de 2008

MARIA DE LURDES RODRIGUES...


Tencionava escrever sobre as idiossincrasias da Páscoa.
Porém, como as lojas dos centros comerciais se encontram repletas de paroquianos imbuídos do espírito pascal, achei preferível que esta crónica versasse sobre Educação. Obviamente que fui influenciado pelo lamentável episódio ocorrido na Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, durante uma aula de francês do 9º ano.
Assumo que vi e revi o vídeo diversas vezes.
Analisei as frases, os gestos, as reacções e as omissões!
Tenho-o, inclusive, guardado no meu computador...
Apetece-me dizer, de forma irónica e sarcástica, mas acusadora, que não consigo compreender a razão de todo o ruído gerado.
Não percebo o motivo de tanto espanto...
Eram perfeitamente expectáveis epifenómenos deste género, como consequência de toda a política desenvolvida pelo Ministério da Educação.
Após a tomada de posse da equipa liderada por Maria de Lurdes Rodrigues foram sendo veiculadas medidas que nada de bom indiciavam relativamente ao futuro do Sistema Educativo em Portugal.
Houve, inclusive, quem para isso alertasse!
Cheguei a escrever uma crónica exclusivamente sobre o assunto.
Tentar efectuar uma Reforma da Educação sem o apoio dos diversos agentes educativos e manifestamente contra eles seria impraticável e não indiciava bom prognóstico.
De início o Ministério tentou fazer passar a ideia de que os professores trabalhavam pouco, desvalorizando a sua qualidade e capacidade profissionais, esquecendo que isso apenas os iria fazer perder autoridade perante os alunos e pais, medida que se poderia vir a tornar de extraordinária periculosidade, como o tempo o demonstrou. A esta estratégia seguiu-se, como corolário, a introdução do conceito de Aula de Substituição. E neste aspecto, se em teoria o princípio surgia como razoável, na prática criou novos focos de tensão e assim se deu mais um passo no sentido da descredibilização da classe docente. Colocar professores de uma determinada área de formação a leccionar outras completamente diferentes para a quais não estavam nem se sentiam preparados, veio a demonstrar-se pernicioso...A título de exemplo, pôr um professor de Educação Física a leccionar Matemática ou Francês mais não faria do que descredibilizar o próprio perante os alunos, quebrando a fama de sabedor e expondo-o, vulnerável e fragilizado, aos olhos dos discentes. Deste modo destruiu-se, de forma irresponsável, o conceito do Professor enquanto pessoa detentora de saber e, como tal, respeitável. Logicamente que quem não é respeitável também não será temível e assim se pulverizaram duas características que, não sendo primordiais no exercício da docência ajudavam, todavia, à instauração do ambiente necessário ao saudável e ordeiro funcionamento de uma sala de aula.
E estas medidas foram sendo intervaladas com a produção de quantidades absurdas de nova legislação, carregada de grelhas, mapas e dados estatísticos para cumprir e preencher.
Vieram, depois, os concursos para Professor Titular iniciativa que, ao não disponibilizar vagas suficientes para todos os professores candidatos, gerou novos focos de tensão e de insatisfação.
Acresce que novas grelhas foram sendo produzidas, cada vez mais complicadas e burocratizadas, exigindo o respectivo preenchimento em prazos absurdamente curtos.
Seguiu-se o Estatuto do Aluno que, em vez de tentar simplificar e relativizar as coisas, criou novos focos de tensão dificultando, cada vez mais, a penalização dos discentes e garantindo-lhes uma quase intocabilidade, uma inviolabilidade, obviamente geradoras de exacerbações comportamentais.
“L’enfant terrible” passou a sentir-se vaidoso de o ser!
Com a reforma o aluno passou a surgir quase como entidade imaculada que urge proteger a todo o custo, inclusive nos momentos de avaliação. É nesta fase que deixa de poder chumbar por faltas e que são criados os diversos momentos de avaliação para um suposto processo de recuperação utopicamente facilitista.
E mais mapas foram surgindo do nada...
A tensão continuou a subir exponencialmente com a apresentação das novas regras para a progressão na carreira docente e o anátema de passarem a ser considerados, para efeitos na progressão, apenas os últimos sete anos de actividade, atirando, de forma injusta e inacreditável, para o lixo, todo um percurso de investimento profissional. Foi o Estatuto da Carreira Docente que, também ele, se tornou um foco gerador de descontentamento.
Colocar docentes a avaliar outros colegas, para além da subjectividade inerente gera um elevado potencial de conflitualidade que exacerbou, muito, o clima de instabilidade e de revolta que já se fazia sentir nos corredores das escolas portuguesas.
Em simultâneo, foi-se mantendo a obsessão oficial pelos gráficos, pelas grelhas e pelas estatísticas em detrimento da qualidade do acto de ensinar, desvalorizando, inclusive, o próprio processo de aprendizagem. Tornou-se implícito o branqueamento de todo o processo e das suas condicionantes, passando as estatísticas a ter primazia, com o óbvio intuito de falsear os dados referentes ao insucesso escolar.
Mas, o mais grave, é que os próprios discentes se aperceberam da realidade, fazendo-se sentir um esvaziamento do binómio mandar/obedecer e tornando obsoleta a normal e lógica responsabilização pelo acto de aprender.
Perante o caos gerado e o descontentamento subsequente, verificou-se aquilo que seria impensável anos antes e nenhum Ministro da Educação tinha conseguido até então, por mais polémico que fosse o seu mandato...A união, em plataforma, numa frente única, de todos os Sindicatos relacionados com a Educação, independentemente da sua origem ou até dos seus referenciais ideológicos. E tal facto redundou, numa manifestação nacional de repúdio que colocou na rua 100.000 professores...
100.000 pessoas unidas por um fim comum...a queda da Ministra da Educação e a substituição da sua política.
E este é um facto incontornável.
E não é fácil combater a dinâmica gerada pela manifestação de semelhante contingente de pessoas unidas pelo e para o mesmo fim.
100.000 professores, vindos de todo o País, de todas as faixas etárias...a maior manifestação de sempre da classe docente.
A reclamar!
Pela educação!
Perante isto, apenas sobra uma única solução à entidade responsável...
Obviamente, demita-se!
Manuel Damas in "O Primeiro de Janeiro" a 23-3-2008

sexta-feira, 21 de março de 2008

IGREJA CATÓLICA...


O "Bisturi" do Penso visual insurgiu-se amigavelmente contra aquilo que designou o meu "espírito anti-clerical".
Tendo em conta o reparo e equacionando a hipótese de que mais gente que me leia sinta idêntica sensação decidi escrever este "post" aproveitando, inclusive, o facto de estarmos em plena época pascal.
Não considero justo apodar-me "anti-clerical".
Até porque se houve pessoa que fez, desde sempre, um percurso muito íntimo com a Igreja Católica fui eu.
Começa pelo meu próprio nome...o facto de ter sido baptizado Manuel de Fátima, diz tudo.
Por outro lado a minha família sempre participou activamente no acompanhamento da Igreja que frequentávamos.
Quer os meus avós, quer os meus pais, sempre fizeram questão de contribuir financeiramente de forma muita "significativa" para o mesmo funcionamento. Não só em termos de peditórios como de contribuições monetárias, inclusive nas épocas consideradas especiais como as natalícia e pascal.
Recordo com alguma admiração e ternura o tempo em que, habitualmente na Páscoa, o meu Pai entrava na Igreja e dizia ao Padre para remodelar todo o altar a suas expensas...e isso incluía novas toalhas de linho para todos os altares, enormes decorações florais, paramentos para os acólitos e até uma opa nova para o Padre.
Até a congrua era um cheque consistente...
Já mais tarde, eu mesmo participei nas actividades da Igreja, quer lecionando catequese, quer mesmo "Formação de Jovens"...
Fiz, inclusive, um curso de formação em teologia, no bispado...
Recebi todos os sacramentos, inclusive o Crisma.
Conforme ia crescendo, aprendendo e evoluindo, ia-me afastando da "praxis" católica, pelas incongruências que ia observando e por não poder concordar, de modo algum, com dois pesos e duas medidas, consoante se era "de dentro" ou dos "outros"!
Não...nunca fui vítima de um qualquer tipo de assédio.
Agora, já adulto, considero-me um homem de fé, se é que isso existe ou seja lá o que isso for.
Acredito em que exista algo, na realidade, mas que não passa, absolutamente, por um qualquer papado de pacotilha ou para os "media"...
Mas considero-me, também, um adulto lúcido e, como tal, incapaz de comungar com a hipocrisia reinante na igreja Católica.
Defendo uma Igreja de inclusão, capaz de receber, apoiar e acarinhar quem sofre e precisa de apoio...Refiro-me a todas as minorias e nessas incluo, inclusive, os homossexuais e os divorciados que, a partir do momento em que o são, deixam de poder frequentar a Igreja Católica e usufruir dos seus sacramentos, comunhão inclusive e, até, ser padrinhos de baptismo.
Eu sei...
Fui vítima disso ao não conseguir, na Igreja que o meu Pai ajudou a construir, que o meu irmão, apenas por ser divorciado, fosse Padrinho de baptismo da minha filha mais nova.
Defendo uma Igreja de inclusão, atenta e disponível para ouvir os pobres, os velhos e os doentes, tenham eles SIDA, tuberculose ou até uma fantástica herança para deixar à instituição.
Defendo uma Igreja que deixe de dizer aos jovens que a masturbação é um pecado contra a natureza e os castigue com um terço de penitência!
Defendo uma Igreja que aceite o matrimónio nos Padres, aqueles que o queiram, obviamente, até
como forma de combater o assédio sexual a crianças e jovens.
Defendo uma Igreja que coloque a mulher numa posição digna nas celebrações e no altar, se mais não for pelo acto de, através dela, se concretizar a procriação.
Defendo uma Igreja que aceite as música nas celebrações como forma de deixar entrar a alegria e tentar seguir um caminho de e para a felicidade!
Defendo uma Igreja em que os seus prelados não sejam ávidos pelas riquezas e vestes...relembro o facto de o Papa Bento XVI a partir do momento em que foi nomeado, uma das suas primeira atitudes oficiais ter sido escolher como sapateiro do Papa a casa Prada!
Defendo uma Igreja que seja, efectivamente, contra a fome no Mundo!
Defendo uma Igreja que proteja as mulheres da excisão!
Defendo uma Igreja que seja contra a Guerra!
Defendo, acima de tudo, meu caro Bisturi, uma Igreja de Paz e de Amor...uma Igreja de Afectos.
Precisamente por isso é que, neste momento, não posso, mesmo, deixar de ser anti-Igreja de hoje!

"SEXUALIDADES, AFECTOS E MÁSCARAS"-26ª emissão


Logo à noite, às 0.30, como de costume, na Porto Canal, irá para o ar mais uma emissão, a 26ª, do programa "Sexualidades, Afectos e Máscaras".
O tema de hoje será a segunda parte do "Medo do peso de dizer...AMO-TE!"
Muitas pessoas me perguntaram se hoje haveria emissão, tendo em conta que é Sexta-Feira Santa, mais especificamente Sexta-Feira de Paixão.
Porque não haveria de haver?
Sexualidades não são pecado!
Afectos não são pecado!
Falamos de nós próprios, do que nos é mais íntimo, da nossa essência, do nosso próprio ser e estar...
E isso não poderia ser pecaminoso...Nunca!
Até porque...Amar não é pecado!
E, muito menos, saber amar o poderá ser.
Até logo...

CENTRO CULTURAL DE BELEM


O Centro Cultural de Belém comemora hoje 15 anos de existência.
Iniciado em Setembro de 1988, da responsabilidade do arquitecto português Manuel Salgado em consórcio com o arquitecto italiano Vittorio Gregotti, apresenta, no momento, 3 dos cinco módulos inicialmente previstos...

-O Centro de Reuniões
-O Centro de Espectáculos
-O Centro de Exposições

Este equipamento cultural estende-se, hoje, por uma área de 97 mil metros quadrados, albergando actualmente o Museu Joe Berardo.
É uma bandeira iconográfica, sem dúvidas, do cavaquismo.

quarta-feira, 19 de março de 2008

SIDA


Lopez disse que a sexualidade moderna era "Juvenil, genital e heterossexual".
Apenas se esqueceu de acrescentar, na minha perspectiva...
"E sem doenças"!
Refiro-me, obviamente, às mais recentes notícias que vieram a lume nesta lusitânia de brandos costumes...
Falo do facto de idosos seropositivos estarem a ser recusados por lares subsidiados pelo Estado com alegação de falta de vagas ou de incapacidades estruturais.
Esta é uma forma de "discriminação camuflada"!
É uma outra forma de justificar o injustificável e agora penalizável por lei...a discriminação dos doentes com AIDS!
Mas agora há mesmo queixas referenciadas e identificadas, que deram entrada na Segurança Social, devidamente documentadas.
Ainda por cima em instituições financiadas!!!!
Faltam, ainda, os inúmeros casos que não chegaram a ser formalizados, por desconhecimento ou por falta de coragem.
Segundo o Instituo Ricardo Jorge estão sinalizados, até ao momento, 2.411 indivíduos seropositivos com mais de 55 anos de idade.
E esta é uma realidade incontornável!
A Sindrome de Imunodeficiência Adquirida seria expectável que viesse, mais tarde ou mais cedo, a atingir as faixas etárias limítrofes...e assim veio a acontecer e a uma velocidade notável.
A terceira e quarta idades, pomposamente designadas por gerontes, são faixas etárias complicadas porque mais fragilizadas pela própria idade, mas também com parcos interesses económicos devido à sua situação oficial de desvinculação laboral e, como tal, condicionadas por um determinado estatuto sócio-económico, vulgarmente designado "reforma"!
E, é preciso assumi-lo, não se tornam atractivos financeiramente!
Ainda por cima, também pela sua idade e pelo seu estatuto social, são um grupo social com fraca capacidade reivindicativa.
Mas esta pode ser uma falsa realidade porque ser velho não tem que ser sinónimo de doente e/ou de pobre.
De qualquer modo há um aspecto que tem que ser equacionado!
Ser velho tem que ser sinónimo de ser gente!!!
E, como tal, merecedor de carinho, de respeito, de atenção, de apoio, de dignidade...
Com direito a falar e a ser ouvido.
Ser velho, inclusive velho doente, independentemente de ser com SIDA ou não, é ter direito a ser e a estar!
É ter direito á vida, em dignidade.
É para estes casos, também, que o Estado se quer Social...ainda por cima quando se trata de um estado ideologicamente de Esquerda...ou, pelo menos, oficialmente.
Sim, porque a Esquerda tradicional, usa como bandeira, a solidariedade social, o facto de estar, pelo menos em teoria, sempre do lado dos pobres, dos velhos, dos doentes e dos desprotegidos!
Ou assim já não é José Sócrates? (desculpe lá mas não consigo tratá-lo por engenheiro, mesmo que com minúsculas...)
O importante é mesmo o novo aeroporto (esta semana é na OTA ou em Alcochete?) e o TGV!
Vergonhoso!!!
E qual é o papel da Igreja Católica nesta questão?
A Igreja não tem que estar, também por vocação, do lado dos desprotegidos?
A Igreja não deve ter, principalmente nestes casos, o papel de denúncia? Mesmo que alguns desses casos de rejeição tenham partido, especificamente, de instituições tuteladas pelas Misericórdias!!!
Na realidade, só me resta dizer...
Tudo está podre neste maldito canto pantanoso chamado Portugal!
Mas calma...
Vem aí a Semana Santa e obviamente que a Igreja se cobrirá de luto e de lamúrias arroxeadas e teatrais!
Fariseus!!!

terça-feira, 18 de março de 2008

BENTO XVI


Iupppiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!
Fantástico!!!
Ribombem tubas e trompetes...
Soem harpas!
Quero violinos!
E foguetes!!!!
Muitos!!!!!!!!!!!
Finalmente!!!!!!
Bento XVI aprovou o decreto que reconhece as "virtudes heroicas" do padre Joaquim Alves Brás, fundador do Instituto Secular das Cooperadoras da Família, obra criada para apoiar as empregadas domésticas. Este passa a ser, assim, o primeiro passo para a eventual beatificação do "apóstolo das empregadas domésticas"! De tão contente que fiquei, nem sequer vou comentar a designação "cooperadoras" que acho deliciosa...
E assim, de uma rajada, se resolvem os principais problemas e preocupações mundiais...
A fome em ÁfrIca!
A AIDS!
A excisão feminina!
Os abusos sexuais de crianças e jovens.
Os conflitos bélicos.
A violência doméstica!
As doenças!
A pobreza mundial!
Finalmente.
Compreendo e apoio, totalmente, esta decisão.
O Mundo estava parado aguardando que fosse nomeado este Apóstolo.
Agora sim...
Até a situação no Tibete vai melhorar!
Após isto, só falta, mesmo, bentinho ser também nomeado...
Que tal S.Bento...da Porta Aberta?!
Porquê este nome?
Sei lá!
Já há um?
Onde?
Há?!...
Demite-se!
S.Bentinho há só um...o da Prada e mais nenhum!

ALBERTO JOÃO JARDIM...


Alberto João Jardim comemorou ontem 30 anos de exercício de poder, ainda que insular.
Controverso?
Sem dúvida!
Desbocado?
Muitas vezes!
Agressivo e contundente?
Quase sempre!
Mas, apesar de tudo isto, o povo vota nele.
Eleição após eleição, Alberto João é sempre reeleito, habitualmente com confortáveis maiorias.
E não me digam que todo um povo é inculto, demagógico, corrupto ou alucinado, porque eu não acredito:
Nem me aleguem com a do outro, a do "défice democrático"! Este, pelo menos, nunca calcou, em público, a bandeira do seu País!
Se olharmos, de forma imparcial, para a Ilha da Madeira de hoje e a recordarmos há 30 anos atrás percebe-se, perfeitamente, porque é que Alberto João Jardim é sempre reeleito.
Por uma razão simples...porque tem obra feita...goste-se ou não do homem.
Acima de tudo Alberto João, como lhe chamam, de forma carinhosa, os conterrâneos, é um madeirense convicto, por opção e por devoção...e, acima de tudo, dotado de argúcia e de extraordinária inteligência.
Assim fossem outros, cá pelo continente e Portugal não estaria onde e como está hoje...

CAMPEONATO MUNDIAL DE ATLETISMO


Uma vez mais Portugal dominou no Campeonato Mundial de Atletismo em pista coberta para portadores de deficiências, este ano realizado em Tallin, capital da Estónia.
Para além de dominar, Portugal foi mais longe, tendo conseguido vencer os dois rankings...

- o de número total de medalhas (Portugal ganhou 24!!!!!)

- o de melhores medalhas (Portugal conquistou 8 de ouro, 6 de prata e 10 de bronze!!!)

Acresce a curiosidade de que, dos dez atletas que constituíram a comitiva, todos ganharam, pelo menos, uma medalha!
Como se já não bastasse, Portugal conseguiu, ainda, arrecadar o título de Melhor Atleta da competição com Lenine Cunha o qual ainda recebeu 8 medalhas...

- 3 medalhas de ouro(pentatlo, triplo salto e 4x200 metros)

- 4 medalhas de prata(4x400, 60 metros, 60 metros barreiras e salto em comprimento)

- 1 medalha de bronze(salto em altura)

E bateu dois recordes mundiais...

- O recorde do pentatlo
- O recorde dos 60 metros barreiras

Com este feito histórico a selecção nacional está de parabéns, com especial relevo para o selecionador nacional, José Costa Pereira mas, acima de tudo e de todos, para o meu querido amigo Lenine Cunha.
Dias antes da partida para a Estónia, lembro-me de, em conversa com Lenine, ele me referir a sua preocupação com esta deslocação, por se achar mal preparado e não na posse das suas melhores capacidades físicas.
Perante estes resultados e ainda por cima considerando-se reduzido, se Lenine se encontrasse no pico da sua preparação teria trazido na bagagem o quê...as medalhas todas?
Parabéns Lenine, de forma sentida, porque sei todas as dificuldades porque passaste, inclusive financeiras.
Apesar de tudo, parabéns Portugal.

domingo, 16 de março de 2008

PSD...


António Preto, deputado do PSD, cujo nome esteve envolvido num processo de corrupção em 2003,tendo sido apanhado numa escuta policial em que combinava o recebimento de uma mala de dinheiro de um empresário da Amadora, será o relator do novo projecto de transposição da directiva europeia de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo.
Suprema ironia?!...
António Preto pode estar totalmente inocente...
De qualquer modo, diz o povo que "Onde há fumo, há fogo" e "À mulher de César não basta sê-lo. É preciso parecê-lo!".
Assim sendo, parece ser uma ironia esta escolha.
Todavia não teria que ser uma inevitabilidade.
Se o sistema o escolheu, seja lá o que isso for, a ultima palavra seria, sempre, de António Preto sendo possível uma recusa.
Na mesma situação seria o que eu faria!
Mas, há maneiras muito diferentes de ser e estar...

"O que pensa sobre o Aborto?", perguntou o jornalista.
"Considero-o um péssimo Primeiro-Ministro e está a governar muito mal o País", respondeu Alberto João Jardim.
Inadmissível!!!
Eu não gosto de José Sócrates, nem sequer do seu Governo, nem tão pouco das medidas que tem levado a cabo e do projecto que aparenta ter para Portugal.
Mas defendo o diálogo sério, respeitador e digno entre as instituições.
Este tipo de afirmações levianas, desbocadas, ultrajantes e verdadeiramente obscenas são inadmissíveis!
Verdadeiramente inadmissíveis!!!

FREE TIBET - No Olympics in China until Tibet is FREE

Porque sou solidário e não esqueço o Tibete...

PRÉMIOS...

Este "blog" e eu, obviamente, recebemos novos prémios.
Já o disse e volto a afirmá-lo...
Estes prémios, pela sua existência virtual, apenas significam um acto de carinho.
Mas significam, também por isso, um reconhecimento do que se vem fazendo, há quase dois anos.
E isso, mesmo que virtual, pelo menos para mim que sou, orgulhosamente um Homem de Afectos, sabe-me muito bem.
Fico todo vaidoso e emocionado.
Sinto que recebi um carinho.
Precisamente por isso, uma vez mais, um Obrigado sincero.
Também por isso quero esclarecer porque é que tenho os prémios todos à vista...
E não numa moldura ergonómica.
Apenas e tão só por uma questão de prazer.
Por cada vez que abro o blog os poder ver e, como tal, me sentir acarinhado.
Será egoismo?
Quiça...
Mas refresca a auto-estima e, não é feito com mau intuito.
Assim sendo, ainda ali vão continuar, pelo menos até eu me cansar.
Mas, como é difícil cansar a tintilação da auto-estima...
Bem!
Passemos às nomeações...
Recebi...

Da Blue Velvet

O Prémio "Blog com Cabeça"


E o "Selo da Boa Amizade"
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Da This planet says

O "Prémio da Amizade"

O "Certificado de Blog"

O Prémio "Blog com Boas Energias"


E ainda...

O Prémio "Blogamizade"
O Prémio "Bom blog, porra"

O Prémio "Schmooze"

O Prémio "Blog del dia"


E agora sim, ficam as correcções feitas...

Todos os prémios recebidos já os tinha atribuído pelo que não os posso voltar a atribuir, com excepçao do Prémio "Blog com Cabeça" que atribuo a...
Não Incomodar
Coisas de Vidas
Essências

SOCRETINICES, UMA VEZ MAIS...


Porque estive invulgarmente ocupado esta semana tive que adiar o comentário a alguns acontecimentos nefastos na Socretinlândia.
Agora que em termos de ocupação tudo parece querer regressar à normalidade, urge comentá-los.
Assim, começo, pela questão que envolveu o Ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva e a sua recente deslocação a Chaves para uma reunião com militantes, vulgo campanha de esclarecimento para tranquilização das bases...
À entrada para a referida reunião sobre os três anos de Governo socialista, Santos Silva foi confrontado com uma manifestação, contestando o encerramento da Maternidade de Chaves.
Prontamente Santos Silva, no seu melhor, na linha de uma verdadeira "Diktat", acusou os manifestantes de estarem a levar a cabo uma intimidação anti-democrática e atribuiu o combate pela liberdade apenas a "históricos" do PS.
O ministro acusou os manifestantes de "nem sequer saberem distinguir entre Salazar e os democratas" por nem sequer terem "lutado contra o fascismo".
"A liberdade é algo que o País deve a Mário Soares, a Salgado Zenha, a Manuel Alegre... Não deve a Álvaro Cunhal nem a Mário Nogueira”, afirmou Santos Silva.
"O clima político que algumas pessoas estão a tentar desenvolver em Portugal é um clima de intimidação, é um clima próprio da natureza anti-democrática dessas forças”.
Nunca apreciei Álvaro Cunhal, assumo-o, porque sempre o achei tendencioso e com o único intuito de conseguir direccionar Portugal no sentido da política marxista-leninista. Todavia, sempre lhe reconheci responsabilidade no trajecto político de Portugal, e uma intervenção atenta, ainda que direccionada, logicamente, em todo o processo da Revolução dos Cravos.
O mesmo reconheço a outros democratas de Abril.
Tentar branquear a história, faz-me recordar a URSS e o branqueamento histórico feito, ao longo dos anos, a todos os políticos de fora do regime.
E a gravidade é que sei que Santos Silva o defende no seu âmago, exibindo tiques de um verdadeiro ditador de pacotilha, ainda que ao serviço da Esquerda.

Sobre a Marcha da Indignação e respectivo sucesso, em termos de participação, fico revoltado com a tentativa de regresso à ribalta de figuras que pensava que o tempo já tinha posto definitivamente na prateleira.
Refiro-me a Emídio Rangel, o eterno pseudo profeta das "ondas televisivas" e às declarações que prestou ao "Correio da Manhã".
“Faz-me lembrar os hooligans quando há uma disputa futebolística em causa. Chegaram pela manhã em autocarros vindos de todo o País, alugados pelo Partido Comunista. Vestem de preto e gritam desalmadamente.
Confesso que tenho vergonha destes pseudoprofessores que trabalham pouco, ensinam menos, não aceitam avaliações e transformaram-se em soldados do Partido Comunista, para todo o serviço.”
Rangel no seu melhor, inclusivé em termos gramaticais, ainda que totalmente desfasado da realidade, quiça por causa do processo de distanciamento do real a que foi obrigado pelo lutas de poder nos "media".
Sempre que vejo ou leio Rangel lembro-me do escândalo que o envolveu e à também desaparecida Pipinha Garnel e ao editor do jornal "Semanário"!
Mas quem ressuscitou Rangel?
Com que intuito?
Ou foi uma tentativa de renascimento agora que se fala no 5º canal generalista?
Mas alguém diz ao homem que o tempo dele passou?
!00.000 professoras na rua...são resultado de "aggiornamento" do PCP?
Oh Rangel, mas você ainda sabe o que diz homem?
Que sabe você da realidade do meio do ensino em Portugal?
Ok...
Eu compreendo...
Anda destroçado...
Pois...são os Afectos!

E agora, por último ainda que não em último...
As duas mais recentes vocações do governo da Socretinlândia...
As duas grandes e mais recentes vocações nacionais!
O País acordou, finalmente.
Apercebeu-se que as duas grandes preocupações portuguesas são os cães e os "piercings"...
Senão vejamos...

O Governo pretende proibir a importação, reprodução e criação de sete raças de cães consideradas perigosas e de todos os animais que resultem do seu cruzamento com exemplares de outras raças.
E fez disso desígnio nacional.
O Ministério da Agricultura anunciou que foi solicitado um estudo sobre as raças, consideradas de risco, nomeadamente "Pit Bull, Rottweiler, cão de fila brasileiro, dogue argentino, Staffordshire Terrier americano, Staffordshire Bull Terrier e Toza Inu", tendo sido emitido um despacho que obriga os donos a procederem à sua esterilização, no prazo de dois meses, pelo que passa a ser proibida a reprodução destas raças.
Compreendo o dito princípio.
Até porque não têm sido tão raros os casos de crianças e adultos atacados por este tipo de animais, em Portugal.
Não me parece, contudo, que com o estado da Socretinlândia, deva ser este um dos mais recentes desígnios nacionais.
Todavia, vindo do Ministério da Agricultura, prefiro este tipo de iniciativas do que o recente conflito com o lider do PP, Paulo Portas, que adquiriu contornos de peixeirada...

E com honras de encerramento...
Foi apresentado pelo Partido Socialista, no Parlamento, um projecto de decreto-lei, que proibe a colocação de "piercings" na língua e na boca, bem como "na proximidade de vasos sanguíneos, de nervos e de músculos", o que inclui, obviamente, os orgãos genitais.
Aliás, tendo em conta que o corpo humano é uma totalidade de vasos sanguíneos, nervos e músculos e que não conheço nenhum segmento de tecido humano que não tenha que ser enervado e irrigado, se o projecto de decreto-lei for aprovado nestes termos, proíbe a total colocação de "piercings"...
A multa, para quem transgredir, irá dos 2.490 aos 44.890 euros.
Devo dizer que não sou adepto de "piercings".
Não lhes acho piada absolutamente nenhuma, nem sequer lhes consigo visualizar a sensualidade, erotismo ou beleza.

Todavia, reconheço o direito de liberdade e, principalmente, de escolha, em proveito próprio.
Pergunto-me se esta não poderá configurar uma grave violação dos Direitos, Liberdades e Garantias dos Cidadãos.
Mas como o povo tudo acata...
Até quando?

PORTUGAL FASHION


Meninas e Meninos!
Senhoras e Senhores!
Gente conhecida, menos conhecida, desconhecida!
Entrem!
Entrem todos!
O Circo vai começar!
É Portugal a tentar ser fashion.
Pode ser analfabeto.
Pode ser pobre.
Pode ser doente.
Isso não interessa.
Hoje, não interessa!
Porque o Circo vai começar!
É Portugal no seu melhor...
Poderia ser assim anunciado o evento.
Porque de uma feira se trata, na realidade, de um qualquer circo, supostamente verdadeiro, agora que até a tenda já está montada.
Portugal, no seu melhor, assiste, saloio, deslumbrado, invejoso, à feira das vaidades...obviamente que a uma feira, à nossa dimensão, adequada à nossa portugalidade, principalmente ao ser e estar português que hoje vive, frugalmente, porque sem verba e de aparências. Vive e tenta sobreviver de um suposto glamour que não brilha porque baço, já gasto...deprimentemente gasto. Mas essa idiossincrasia é fruto da nossa realidade e da nossa carga genética.
Porque somos do Fado!
Porque somos o Fado!
Porque nos achamos cobertos de negro, de xaile trajados mas, acima de tudo, cobertos de negro, de um negro que nos vem de dentro.
Temos medo de sorrir.
Temos medo de viver.
Temos medo de ser, receosos de ter que se cumprir Portugal.
Mas Portugal vai ter que se cumprir, um qualquer dia que seja, se mais não for, por uma questão de justiça...por uma questão de dignidade.
Mas regressemos à feira das vaidades, das nossas vaidades, no nosso Portugal de 2008 que já nem se esforça por fingir ser fashion.
E aqui tudo desfila!
Actores e público... tudo gente de Máscaras.
Tudo gente com Máscaras!
Máscaras com rostos, mas sem nome, porque aqui os nomes não interessam e as Máscaras, desfilam. Os nomes, esses, existem e estão lá, mas invisíveis, porque não interessa que se tornem visíveis. A visibilidade dos nomes traria atrás de si as respectivas realidades e essas incomodam porque são reais, sem disfarces e ardem e doem e, nesta feira das vaidades, a realidade, a verdadeira, a palpável, a intransponível, não existe ou, pelo menos, não interessa que exista.
Máscaras com corpo...cabeça, tronco e membros.
Todos diferentes, todos iguais.
Impávidos, mas não serenos, porque por detrás da Máscara existe a realidade, de cada um, quantas vezes sofrida, viciada, ainda sobrevivente. Até quando?...essa é uma questão de somenos importância, pelo menos para quem desfila, quando desfila. Porque aí, o que interessa, verdadeiramente, é a Máscara...mas até quando?
Até quando conseguir ser.
Até quando puder ser.
Até quando aguentar ser, obviamente.
Todos diferentes, todos iguais...os rostos.
Todos diferentes, todos iguais...os corpos.
Belos, perfeitos, mas sem cor, sem ânimo, sem graça, sem vida...os que desfilam.
Porque essa, a vida, aqui...não existe.
Todos diferentes, todos iguais...os rostos.
Todos diferentes, todos iguais...os corpos.
Feios, imperfeitos, mas sem cor, sem ânimo, sem graça, sem vida...os que assistem.
Todos diferentes, todos iguais...os trajectos de vida.
Muitas vezes sofrida, ávida de alegria, enojada de esgares que se compram e se vendem, sempre iguais...e vazios.
Esgares de plástico que se exibem, nesta feira de vaidades prostituída.
Máscaras de realidades desconexas!
Homens, mulheres, rostos, máscaras...
Indecisos, imprecisos, não concisos!
Nesta feira das vaidades eles e elas desfilam, estetas, profetas de plástico, arautos do nada.
Porque nesta feira das vaidades o nada existe... oco, vazio, asfixiante, enorme!
Máscaras anónimas, impávidas mas não serenas.
Portugal no seu melhor...a fingir.
A fingir que existe, o que é triste!
Manuel Damas in "O Primeiro de Janeiro" a 16-3-2008

sábado, 15 de março de 2008

"SEXUALIDADES, AFECTOS E MÁSCARAS"-25ª emissão


Ontem foi para o ar, às 0.30, na Porto Canal, como já vem sendo hábito desde Setembro, mais uma emissão, em directo, desta vez a 25ª, do "Sexualidades, Afectos e Máscaras".
O tema foi..."O medo do peso de dizer...Amo-te!".
Genericamente, o medo que hoje em dia existe, concreto, de verbalizar, assumir e integrar um Afecto tão forte como é o Amor.
Numa sociedade de plástico, como a de hoje!
Numa sociedade em que o hoje rapidamente se transmuta em ontem, a correr na sua rapidez fulgurante!
Numa sociedade em que o Amor fragiliza, porque sensibiliza, porque expõe, porque revela...precisamente num cenário em que a fragilidade se torna, rapidamente, um "handicap" pesado!
Era um tema polémico, sem dúvida, como têm sido os últimos temas.
Com muito para dizer, diversas especificidades e muitas vertentes.
Que se traduziram, também, em inúmeras chamadas e mensagens que, desta vez, se estenderam do Minho ao Algarve, passando pelas Ilhas.
É um sinal de que o programa está a conseguir cumprir a sua principal finalidade ou seja, fazer pedagogia, participante e participada, na área das Sexualidades e dos Afectos.
Também por isso e porque este é um espaço de tertúlia que vive para e pelos espectadores, foi decidido que, na próxima sexta-feira, iria para o ar uma nova emissão dedicada ao mesmo tema.
De qualquer modo, se não viu, tem uma segunda oportunidade, no Domigo, à mesma hora, ainda que, em diferido.

sexta-feira, 14 de março de 2008

PORTUGAL FASHION 2008


Fui ontem à inauguração do Portugal Fashion 2008.
Há já muito que tinha intenção de o fazer mas ainda não se tinha proporcionado a ocasião associada à vontade.
Este ano, os dois factores juntaram-se e acabei por ir.
E achei piada ao que vi...e como vi.
Nesta primeira noite desfilaram as criações de Sofia Almeida, um desfile da Indústria ( Celtic Jeans, Concreto, ID Values, Orfama e Paula Borges ) e, por último o desfile de Louis da Gama.
Achei interessantes os rituais.
As pessoas aguardavam com alguma ânsia e nervosismo para entrar.
O horário que não foi cumprido tendo existido atrasos inexplicáveis. Era já altura de que em Portugal se percebesse que "l'esprit de vedette" não obriga a desleixo, nomeada e especialmente em termos de horários.
É o público que faz os estilistas, as modas, os modelos e, como tal, deve ser respeitado.
E esse mesmo respeito passa, também, pelo cumprimento escrupuloso dos horários!
Um batalhão de seguranças...sinceramente não percebi porquê...
Receio de algum atentado da Alqaeda?
Em Vila Nova de Gaia? Por favor...
Um outro, bem maior, batalhão de jornalistas, a dar o ar cosmopolita ao cenário...
Uma horda de flashes...os ruídos, os cheiros, as posturas, os olhares...muito nova iorquino, ainda que sem o mesmo "glamour"...
Depois, a assistência...
Entidades, algumas, em pose, com ar compenetrado e responsável.
Depois um aglomerado de, teoricamente, "beautiful people"...mas muito teoricamente! Nomes e caras das revistas cor de rosa, nem um...
A crise a fazer das suas...
Uma agradável e inesperada maioria de homens entre a assistência...Esperava uma maioria feminina, sem nenhum cariz depreciativo, obviamente.
Depois, as colunistas das revistas" pink", muito compenetradas do seu papel, até porque tiveram direito à primeira fila...
Ainda que eu não me possa queixar...
Mas achei caricato o ar supostamente "blasé"...Algum enfado postiço. Gente a pôr-se em bicos de pés, sem razão ou motivo para tal.
A tenda, espaçosa, muito na linha das "Cibeles"...
A decoração sóbria mas interessante, muito minimalista, em tons de preto. Não percebo, contudo a necessidade de colocar a "passerelle" demasiado abaixo da linha de visão do público, obrigando a um esforço desnecessário para poder apreciar o calçado.
O som ambiente de tenebrosa qualidade, cheio de ruídos parasitas. Inesquecível pela péssima qualidade.
As colecções arrojadas e interessantes ainda que não tenha gostado da apresentada por Louis da Gama que, apostando nas rendas e bordados franceses "fin de siècle" exagerou na procura do espírito "vintage"!
Interessante a da Paula Borges, patrocinadora do "Sexualidades, Afectos e Máscaras", a exibir trajes já usados pela Maria José Guedes. Uma simpatia...
Por último, uma referência aos modelos.
Os masculinos a passarem com sobriedade, uma postura algo distante, muito em voga. Gente bonita.
As femininas, uma grande parte delas, com um andar tenebroso, a fazer lembrar avestruzes.
Impensável!
Dir-me-ão..."quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão?"
Respondo que nunca fui modelo, ainda que tenha estado algum tempo intimamente ligado ao Mundo da Moda por questões afectivas.
De qualquer modo, tenho sentido crítico e costumo assistir a algumas passagens estrangeiras e nunca vi semelhante andar.
Um atirar de pernas desengonçado para a frente e um quase esquecer do tronco atrás...Fiquei muito tempo à espera de as ver abrir as asas, levantar voo e grasnar!!!
Alguém que diga aquelas meninas que é feio, fica demasiado desengonçado e caricato...
Hoje nova série, a que só poderei assistir parcialmente, uma vez que tenho um programa de televisão para fazer, em directo.
Mas, amanhã há mais...
E com as passagens, novos "posts", que isto também são Máscaras!