terça-feira, 31 de março de 2009

A IGREJA CATÓLICA EM POLVOROSA...


A Igreja Católica anda em polvorosa...
O périplo do Papa por África, iniciativa que teria sido agendada com intenção ecuménica mas, também, de marketing, acabou por se tornar uma enorme dor de cabeça.
Após as declarações desastrosas e vazias de conteúdo científico de Bento XVI, acerca do preservativo e da SIDA, diversos prelados de relevo sentiram-se obrigados a vir a público tentar ajustar as declarações infelizes do Papa.
Quando o Papa diz "Não se resolve o problema da SIDA com a distribuição de preservativos. Pelo contrário, o seu uso agrava o problema" deveria saber que estava a ser impreciso científicamente, dogmático e a estragar, com uma declaração errada, muito do trabalho que as mais diversas ONG's têm vindo a travar, nomeadamente no continente africano, com a OMS à cabeça.
Logo a prelatura mundial decidiu acorrer em massa, tentando redireccionar as declarações do Sumo Pontífice.
Nesta fúria proteccionista do prelado, Portugal não fugiu à regra.
Mas também no caso português as intervenções têm sido desarticuladas e criadoras de ruído.

Assim, segundo o Bispo de Viseu, D.Ilídio Leandro, as pessoas infectadas com o virús da SIDA e com vida sexual activa devem usar preservativo.
"Têm uma obrigação moral de se prevenir e de não provocar a doença na outra pessoa(...)Há a obrigação moral de usar o preservativo".

Por seu lado, o Bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal, defendeu que "proibir o preservativo é consentir na morte de muitas pessoas".

O Bispo do Porto, D.Manuel Clemente, disse que "A grande solução para o problema da SIDA é comportamental.(...)Temos de considerar o que são expedientes (o preservativo), que terão cabimento nalguns casos, com a solução, que é do género comportamental".

Será que, com toda a confusão que grassa entre os responsáveis oficiais do dito "Reino de Deus", alguém se entende?
Por mim, chega de patetices!

APF


"Gravidez e maternidade adolescente - direitos humanos e saúde sexual e reprodutiva" é o título de um documento da autoria da APF, integrado no projecto ROSA (responsabilidade, oportunidade, solidariedade, acção).

Entre os dados mais relevantes o estudo revela a diminuição do número de bébés nascidos de mães adolescentes, de 6,24 em cada 100 em 2000 para 5,04 em 2005.
Apesar dos resultados apresentados por este estudo serem de aplaudir, Portugal ocupa, ainda, o 2º lugar na lista dos paises da UE a 15, no que se refere aos casos de gravidez na adolescência.
Acresce que estes dados podem estar a ser subavaliados, uma vez que não contabilizam os diversos casos de aborto clandestino.
Uma vez mais, agora também com este estudo, é revelada a premência da institucionalização da Educação Sexual nas Escolas, sem demagogias nem tibiezas.
Até quando?

segunda-feira, 30 de março de 2009

RELATÓRIO DE (IN)SEGURANÇA INTERNA 2008


Foi tornado público, finalmente, o Relatório de Segurança Interna, referente a Portugal e relativo ao ano de 2008.
E os resultados são preocupantes...

Criminalidade violenta - +11%

Apreensão de droga - +16%

Carjacking - + 22%

Violência doméstica - + 32%

Assaltos a residências - + 33%

Em média registaram-se, em 2008, mais de 1.100 crimes/dia


Com resultados como estes, é chegada a altura de pensar que começamos a assistir a uma brasilização da sociedade portuguesa?
Sinceramente acho precoce querer comparar estes dados com o índice de criminalidade violenta que o Brasil regista.
Mas estes são dados preocupantes, muito preocupantes mesmo.
Por isso o Ministério da Administração os reteve até ser politicamente impossível não os publicar...
O Ministro da Administração Interna e, secundariamente, o Primeiro Ministro necessitam, urgentemente de reflectir sobre a questão do aumento expressivo da criminalidade em Portugal!

domingo, 29 de março de 2009

SAM


Vínhamos numa auto-estrada do Norte.
Eram quatro horas da manhã.
Ao chegarmos à portagem, estendi maquinalmente o cartão ao funcionário da Brisa e ouvi...
"Estou aqui consigo e estou ao mesmo tempo a ouvi-lo na televisão...Gosto muito do programa!"
Fiquei estonteado e assustado.
Nos últimos tempos tem sido assim, diariamente e nas mais improváveis situações.
Uma vez mais fiquei preocupado e quase assustado com a responsabilidade que sobre mim, sobre nós pesa, relativamente ao "Sexualidades, Afectos e Máscaras".
Não me considero um profissional irresponsável, bem pelo contrário.
Penso que, por vezes, sou quase obsessivo, também nesse aspecto.
Mas a magnitude do alcance do "SAM" obriga-nos a ter sempre e cada vez mais precaução na qualidade da mensagem que transmitimos e na enorme responsabilidade que é falarmos com e para largas dezenas de milhares de pessoas, segundo os relatórios de audiências.
Mas, de repente, senti a tua mão na minha e olhei para o lado.
Tinhas um sorriso tranquilo, orgulhoso, presente, feliz.
Parecias dizer com o Poder do Olhar...

"Não te preocupes.
Está tudo bem.
Estou aqui ao teu lado..."

Senti-me feliz, tranquilo e em paz.
E lá continuámos viagem, de mãos dadas e sorridentes....

ÁCIDAS E BREVES


Dizia a notícia...
Os lucros da banca em Portugal caíram 404 milhões de euros, em 2008.
Li, reli e fiquei, realmente, preocupado.
Uma queda de lucros violenta.
Imaginei o sério distúrbio que tal queda drástica causaria na estabilidade financeira do País, já por si debilitada e, nesta fase de crise mundial, bem mais exposta e deficitária.
Mas decidi reler a notícia em detalhe.
Já imaginava eu um cenário dantesco, com milhares e milhares de novos desempregados, com uma crise ainda mais escancarada e com os portugueses a definharem...
A ideia de uma verdadeira islandização assaltou-me...
Afinal...
A verdade da notícia é que a banca portuguesa em 2008 conseguiu lucros de 2.052 milhões de euros, perdendo cerca de 404 milhões de lucros relativamente aos valores do ano anterior.
Lucros de mais de dois biliões de euros em 2008????
Mas afinal neste País anda meio mundo a gozar com outro meio?????
Assistimos, cada vez mais, em Portugal, aquilo a que eu chamo o poder de tasca!!!!
Uma vez mais afirmo que este País se está a tornar num bordel mas, pior do que isso, é estarmos transformados num bordel de terceira ou quarta qualidade!
É vergonhoso!
É indigno!
É grotesco!
É nojento!!!!!

sexta-feira, 27 de março de 2009

TV


Novo dia de maratona televisiva.
Assim, às 20.15 estarei, em directo, na Porto Canal, no programa "Porto Alive", com a Maria Cerqueira Gomes, na que será a minha décima terceira participação, como sexólogo residente do programa.
Hoje o tema a abordar serão as declarações do Papa Bento XVI acerca do uso do preservativo.
Bento XVI disse explicitamente...

"Não se resolve o problema da SIDA com a distribuição dos preservativos.
Pelo contrário o seu uso agrava o problema!"

Isto quando...
Há 22-25 milhões de vítimas da SIDA em África.
Em 2007 morreram 1,3 milhões de pessoas e surgiram 1,7 milhões de novos infectados em África!
67% dos 31,9 milhões de infectados com o virús da SIDA vivem na África sub-sariana.
3/4 das mortes, em 2007, provocadas pela SIDA foram na África sub-sariana.

São declarações gravíssimas que urge rebater e que já desencadearam as mais diversas reacções de contestação, inclusive por parte da Organização Mundial de Saúde, vulgo OMS.
Este programa será uma nova oportunidade para fazer pedagogia, de forma serena e tranquila, mas científica e, acima de tudo, sem pudores nem tabus.
Depois, à 1.00, irá para o ar, também na Porto Canal, novamente em directo, com a duração de uma hora, a 71ª emissão, do "Sexualidades, Afectos e Máscaras" com a Maria José Guedes.

O tema de hoje será, de novo, "O poder do olhar".
Muito mais do que tudo o olhar pode ser o princípio.
O olhar meigo.
O olhar de desejo.
O olhar enamorado.
O olhar que ama.
O olhar que beija, em forma de pétalas que acariciam quem é amado...
Enfim...o Olhar...e o seu enorme poder.
Que pode ser constructivo...mas que pode ser destructivo.
Enfim...o Poder do Olhar.
Um outro tema, diferente, a ser abordado com clareza, de forma informal, mas tentando trabalhar, em estilo tertuliano, com os nossos espectadores.
Porque este é o Mundo do dia a dia, a vida real.
Será um programa e um tema que recomendo vivamente.
A intenção será, uma vez mais, efectuar uma abordagem com a frontalidade obrigatória que os espectadores exigem e merecem.
A motivação é, acima de tudo, tentar dialogar sobre o tema.
Estão, assim, criadas duas janelas de oportunidade, ainda que diferentes e com um registo obrigatóriamente dispar, até porque direccionadas para públicos alvo não semelhantes.
São dois programas, duas oportunidades, com especificidades próprias para, em contexto televisivo e em directo, abordar questões, na área das Sexualidades e dos Afectos, nomeadamente a nível da intimidade e da afectividade.
Será, novamente, uma sexta-feira passada a correr mas, obviamente, com enorme prazer.
Creio que, às duas da manhã, quando abandonar as instalações da televisão, sairei cansado mas, acima de tudo, com a noção do dever cumprido e, já, ansioso pela próxima maratona televisiva...
Sairei a correr, esta semana, para estar presente na Festa de Angariação de Fundos da Marcha do Orgulho LGBT do Porto, a ter lugar na Discoteca Pride, na Rua do Bonjardim.
Faço questão em estar presente, não só mas também porque fomos, de novo este ano, convidados, eu e a Maria José Guedes, para sermos Padrinhos Oficiais da Marcha.
Esta sexta-feira será, sem dúvidas, um dia de loucos...

quinta-feira, 26 de março de 2009

ÁCIDAS E BREVES

Anda a GALP a tentar lançar a campanha "Divida o carro"...
Percebe-se que a intenção é racionalizar os recursos e os custos, nomeadamente em termos de transportes, dos portugueses.
Percebe-se, também, a preocupação em termos ecológicos, no que concerne à poluição.
Percebe-se, até, o intuito de tentar combater a crise económica que o país atravessa, agravada pela crise internacional, tentando reduzir despesas.
Mas estamos em Portugal, senhores!
E somos portugueses!
Todos sabemos que as principais prioridades da população, no sentido da satisfação das necessidades, são a compra de carro e de casa, próprios.
E estes anseios são reais e quiça legítimos...
Além de que somos uma população de supostos cinzentos, tristes, quase amargurados, ciosos dos seus bens.
Por isso creio ser difícil esta campanha poder vir a ter sucesso, em termos de resultados concretos.
Prevejo uma muito fraca ou quase residual adesão...
A ver vamos!

quarta-feira, 25 de março de 2009

SOCIEDADE MALDITA


Ontem estive na Casa de Cedofeita, na Associação CrescerSer.
A Associação Crescer é uma Instituição Particular de Solidariedade Social vocacionada para a protecção de crianças e jovens.
Fui convidado para falar aos monitores sobre Sexualidades e, acima de tudo, ouvir as suas dúvidas, os seus problemas, as suas hesitações e tentar aconselhar, em termos de estratégias a adoptar na abordagem das problemáticas sexuais destas crianças e jovens.
Levei uma apresentação a que chamei "Diálogos sobre Sexualidades", com o intuito de deixar algumas mensagens, lançar provocações e "quebrar o gelo".
Era uma palestra/conversa que estava planeada demorar uma hora e meia e que acabou por se prolongar durante 3 horas e meia.
Foi um trabalho que considerei muito produtivo porque estive no terreno a ouvir relatos muito pessoais e casos dramáticos.
Quando saí vinha estourado porque tinham sido horas de trabalho extenuante, profundo mas sofrido e vivenciado, rasgado na pele.
Mas vinha, também, debilitado e, acima de tudo, muito mas muito triste...
Ouvi e tomei conhecimento de casos que, muitas vezes, me fizeram vir lágrimas aos olhos.
Saí revoltado com esta sociedade que passa do Twitter aos casos de crianças e adolescentes que manifestam o seu afecto, de forma traumatizada e sofrida, através de comportamentos altamente erotizados, porque foi assim que foram ensinados/abusados!
Já sozinho acabei por chorar...
E recordei a frase de um amigo meu quando, após desabafar comigo, me disse "Estou a ser egoista. Estou a passar para as tuas costas a minha dor, esquecendo que agora tu a vais carregar. Imagino a quantidade de diferentes e diversos sofrimentos que carregas às costas"!...
Já estou habituado, respondi.
Mas, mesmo sendo esta, também, a minha profissão há momentos em que resvalo...

terça-feira, 24 de março de 2009

COMO MACACO NUMA JAULA...


Hoje senti-me um verdadeiro macaco numa jaula.
Andava eu num Centro Comercial conhecido da cidade e apeteceu-me fumar um cigarro!
Pois...
Que isto dos vícios, ainda por cima daqueles que teoricamente matam, também doi e faz sentir a necessidade nos locais, nos momentos e nos ambientes mais estranhos.
Mas eu, que até me considero um homem bem informado, sabia de antemão que os Centros Comerciais, receosos de afastarem os consumidores/clientes, tinham contornado a Lei, estruturando locais próprios para o consumo, com alguma comodidade.
Como tal, eis-me a procurar o dito local...
E como "quem tem boca vai a Roma", vox populi dixit, lá almejei descobrir o local onde seria possível a concretização e satisfação do meu hábito tabágico.
Sim que eu apenas fumo cigarros e nada mais...isto, obviamente, no âmbito das minhas dependências farmacológicas.
Bem, mas continuemos porque isto de escrever em português e para portugueses tem muito que se lhe diga e eu, quando sinto a veia pulsante, a da escrita, obviamente, dou corda à coisa e com dificuldade me consigo focalizar e manter seguindo aquilo a que o outro, pomposamente, chamou "fio condutor"...
Descobri um recanto, algo evidente, diga-se, e foi ufano que conclui não ser o único depravado neste mundo de realidades virtuais todas sempre correctas e inofensivas, isto dito em abono da verdade, digo falsidade, digo do politicamente correcto.
Bem...
Lá voltei eu a tergiversar...
Mas continuemos.
Lá entrei no dito espaço e ufano fiquei, como dizia acima, por não ser o único viciado em satisfação da sua necessidade também fisiológica, que não as outras bem mais imperiosas e algumas bem mais pecaminosas.
Lá entrei e acendi o cigarrito, vector do meu prazer.
Será conveniente informar que fumo marca estrangeira, como bom português, mas com um grau de nicotina bem fraco para a maioria dos comuns mortais...Mais especificamente 4 mg de Alcatrão, 0,4 mg de Nicotina e 5 mg de Monóxido de Carbono.
Chinês, dir-me-ão.
Pois.
Mas eu que sou Médico e não Licenciado em Medicina, que tem diferenças e muitas, sei da arte e posso dizer-vos que não é muito...é quase nada, mesmo.
Ok!
Eu sei que mata!
E também já sei que mata, de forma directa ou indirecta.
Mas também sei que todos temos de morrer, de uma forma ou de outra e ninguém, por mais sadio e escorreito que tenha sido na sua vida pregressa ficou cá para contar...que conste!
Bem...
Mas continuemos que isto de estar feliz é perigoso e apetece estar aqui a escrevinhar, dito digitar modernamente, infinitamente.
Pois estava eu, com mais meia dúzia de companheiros e companheiras e até, quiça, companheir@s de vício, quando me comecei a sentir estranho...
Não é que muitos portugas passavam e olhavam e alguns desdenhavam, do alto da suma importânia de não fumadores, ainda que antigos ou recentes?!
Ok...não chegaram a apontar com a unhaca negra e um esgar desdentado e barba por fazer...mas pouco faltou!
Senti-me olhado...não da forma apreciativa que faz bem à auto-estima mas daquela que deita abaixo qualquer idolatria narcisista que venhamos alimentado.
Senti-me exposto em Praça Pública, quase desnudo e, acima de tudo, gozado e vilipendiado.
Senti, então sim, a sensação que sente o macaco na jaula...quiça pior porque o macaco, que se saiba, não pensa assim tanto como se supõe...
Mas que gaita!
Eu até pago os meus impostos!
Não sou cidadão de segunda e muito menos de terceira.
Até faço, pela Humanidade, muito mais do que outros fariam.
Sim, porque isto de ser Médico e Professor Universitário, aturando as criancinhas filhas de outros, que não minhas, nem sempre é fácil até porque as ditas criancinhas nem sempre são as mais bem educadas ou as mais civilizadas.
E ainda por cima Sexólogo...ou seja, aquele tipo que tenta ensinar a dar e a ter prazer aos outros, que não em próprio proveito...
Ainda por cima também o faço em televisão o que me expõe bem mais do que aos outros vulgares mortais...
Assim sendo, porque me senti, no momento, desprezado, insultado, vilipendiado, olhado com desdém, com uma sobranceria ridícula e mesquinha, típica de português?
Mas nem me posso queixar muito...
Ninguém me atirou amendoins, nem sequer moedas para me fazerem tocar qualquer sineta virtual.
Nem sequer uma bananita, para acompanhar o cigarrito
Mas será que qualquer dia virão trazer criancinhas ranhosas e chorosas para verem aqueles "animais" que fumam, qual visão dantesca?
Virei a ser o papão, o monstro, não das bolachas mas dos cigarros?
Recuso!
Formal e veementemente!
Não roubei!
Não matei!
Não assediei!
Apenas fumo...e apenas cigarros!
Maldita seja esta maneira tão mesquinha de ser português...

segunda-feira, 23 de março de 2009

DI



Tenho que assumir...
Nos últimos tempos tenho descurado este blog.
Porquê?
Talvez por uma coisa que muitos fazem e eu tenho, nos últimos tempos, esquecido...
Tentar ser feliz.
Agora é a vez e o momento de olhar para mim, com tempo, com vontade, com tranquilidade e paz e ganhar tempo a olhar para dentro de ti...
Por isso tenho descurado o SAM.
Não para o fechar, obviamente.
Mas esta é a hora, o momento, a oportunidade de dar tudo por tudo, contigo, para tentarmos ser felizes...
E vamos ser...até porque já o somos.
AMO-TE DI!

TWITTER


Estão na Moda.
São as chamadas redes sociais virtuais.
Refiro-me a ferramentas como o Hi5, o Twitter, o Facebook, o My Space, entre outras, muito em uso na Internet.
São instrumentos que, em termos virtuais, permitem o conhecimento, o convívio e a interacção entre pessoas.
Ainda que de forma virtual.
Até aqui nada a opor, em princípio e de relevância.
O que me induz a escrever sobre esta questão não é o facto de as pessoas cada vez mais optarem por interagir à distância, em termos virtuais em detrimento, entre outras coisas, da capacidade de ver, de ouvir, de tocar, ao vivo e in loco.
Não é essa questão que me impele, para já.
Na realidade o que motiva este post é, especificamente o Twitter.
Este permite a conversa em tempo real, em doses de 140 caracteres.
Relativamente a este utensílio, começa a incomodar-me, seriamente, que esteja a ser usado, quase em permanência, por uma grande maioria dos Deputados da Assembleia da República, se não a totalidade.
E durante as sessões parlamentares.
Na realidade tem-se vindo a tornar moda os Deputados portugueses brincarem, provocarem, insultarem, elogiarem, entre si, usando o Twitter, durante o trabalho parlamentar!
E essa questão incomoda-me verdadeiramente!
Mas os Deputados não são pagos para contribuir, em conjunto, para a melhoria do País?
Não são pagos para se preocupar com o estado de vida e as condições da população portuguesa?
Não são pagos para tentarem melhorar a realidade nacional, através da construção de propostas e de leis capazes de resolver os problemas da população?
Ou serão pagos para, uma vez mais, denegrirem a imagem que o público deles tem, com isso afastando os eleitores das instituições e, acima de tudo maculando a sua imagem, o seu papel, a sua função e a sua importância?
Haja moralidade!
Haja decência!
Haja vergonha!

sexta-feira, 20 de março de 2009

TV


Novo dia de maratona televisiva.
Assim, às 20.15 estarei, em directo, na Porto Canal, no programa "Porto Alive", com a Maria Cerqueira Gomes, na que será a minha décima segunda participação, como sexólogo residente do programa.
Hoje o tema a abordar será "a Crise e a Sexualidade".

Trata-se de um tema polémico e fracturante, que urge dismistificar.
A Crise está aí...
É uma realidade.
E é impensável conseguir excluir o problema e as suas interferências e as condicionantes em termos de relacionamento afectivo e, mais ainda, no que concerne ao desempenho sexual.
É impensável conseguir ser meigo, afectuoso, erótico, sensual estando preocupado com questões tão simples e ao mesmo tempo tão importantes como o pagamento de despesas básicas implícitas ao funcionamento diário do ser humano..
Também esta é uma questão que interfere com o desempenho na área das Sexualidades e dos Afectos.
São questões e aspectos prementes, para quem quer dialogar sobre Sexualidades e Afectos.
Este programa será uma nova oportunidade para fazer pedagogia, de forma serena e tranquila, mas científica e, acima de tudo, sem pudores nem tabus.
Depois, à 1.00, irá para o ar, também na Porto Canal, novamente em directo, com a duração de uma hora, a 70ª emissão, do "Sexualidades, Afectos e Máscaras" com a Maria José Guedes.

O tema de hoje será "O poder do olhar".
Muito mais do que tudo o olhar pode ser o princípio.
O olhar meigo.
O olhar de desejo.
O olhar enamorado.
O olhar que ama.
O olhar que beija, em forma de pétalas que acariciam quem é amado...
Enfim...o Olhar...e o seu enorme poder.
Que pode ser constructivo...mas que pode ser destructivo.
Enfim...o Poder do Olhar.
Um outro tema, diferente, a ser abordado com clareza, de forma informal, mas tentando trabalhar, em estilo tertuliano, com os nossos espectadores.
Porque este é o Mundo do dia a dia, a vida real.
Será um programa e um tema que recomendo vivamente.
A intenção será, uma vez mais, efectuar uma abordagem com a frontalidade obrigatória que os espectadores exigem e merecem.
A motivação é, acima de tudo, tentar dialogar sobre o tema.
Estão, assim, criadas duas janelas de oportunidade, ainda que diferentes e com um registo obrigatóriamente dispar, até porque direccionadas para públicos alvo não semelhantes.
São dois programas, duas oportunidades, com especificidades próprias para, em contexto televisivo e em directo, abordar questões, na área das Sexualidades e dos Afectos, nomeadamente a nível da intimidade e da afectividade.
Será, novamente, uma sexta-feira passada a correr mas, obviamente, com enorme prazer.
Creio que, às duas da manhã, quando abandonar as instalações da televisão, sairei cansado mas, acima de tudo, com a noção do dever cumprido e, já, ansioso pela próxima maratona televisiva...

terça-feira, 17 de março de 2009

DI


"Eu não quero ser a pessoa mais preciosa da tua vida.
Aceito ser a segunda.
A primeira pessoa tens de ser tu!"

Tinha acabado de receber a sms.
Era tua...
Li, reli e sorri.
Fiquei a pensar e a reflectir.
Sim porque por vezes pensamos, mas nem sempre reflectimos.
A mensagem era da pessoa que eu Amo.
E revelava, só por si, o quanto merecia ser amada.
Assumia, tranquilamente, o Afecto que sentia por mim.
Mas ia mais longe.
Porque se preocupava comigo, era pedagógica, de forma adulta.
Bem mais do que eu que, do adulto de uma suposta sabedoria que o meu trajecto profissional sempre me atira à cara e impõe, muitas vezes me esqueço de ser pessoa.
Tenho-me vindo a aperceber que tudo, finalmente, mudou.
Agora estou em paz.
Mas em paz construída, estimulada, apoiada, também por Ti.

Voltei a reler a mensagem e fiquei com os olhos embaciados.
E senti uma enorme saudade...
De estar contigo.
De te olhar bem dentro dos teus olhos doces.
De te abraçar.
De te beijar.
De te amar.

Tu és Tu...
Muito, tanto, tudo.
Amo-te, DI!

Vinha imerso em preocupações, ocupado com milhares de afazeres, daqueles que nos roubam a capacidade de saborear um qualquer momento único.
Era um homem atarefado...
Atarefado como todos o que o sendo gostam, também, de o parecer.
Sempre a correr contra o tempo que corre e passa.
Sempre a correr, sem tempo para ter tempo.
De repente, parei e, depois, olhei.
Primeiro sem ver, porque era uma pessoa muito ocupada.
Depois, apesar de ser uma pessoa muito ocupada, reparei.
Por fim, apesar de ser uma pessoa muito ocupada, vi-a.
Parada.
Tombada.
Caída.
Esquecida.
Esquecida numa qualquer soleira de uma qualquer porta.
Esquecida do tempo.
Esquecida no tempo.
Esquecida pelo tempo.
Tentei perceber.
Sentia-se que o tempo tinha passado por ela, usando-a, sugando-a e, por fim, a tinha atirado, abandonada, solta, já sem utilidade, para a berma da solidão.
Percebia-se que o tempo que passa, por ela tinha passado, deixando marcas...
Fundas.
Profundas.
Sulcadas.
Rasgadas.
Doridas.
Choradas.
Sofridas.
O olhar, a pele, o corpo, a vida eram baças!
Completamente baças!
Irremediavelmente baças!
Teria tido um passado, certamente, um baú de recordações, um património de afectos...
Não teria, de certeza, futuro...nem, sequer, vontade de o ter.
Mas o mais grave era perceber-se que ela o sentia, mas não se importava...já não se importava.
Estava só, vítima daquele tipo de solidão que só as pessoas sós conhecem e sentem.
Já não se lembrava da última vez em que se tinha sentido gente mas, já nem com isso se importava.
Já não lhe interessavam os corpos, os rostos, as mãos, os nomes que lhe tinham sido, outrora, queridos até porque, já nem sequer existiam.
Talvez já nem deles se lembrasse...
Estava mergulhada no grau mais pesado da solidão...o deserto de afectos!
Estava, apenas, à espera...
À espera de terminar.
Para isso, qualquer soleira servia e ali estava, num ali que bem poderia ser acolá ou mais além...nem sequer isso importava.
Tentei imaginar quantas vezes se teria sentido, esta mulher, amada...
Quantas vezes teria sido olhada, esta mulher, com admiração, apreço, afecto?
Quantas vezes se teria sentido, esta mulher, abraçada com paixão, desejo, vibrando com um momento de prazer?
Quantas vezes se teria sentido, esta mulher, beijada, acariciada, possuída?
Quantas vezes teria ouvido, esta mulher, o seu nome proferido por uma boca querida, observada por um olhar cúmplice, atraída por um corpo conhecido e, quiçá, amado?
Quantas vezes se teria sentido, esta mulher, viva?
Junto a ela tinha sido abandonado lixo o que a fazia sentir, ela própria, lixo. Era inevitável, para quem observava, a comparação entre a mulher, viva e o lixo que a rodeava, inerte, neste supremo momento de abandono e solidão.
Mas continuava a ser um ser vivo, tentei argumentar...
Mas esta mulher era, já, uma desistente.
Estava, agora, para ali atirada, abandonada, parada no espaço e no tempo, à espera de deixar de ser...um ser vivo.
Distraidamente, mas com revolta, porque era um homem atarefado, limpei uma lágrima que teimava em cair, queimando-me o rosto e afastei-me, primeiro devagar, depois mais rápido e, por fim, a correr, quase fugindo.
Fugia de um fantasma...
Fugia, aterrado com a hipótese de, um outro dia qualquer, aquela mesma soleira ser, de novo, ocupada, já não por aquela mulher mas, desta vez, por um homem...eu!

sexta-feira, 13 de março de 2009

TV


Novo dia de maratona televisiva.
Assim, às 20.15 estarei, em directo, na Porto Canal, no programa "Porto Alive", com a Maria Cerqueira Gomes, na que será a minha décima primeira participação, como sexólogo residente do programa.
Hoje o tema a abordar será o "Álcool".

Trata-se de um tema polémico e fracturante, que urge dismistificar.
O alcoolismo é um problema em Portugal, sem dúvidas, principalmente a nível da Adolescência e Juventude.
Por outro lado, é transversal a todas as classes sociais.
E convém alertar os jovens para essa questão...
Ainda que seja um mito, o alcool não desinibe, nomeadamente em termos de desempenho.
Como tal é conveniente a imposição de limites claros e não dúbios.
Para além dos graves problemas de saúde que pode causar, gera habituação, tolerância e dependência.
Tudo questões e aspectos prementes, para quem quer dialogar sobre Sexualidades e Afectos.
Este programa será uma nova oportunidade para fazer pedagogia, de forma serena e tranquila, mas científica e, acima de tudo, sem pudores nem tabus.
Depois, à 1.00, irá para o ar, também na Porto Canal, novamente em directo, com a duração de uma hora, a 69ª emissão, do "Sexualidades, Afectos e Máscaras" com a Maria José Guedes.

O tema de hoje será, de novo, "O beijo".
Muito mais do que o toque entre mucosas o beijo pode ser o princípio de tudo.
O beijo respeitoso.
O beijo carinhoso e meigo.
O beijo sensual.
O beijo erótico.
O beijo de desejo.
Enfim...o Beijo.
Acto tão representado, ao longo dos tempos, das mais diversas formas, passando pela pintura e pela escultura, entre outras formas, mais ou menos elaboradas.
A título de exemplo, recordemos a célebre estátua de Rodin, intitulada, precisamente, "O Beijo"!
Um outro tema, diferente, a ser abordado com clareza, de forma informal, mas tentando trabalhar, em estilo tertuliano, com os nossos espectadores.
Porque este é o Mundo do dia a dia, a vida real.
Será um programa e um tema que recomendo vivamente.
A intenção será, uma vez mais, efectuar uma abordagem com a frontalidade obrigatória que os espectadores exigem e merecem.
A motivação é, acima de tudo, tentar dialogar sobre o tema.
Estão, assim, criadas duas janelas de oportunidade, ainda que diferentes e com um registo obrigatóriamente dispar, até porque direccionadas para públicos alvo não semelhantes.
São dois programas, duas oportunidades, com especificidades próprias para, em contexto televisivo e em directo, abordar questões, na área das Sexualidades e dos Afectos, nomeadamente a nível da intimidade e da afectividade.
Será, novamente, uma sexta-feira passada a correr mas, obviamente, com enorme prazer.
Creio que, às duas da manhã, quando abandonar as instalações da televisão, sairei cansado mas, acima de tudo, com a noção do dever cumprido e, já, ansioso pela próxima maratona televisiva...

VOLTEI!


Há momentos em que uma pedrada no charco nada faz ou provoca.
Outros há, no entanto, que o mais pequeno cisco tem a possibilidade de deitar tudo por terra e derrubar até o mais forte.
Foi o que se passou comigo, até hoje.
Caí...
Tenho pena.
Mas não sou obrigado a ser omnipresente.
Não sou obrigado a ser omnipotente.
Não sou obrigado a ser omnisciente.
Para isso seria deus...e não sou.
Sou humano, tão só e apenas.
E sou, orgulhosamente e de forma digna um Homem de Afectos!
Mas também sou e, por vezes, infelizmente, um sobrevivente...
Um resistente!
Como tal, cumprindo o oráculo, aqui estou, de novo.
Mais triste.
Mais calejado.
Mais céptico!
Mas também mais corajoso.
Mais sorridente!
Mais forte!
Mais pronto para a luta!
Mais disponível para olhar com desprezo para tudo e todos os que, apenas pelo ódio puro e duro, tentam destruir...
A esses, sorrio de novo, altaneiro, ácido, sarcástico e gargalho...
"Não foi ontem, não é hoje, não será amanhã que me rebento todo!"
Aos que estão comigo, apenas um sincero Obrigado!
Para ti que, surgindo por último não estarás, nunca, em último, bem pelo contrário digo-te, de forma assumida e de olhos nos olhos...
Amo-te!

sábado, 7 de março de 2009

sexta-feira, 6 de março de 2009

TV


Novo dia de maratona televisiva, agora mais fresco, porque recém-chegado de Paris.
Assim, às 20.15 estarei, em directo, na Porto Canal, no programa "Porto Alive", com a Maria Cerqueira Gomes, na que será a minha décima participação, como sexólogo residente do programa.
Hoje o tema a abordar será a "Violência Doméstica".

Trata-se de um tema polémico e fracturante, que urge dismistificar.
Há violência doméstica, em Portugal, sem dúvidas.
Mas convém esclarecer que ela é bi-lateral.
Por outro lado, é transversal a todas as classes sociais e a todas as faixas etárias.
E convém alertar os jovens para essa questão...
Por vezes uma sapatada, numa relação, por mais inocente que seja, pode configurar, já, uma forma de agressão, desapercebida.
Como tal é conveniente a imposição de limites claros e não dúbios.
Amar não é nem pode ser desculpa para uma agressão, por mais leve que seja.
Por outro lado urge alertar para o facto de nem só a agressão física ser uma forma de violência.
É preciso levantar a questão da violência psicológica, uma outra forma de agressão, silenciosa e bem mais perigosa.
Tudo questões e aspectos prementes, para quem quer dialogar sobre Sexualidades e Afectos.
Este programa será uma nova oportunidade para fazer pedagogia, de forma serena e tranquila, mas científica e, acima de tudo, sem pudores nem tabus.
Depois, à 1.00, irá para o ar, também na Porto Canal, novamente em directo, com a duração de uma hora, a 68ª emissão, do "Sexualidades, Afectos e Máscaras" com a Maria José Guedes.

O tema de hoje será "O beijo".
Muito mais do que o toque entre mucosas o beijo pode ser o princípio de tudo.
O beijo respeitoso.
O beijo carinhoso e meigo.
O beijo sensual.
O beijo erótico.
O beijo de desejo.
Enfim...o Beijo.
Acto tão representado, ao longo dos tempos, das mais diversas formas, passando pela pintura e pela escultura, entre outras formas, mais ou menos elaboradas.
A título de exemplo, recordemos a célebre estátua de Rodin, intitulada, precisamente, "O Beijo"!
Um outro tema, diferente, a ser abordado com clareza, de forma informal, mas tentando trabalhar, em estilo tertuliano, com os nossos espectadores.
Porque este é o Mundo do dia a dia, a vida real.
Será um programa e um tema que recomendo vivamente.
A intenção será, uma vez mais, efectuar uma abordagem com a frontalidade obrigatória que os espectadores exigem e merecem.
A motivação é, acima de tudo, tentar dialogar sobre o tema.
Estão, assim, criadas duas janelas de oportunidade, ainda que diferentes e com um registo obrigatóriamente dispar, até porque direccionadas para públicos alvo não semelhantes.
São dois programas, duas oportunidades, com especificidades próprias para, em contexto televisivo e em directo, abordar questões, na área das Sexualidades e dos Afectos, nomeadamente a nível da intimidade e da afectividade.
Será, novamente, uma sexta-feira passada a correr mas, obviamente, com enorme prazer.
Creio que, às duas da manhã, quando abandonar as instalações da televisão, sairei cansado mas, acima de tudo, com a noção do dever cumprido e, já, ansioso pela próxima maratona televisiva...
Desta vez mais fresco, pela oportunidade de descansar que usufrui em Paris!

The T-Mobile Dance

Porque ninguém faz isto em Portugal???
Estamos tão precisados de animação, de sorrir, de ter prazer...
À atenção dos responsáveis...