sexta-feira, 31 de julho de 2009

TV...


Agora em horário de Verão a minha participação televisiva é mais calma e tranquila, uma vez que o "Sexualidades, Afectos e Máscaras" se encontra de férias.
Assim, às 20.15 estarei na Porto Canal, no programa "Porto Alive", com a Maria Cerqueira Gomes, na que será a minha vigésima oitava participação, como sexólogo residente.
Hoje o tema a abordar será "O Beijo".
O poder do beijo.
O beijo de raiva.
O beijo de amor.
O beijo de desejo.
O beijo de paixão.
E tantas e tantas outras formas.
Será um programa diferente, que aconselho.

Será um programa que, obviamente, recomendo, até porque irá abordar um tema diferente.
A intenção será, uma vez mais, efectuar uma abordagem com a frontalidade obrigatória que os espectadores exigem e merecem.
A motivação é, acima de tudo, tentar dialogar.
Será uma sexta-feira mais calma, mas passada com enorme prazer.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

SÓCRATES, MIGUEL VALE DE ALMEIDA, PAULO CORTE REAL E A GRUTA DE ALI BÁBÁ...


É grotesco o que se está a assistir.
Há alguns meses, com pompa e circunstância, José Sócrates, arriscou, para meu espanto, incomodar a elite da faixa direita que pulula dentro do Partido Socialista, o tal sector considerado católico e progressista.
Arriscou, dizia, ao anunciar como uma das bandeiras do seu programa eleitoral e da subsequente campanha, o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Dentro do PS maçons, católicos, conservadores e outros, ergueram a sobrancelha, rangeram os dentes, ameaçaram desembainhar espadas, mas perceberam o piscar de olhos ao lobby gay.
Isto num momento em que se revelava ser necessário cativar todos os votos, que se mostrariam poucos, para tentar assegurar o sucesso da difícil época eleitoral que se avizinhava.
Nessa altura, promovido, entre outros, pela ILGA, associação LGBT próxima e íntima do PS, do Governo e dos seus membros e afins, surgiu o MPI, Movimento pela Igualdade, numa tentativa de sublinhar, sustentar e assegurar a iniciativa de José Sócrates.
No seguimento da sua criação, o MPI gerou um Manifesto oficial, apoiando e incentivando o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
De forma inteligente foram convidadas 1000 personalidades, das mais diversas áreas sócio-culturais e profissionais, a subscrever o documento, tendo sido o acto apresentado publicamente no Cinema S. Jorge, em Lisboa, com direito a tempo de antena, em horário nobre nos diversos espaços informativos portugueses.
Eu fui uma das pessoas que, convidado, prontamente assinei o Manifesto e fiz questão de estar presente na apresentação pública do mesmo, assim oficializando o meu apoio tendo, até, disso feito notícia nos dois espaços televisivos em que participo.
Recordo que, inclusive, dedicámos uma emissão televisiva do "Sexualidades, Afectos e Máscaras", em exclusivo, ao MPI e ao Manifesto.
Lembro-me, nessa altura, de eu ter avisado...
"Espero que Sócrates não recue e tudo isto não tenha passado de uma manobra de diversão, de um bluff"!
Todavia, qual pitonisa, acabei por ter razão no meu suposto oráculo.
Apresentado publicamente o programa eleitoral do Partido Socialista, verifica-se que o tema do casamento entre pessoas do mesmo sexo, quiçá por ser, diz-se, "fracturante", foi deixado cair, já não com pompa e circunstância, mas de forma cobarde, calculista e abjecta.
Sinceramente, não me espanta.
É grotesco, mas não é novidade.
O que me espanta e choca, isso sim, é ver Miguel Vale de Almeida, um dos supostos promotores do MPI, um dos gurus, mais ou menos oficiais, da ILGA, ser apresentado em lugar elegível, 7º, na lista de candidatos a Deputados à Assembleia da República, pelo Partido Socialista, por Lisboa.
E mais me espanta ainda, ou talvez não, que o faça, de forma tão leviana.
Aceitar o lugar sem reclamar e denunciar aos sete ventos o obsceno esquecimento de Sócrates é pornográfico.
Até porque a denúncia com estridor sempre foi seu estilo...desde que conveniente, percebe-se agora.
Espanta mais, ainda, não assistir ao esbracejar furibundo da ILGA contra o suposto esquecimento do Partido Socialista...ou não seja esta uma associação criada, em princípio, para a defesa das questões LGBT.
Não quero acreditar que o silêncio ruidoso e asfixiante da ILGA se deva ao facto do seu Presidente, Paulo Corte Real ser companheiro, publicamente assumido, de Miguel Vale de Almeida...ainda por cima quando ambos são publicamente muito próximos de Fernanda Câncio a considerada companheira oficial de José Sócrates.
A ser assim a política portuguesa estaria ao nível de uma qualquer tasca e Portugal estaria transformado num bordel de terceira qualidade.
Neste lamaçal grotesco, em que a política portuguesa se afunda, hoje, em Portugal, a favor do nacional interesseirismo, resta apenas perguntar em que gaveta ficará enterrado o Manifesto apresentado pelo MPI?
E nós, seus subscritores, supostamente VIP, oficialmente considerados lideres de opinião, iremos ficar mudos e quedos?
Eu, não!
Não admito sentir-me usado para manobras de interesse ínvio e envolvido em estratégias de interesse pessoal!
Obviamente recuso e denuncio!
Eu não me prostituo!!!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

CONVERSAS DE FIM DE TARDE...


A minha Tia Avó é uma mulher de fino trato e rija cepa.
Dotada de inteligência superior e de invulgar cultura, mantém-se actualizada ao mais ínfimo detalhe.
Baseia-se numa invulgar noção de justiça e rege-se por valores jamais ultrapassáveis.
É, ainda por cima, amante indefectível da política.
Chega a ser parente distante da casa de Vale Tudo e Almeida, ramo genealógico de que sempre fez questão de se distanciar...
Dizia-me ela, há uns dias...

-O menino já viu as listas de candidatos a Deputados à Assembleia da República?
-Já, Tia.
-Mas viu com detalhe e atenção?
-Sim, Tia...
-Não me responda nesse tom de voz enfastiado, porque a questão é séria...
-Está bem Tia...
-Então se já viu a lista, não reparou em nada de anormal?
-Não, Tia...
-Este Mundo está perdido!
-Então porquê, Tia?
-Mas é aceitável que um antigo dirigente de um partido político seja, agora, candidato, em lugar elegível, por outro partido?
-Oh Tia, os tempos são outros...
-Mas que outros, menino...Então se este tipo de que estou a falar ainda há pouco tempo era dirigente do partido A e é agora candidato pelo partido B??! São outros os tempos o quê, menino?!...A coerência é intemporal! A dignidade é intemporal! As questões ideológicas e a sua defesa não mudam de um dia para o outro...O menino não concorda?
-Concordo, Tia...
-Eu acho uma falta de vergonha, um nacional carreirismo, como se dizia nos tempos do PREC, uma vontade indómita de querer chegar ao poder a todo o custo, por uns trinta dinheiros, como diz na Bíblia! Um Judas!
-Oh Tia...
-Não me venha com lamechices, menino! No tempo do seu Avô isto resolvia-se a estalo, na praça pública!
-Oh Tia!
-Pare lá com o "Oh Tia"! É falta de vergonha!É falta de coerência! É falta, acima de tudo, de coluna vertebral! É falta de decência! É uma enorme falta de princípios e de dignidade...Mas tão culpado é quem convida, como quem aceita! E não me venha com a história de o tipo ser gay. Gays sempre os houve, não são coisas da modernidade e conheço muitos de uma dignidade a toda a prova, com sentido da responsabilidade, excelentes profissionais, que seriam incapazes deste tipo de atitude troca-tintas! A seriedade, o sentido da responsabilidade e, acima de tudo, os valores, não se prendem com a orientação sexual. O menino não acha?
-Sim, Tia...
-Uma vergonha! Uma autêntica vergonha! Um escândalo! E ninguém denuncia!
-Sim, Tia!
-Ainda por cima um homem com responsabilidades, uma figura pública, um homem com visibilidade!
-Sim, Tia!
-A estes o seu Avô chamava os "vendilhões da Pátria"!
-Sim, Tia...
-Bem...vou mas é tomar o meu chá que está história enoja-me, dá-me vómitos!
-Sim, Tia...

E assim se desenvolveu mais uma das interessantes conversas de fim de tarde que sempre gostei de trocar com a minha Tia Avó, uma mulher, acima de tudo, séria.

(qualquer semelhança entre esta conversa e a realidade é mera coincidência...ou não!)

domingo, 26 de julho de 2009

www.futbolcarrasco.com

Mas afinal beijos entre homens não são sinal de homossexualidade?
Mas afinal o futebol não é território de "machos"?
Para reflectir...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

GRIPE A


É a primeira vez que aqui falo sobre Gripe A.
Não por desvalorizar o tema ou por andar desatento...especialmente no momento em que Portugal se prepara para atingir os 200 casos totais e Inglaterra atinge o número recorde de 100.000 novos casos por semana expectando vir a chegar ao número de 100.000 novos casos por dia.
Claro que convém informar que se em Portugal falamos de 200 casos, esse número é o total, estando, já a grande maioria, tratada e curada.
Relativamente a Inglaterra falamos de novos casos...é a diferença drástica, em Epidemiologia, entre incidência e prevalência.
Mas enfim.
Este "post" refere-se ao facto de a Igreja Católica Portuguesa ter decidido terminar com os beijos e abraços na celebração da Eucaristia, no momento designado por "abraço da paz".
Mas acabou, também, a comunhão com a deposição da hóstia na língua.
Estas são algumas das orientações da "Pastoral da Saúde", coordenada pelo Padre Feytor Pinto.
São também recomendações mandar esvaziar as pias de água benta nas Igrejas.
E tudo isto porquê?
Por causa da gripe A, obviamente.
A Igreja a actualizar-se de forma rápida...mas apenas nas práticas que podem afectar a saúde dos seus actores...
Uma pena ser só e apenas por isso!
"Se não houver jogos de futebol, nem grandes concentrações ou as escolas forem obrigadas a fechar, também não haverá missas", afirma Feytor Pinto, pensando num cenário catastrófico...e estas declarações sim, são feitas à má fé porque as manifestações de população que referiu são feitas ao ar livre onde a possibilidade de contágio diminui drasticamente, comparativamente com a prática do culto católico, feita em recintos fechados, cobertos e pouco arejados.
Mas enfim...desculpa-se a aparentemente inocente confusão.
Relativamente à Gripe A, parece-me uma situação a merecer algumas atenções e cuidados redobrados sem se dever, no entanto, cair no exagero desmesurado, quiça ao serviço dos mais diversos interesses obscuros.
Vamos andando e vamos vendo, atentamente tranquilos!

TV...


Agora em horário de Verão a minha participação televisiva é mais calma e tranquila, uma vez que o "Sexualidades, Afectos e Máscaras" se encontra de férias.
Assim, às 20.15 estarei na Porto Canal, no programa "Porto Alive", com a Maria Cerqueira Gomes, na que será a minha vigésima sétima participação, como sexólogo residente do programa.
Hoje o tema a abordar será o caso do abusador de menores do Porto que acaba de ser condenado a 12 anos de prisão.
Aproveitarei para fazer a diferença entre abusador e pedófilo, conceitos que a imprensa tudo tem feito para miscigenar.
Será, ainda, a oportunidade para lançar um alerta tranquilo aos núcleos familiares, não para causar o alarme mas apenas para deixar sinais e sintomas que poderão servir para prevenção.
Creio ser o meu dever.

Será um programa que, obviamente, recomendo, até porque irá abordar um tema sério, sempre presente.
A intenção será, uma vez mais, efectuar uma abordagem com a frontalidade obrigatória que os espectadores exigem e merecem.
A motivação é, acima de tudo, tentar dialogar.
Será uma sexta-feira mais calma mas passada com enorme prazer.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Black Eyed Peas - Boom Boom Pow - Live - Much Music Video Awards (2009)

Bom ritmo...

" A GAIOLA DAS LOUCAS"


Fui ao Teatro Rivoli ver "A Gaiola das Loucas", realizado por Filipe la Féria.
Confesso que já tinha visto a primeira versão no cinema, a original, "La Cage aux Folles", interpretada por Ugo Tonazzi e Michel Serrault.
Mas vi também, depois, a "remake" hollywoodesca, com Robin Williams e Nathan Lane.
Assim sendo, não era um inocente, quando fui assistir a esta peça.
Já tinha visto as duas versões e ansiava pela versão portuguesa.
Acresce que nunca tinha visto nada, ao vivo, de la Féria.
Mas também não sou daqueles que enaltecem quando alguém está em alta e depois criticam quando está em queda.
Nem me posso, sequer, considerar um indefectível de ninguém.
As pessoas e especialmente as gentes do espectáculo muitas vezes lançam coisas muito boas e, outras vezes, coisas muito más.
Por outro lado não sou daqueles que endeusam la Féria, mas também não sou dos que, ao abrigo de uma suposta postura ideológica inviolável, apostrofam o homem, apenas porque sim, apenas porque é o politicamente correcto e o "diktat" ordena...sim, porque isto de contrariar o "diktat" não é fácil.
Assim, lá fui...
Pleno de expectativa.
Assisti ao espectáculo com minúcia...até porque estava sentado nas chamadas "cadeiras de cabaret", logo na primeira fila, permitindo-me, quase,mergulhar no palco, pelo que me foi dado analisar tudo com detalhe e minúcia .
Assim sendo, posso dizer com a autoridade de um anónimo...
Bravo!
Fabuloso!
Dinâmico!
Com luz, cor e movimento.
Com humor, sem ser brejeirice.
Com alguns laivos, mesmo, de erotismo e de sensualidade.
O "vaudeville" no seu melhor, na sua versão mais portuguesa, de teatro de revista.
Mas um teatro de revista que cresceu, que adquiriu "glamour", sem se envergonhar, com profissionalismo, que se agigantou, que se modernizou, que se actualizou e que rejunevesceu, bastando seguir com atenção as interpretações da dezena de jovens actores que formam o elenco da peça.
Deste leque agiganta-se José Raposo, sendo seguido, ainda que sem grandes inovações, por Carlos Quintas, Rita Ribeiro e Hugo Rendas, entre outros.
Enfim, um espectáculo delicioso.
E, Filipe la Féria está, uma vez mais, de parabéns perfeitamente justos e justificados.
Mas quem quiser criticar, pelo menos que tenha a honorabilidade de ir assistir.
Para mim é um espectáculo a não perder, sem dúvidas.
E, tenciono repetir...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

"BRUNO"


Fui ao cinema ver "Bruno", realizado por Larry Charles e razoavelmente interpretado por Sacha Baron Cohen.
Assumo com frontalidade que soltei algumas gargalhadas sentidas.
Todavia, eu que trabalho há vários anos pela integração das sexualidades, pelo direito à indiferença, muito para além do direito à diferença, considero que este filme pode ser pernicioso e prejudicial, pelas mensagens que veicula, no sentido da estereotipia das homossexualidades.
Compreendo que muitas das imagens e das piadas utilizadas vão no sentido da tentativa de desconstrucção dos referidos esterótipos.
Cito, a título de exemplo, a frase "Só os heterossexuais conseguem ser famosos"...
Não sei, todavia, se a grande maioria do público vai conseguir fazer essa caminhada no sentido de ir mais longe do que as piadas parecem significar.
Receio que a intenção saia frustrada.
Saí com um amargo de boca, com a sensação de que este filme pode fazer renascer muitos dos estereótipos que têm vindo a ser destruídos com muito trabalho e pedagogia.
A ver vamos...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Pedro Cazanova Invites Andrea - Selfish Love (Video Oficial)

Uma delícia....

ESCOLA DE DARQUE


Uma escola de Darque decidiu permitir que transitasse de ano um aluno que se encontrava no 8º ano de escolaridade e que teve nove negativas, entre as quais a Língua Portuguesa, a Matemática, a História,a Geografia, a Físico-Química e a Educação Visual.
Augusto Sá, Director do Agrupamento de Escolas de Monte da Ola, em Darque, Viana do Castelo afirmou "Ele tem capacidades, mas o contexto sociofamilar não tem permitido que evolua e acreditamos que, com acompanhamento, atingirá os objectivos.
Eu sei que a Lei em vigor não estabelece limite de negativas para anos que não correspondam a fim de ciclo escolar.
Sei, inclusive, que o Despacho normativo nº50/2005 afirma que "A retenção deve constituir uma medida pedagógica de última instância"...
Mas, meus amigos...
A Escola não pode nem deve ser um centro de caridade, por mais dura que esta expressão vos possa parecer.
Ainda por cima vinda de alguém que lecciona há 20 anos e que é Presidente da Assembleia Geral de um Sindicato Independente de Professores. A Escola não deve ser uma instituição caritativa, como a vida o não o é. E, a Escola, também tem por função, além do binómio formar/informar, preparar para a vida activa.
Acresce que, talvez também outros alunos se situem em circunstâncias especiais e, para esses, não houve atenuantes, fazendo entrar em linha de conta um quociente de injustiça em termos da avaliação transversal que se pretende efectuar, asséptica, para eliminar os factores díspares.
Claro está que o Sistema rejubila, até porque alimenta a ditadura das estatísticas.
E eu sei que por vezes há alunos em situações peculiares, dramáticas mesmo.
Nem sequer sou adepto do rigor salomónico, mas nenhum país subsiste à passividade total que grassa no sistema de ensino oficial.
Uma vergonha!
Um despautério!

domingo, 19 de julho de 2009

sexta-feira, 17 de julho de 2009

TV...


Agora em horário de Verão a minha participação televisiva é mais calma e tranquila, uma vez que o "Sexualidades, Afectos e Máscaras" se encontra de férias.
Assim, às 20.15 estarei na Porto Canal, no programa "Porto Alive", com a Maria Cerqueira Gomes, na que será a minha vigésima sexta participação, como sexólogo residente do programa.
Hoje o tema a abordar será "Amores de Verão".
No Verão, por definição, os tempos, as posturas, a maneira de ser e estar, são mais leves. É tempo de férias, de calor, de desnudar o corpo e de relaxar a mente.
É tempo de diversão...
Como tal as pessoas estão mais disponíveis para o divertimento, quantas vezes sem sentido da responsabilidade.
São os amores de Verão...Rápidos, intensos, mas superficiais e passageiros.
Assim sendo convém fazer pedagogia no sentido de evitar os riscos e de fazer prevenção, também das Doenças Sexualmente Transmissíveis, das gravidezes indesejadas e do HIV..

Será um programa que, obviamente, recomendo, até porque irá decorrer numa linha mais leve e mais provocatória.
A intenção será, uma vez mais, efectuar uma abordagem com a frontalidade obrigatória que os espectadores exigem e merecem.
A motivação é, acima de tudo, tentar dialogar.
Será uma sexta-feira mais calma mas passada com enorme prazer.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

ANA JORGE - MINISTRA DA SAÚDE


Numa postura grotesca, discriminatória, digna de práticas medievais, a Ministra da Saúde,respondendo a uma questão formulada por João Semedo, Deputado do BE, relativamente à proibição de os homossexuais serem dadores de sangue, assume que ...

"A necessidade de garantir que os potenciais dadores não têm comportamentos de risco (...) leva à exclusão dos potenciais dadores masculinos que declarem ter tido relações homossexuais":

Esta é uma prática discriminatória grotesca, que vem oficializar o estereótipo de que os homossexuais masculinos são promíscuos, esquecendo Ana Jorge que a promiscuidade não tem relação directa com a orientação sexual e, desta forma, continua a discriminação oficial, contrariando o Artigo 13º da Constituição Portuguesa que afirma que ninguém pode ser discriminado em função de diversos itens incluindo a orientação sexual.
Excluir potenciais dadores de sangue, apenas pelo relato verbal das suas actividades sexuais faz recordar práticas inquisitoriais dignas de um estado retrógrado e alarve.
É este o estado da Democracia em Portugal...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

domingo, 12 de julho de 2009

Tapa na Kadela

Porque há momentos na vida em que apenas sobra soltar uma valente gargalhada, erguer o olhar e andar em frente, aqui fica a sugestão...

sábado, 11 de julho de 2009

DISCURSO EFECTUADO NA MARCHA DO ORGULHO DO PORTO 2009


Uma jornalista perguntava-me ...
"Oh Professor, porque decidiu apadrinhar a Marcha?
Não acha um risco enorme?"
"Porque decidiu apadrinhar a Marcha?"
Mas como poderia deixar de o fazer?
Trata-se de uma luta justa!
Trata-se de uma luta digna!
Trata-se de uma luta que peca por tardia!
Eu costumo dizer que aceitei apadrinhar a Marcha por uma questão de...
Cidadania
Democracia
Liberdade
Dignidade
Justiça
Respeito
Igualdade.
E a ordem dos factores não é arbitrária!
Por uma questão de CIDADANIA porque qualquer cidadão, na posse dos seus direitos, tem o pleno direito de casar e constituir família, desde que o queira. Assim sendo, qual a lógica deste mais básico direito ser retirado a alguém, apenas e tão só pelo factor da orientação sexual?
Apenas e tão só pelo facto de ser um casamento entre duas pessoas do mesmo sexo?
E o que é que tal facto retira à Sociedade?
Não retira absolutamente nada, bem pelo contrário...acrescenta todos aqueles que até então foram marginalizados de uma forma grotesca.
Por uma questão de DEMOCRACIA porque considero anti-democrático inibir alguém dos seus direitos mais legítimos, como o de casar, por um factor tão simples como o da orientação sexual, ainda por cima contrariando o artigo 13º da Constituição Portuguesa quando consigna que ninguém pode ser marginalizado por um qualquer factor, incluindo o da orientação sexual.
Por uma questão de LIBERDADE porque qualquer ser humano tem direito a tomar as suas decisões em liberdade desde que estas não colidam com as do outro, seu concidadão...e o casamento não colide com ninguém, apenas envolvendo no acto os dois nubentes.
Por uma questão de DIGNIDADE porque considero ser legítimo que se reponha a dignidade universal do acto ao permitir que todo e qualquer um possa optar pelo referido laço. E, aqui, convém salientar a diferença entre Casamento e Matrimónio. E, nesta questão, o que se pede é o direito, legítimo, a poder casar.
Por uma questão de JUSTIÇA porque é justo que no ano em que se comemoram os 40 anos do massacre de Stonehall, seja reposta a legalidade, também em Portugal, para aqueles que ao longo de decénios se viram proscritos perante uma sociedade supostamente toda poderosa, que decidia sobre tudo e todos, sem qualquer atenuante.
Por uma questão de RESPEITO porque é chegada a hora de respeitar todos aqueles e aquelas que a sociedade, a cultura, a igreja, ao longo dos anos, fizeram questão de oprimir, de castigar, de marginalizar, de fustigar, no que de mais íntimo alguém tem...os seus Afectos!
Por uma questão de IGUALDADE porque uma sociedade não pode dizer-se igualitária em teoria e, na prática, ostracizar todos aqueles que não seguem a cartilha dita oficial.
Mas, aceitei, principalmente, porque sendo, orgulhosamente, um Homem de Afectos, sou pelo Direito à Felicidade, pelo Direito ao Amor e, querendo, pelo direito a concretizar o Amor na forma de casamento.
E por último, a parte inicial da questão...
"Não acha um risco enorme?"
Achar um risco enorme?
Eu?
Logo eu?
Um risco enorme é viver todos os dias nesta selva.
Um risco enorme é ver e ouvir quem sofre, os dramas terríveis, a anulação da personalidade, o desgaste terrífico do dia a dia de quem tem que usar uma máscara que lhe é imposta por uma sociedade de plástico e que jamais poderá ousar arrancar, por mais que lhe sangre o coração.
Um risco enorme...
Um risco enorme seria não apadrinhar a Marcha por todos aqueles que ainda não podem ter voz!
Um risco enorme seria não apadrinhar a Marcha pelo que considero, cada vez mais, de suprema importância para mim próprio...a minha consciência!
Por tudo isto, um risco enorme seria não estar aqui hoje!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

MANIFESTO DA MARCHA DO ORGULHO LGBT DO PORTO - 2009




Marcha do Orgulho LGBT no Porto 2009

Há 40 anos, no bar Stonewall Inn, em Nova Iorque, pessoas homossexuais, bissexuais e transgéneras revoltaram-se e pela primeira vez reagiram e defenderam-se dos sistemáticos actos de agressão e opressão das forças policiais. Foi o início da luta pelos direitos das pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais/Transgéneras (LGBT). No ano seguinte, realizou-se a primeira Marcha do Orgulho LGBT – orgulho pela coragem de resistir.

No Porto, a 1ª Marcha do Orgulho LGBT foi impulsionada pelo brutal assassinato de Gisberta Salce Júnior, uma mulher transexual. Estávamos em 2006 e pedíamos “um presente sem violência, um futuro sem diferença”. 2007 foi o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos. As uniões de facto foram finalmente reconhecidas no Código Penal, sem distinguir casais de pessoas do mesmo sexo e casais de pessoas de sexo diferente. Por outro lado, apesar de muito se ter falado na necessidade de pôr termo à discriminação das mulheres no trabalho, nada se disse, por exemplo, sobre a dificuldade que transexuais e transgéneros têm em conseguir um emprego. Exigimos a inclusão da identidade de género no artigo 13º da Constituição da República Portuguesa e uma Lei de Identidade de Género.
Porque a igualdade de direitos não é adiável ou negociável, exigimos a cidadania plena para todas e todos.

Ano após ano, lembramos que o Estado tem a obrigação de se empenhar activamente na luta contra o preconceito. Porque a educação é fundamental, exigimos acções de formação anti-discriminação nas escolas, nos tribunais, nos estabelecimentos de saúde, nas esquadras. Em todos os pilares da democracia. Em 2008 congratulámo-nos com as medidas tomadas no âmbito da educação para uma saúde responsável, mas lamentámos o facto de a educação continuar a ter como base um modelo heteronormativo, que não corresponde à pluralidade das práticas familiares do Portugal do século XXI.

Na linha de todos os alertas e reivindicações que temos vindo a fazer, hoje pedimos a todas e todos que façam connosco uma reflexão sobre uma temática transversal e central de todas as sociedades: a FAMÍLIA.
Os argumentos em defesa do que é normal e tradicional são recorrentes quando se fala de famílias que não obedecem ao paradigma 1 homem +1 mulher = filhos. Mas o que é "normal"?

No Império Romano havia escravatura. Era normal. Diversas formas de escravatura são ainda consideradas normais em vários locais do mundo. No entanto, Portugal foi um dos primeiros países a abolir a escravatura, no século XVIII. A pena de morte também é histórica e ainda se aplica em diversos países. Portugal foi o terceiro país a abolir a Pena Capital, em finais do século XIX.
Avancemos para meados do século XX e para as coisas normais do mundo ocidental. O casamento inter-racial era proibido em muitos países, sob a justificação de que iria desvirtuar a instituição do casamento e porque a seguir teríamos o incesto e a bestialidade. Era normal obrigar os canhotos e escrever com a mão direita. Era normal os surdos não terem uma língua própria. Era normal os negros serem obrigados a viajar na parte de trás dos autocarros. Era normal uma mulher primeiro ser propriedade do pai para depois ser propriedade do marido. Era normal as mulheres não poderem votar nem usar calças de ganga. Era normal dizer-se que o preservativo e a pílula iam acabar com a família. Era normal haver filhos em todos os casamentos. Era normal o casamento ser para toda a vida mesmo que as pessoas fossem infelizes.

O normal é o que a maior parte das pessoas faz, ou acredita que se faz, num determinado momento. Não quer dizer que as práticas minoritárias estejam erradas. Aliás, o normal muda com os tempos...

Não se pode negar a diversidade de modelos familiares existente.

Um lar pode ter como núcleo um relacionamento monogâmico entre um homem e uma mulher, entre dois homens, ou entre duas mulheres. Mas também há relacionamentos amorosos responsáveis entre mais de duas pessoas. Assim como há famílias cuja base é a amizade, e não o amor, ou o sangue. Todas estas famílias existem. Umas têm filhos, biológicos ou adoptados, outras não.
O problema é que algumas destas famílias não são reconhecidas pelo Estado, ou são tratadas como famílias de segunda.

Há menos de 100 anos, o casamento normal seria a união entre duas pessoas com a mesma cor de pele, a mesma religião, do mesmo estrato social e de sexo diferente. Permitiu-se a anormalidade dos casamentos inter-raciais, a modernice de casar por amor, a leviandade de não se pensar nos interesses religiosos ou patrimoniais das famílias. Permitiu-se o amor. O casamento passou assim a ser o coroar de uma relação, o querermos que seja “para sempre” (pelo menos até ao dia do divórcio). As pessoas com orientações afectivas ou sexuais diferentes da maioria também cresceram neste país, e é normal que vejam no casamento civil a legitimação e dignificação do amor que sentem por outra pessoa.

E é disso que falamos: de amor.

Nem todos temos o desejo de encontrar a alma gémea, casar e ter filhos. Mas quem tem esse sonho deve ter igualdade de acesso ao casamento civil. Todos devemos ter o direito de escolher o modelo de família com que mais nos identifiquemos, e o estado tem de dar as mesmas oportunidades a todos e todas.

É urgente que o Estado reconheça o direito à igualdade para todas as pessoas, para todas as famílias. É necessário que ninguém seja discriminado. Somos uma sociedade diversa. Sejamos verdadeiramente inclusivos.

Por tudo isto marchamos e afirmamos:

“Na felicidade e na dor, o que faz a família é o amor!”




“Não estamos a legislar, meus senhores, para gentes remotas e estranhas. Estamos a ampliar as oportunidades de felicidade dos nossos vizinhos, dos nossos colegas de trabalho, dos nossos amigos e dos nossos familiares, e desse modo estamos a construir um país mais decente, porque uma sociedade decente é a que não humilha os seus membros.”

(discurso do Presidente do Governo Espanhol na Câmara dos Deputados, 30 de Junho de 2005 – dia da aprovação da reforma do Código Civil espanhol que passou a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

domingo, 5 de julho de 2009

HOMOFOBIA



Porque sou contra o ódio, a opressão, a injustiça, o desrespeito pelas liberdades e direitos dos outros...
Porque sou pela cidadania, pela democracia, pela dignidade e pela igualdade.
Porque, acima de tudo, sou orgulhosamente um Homem de Afectos, defendendo o direito ao Amor e à concretização do mesmo.
Porque acima de tudo sou pelo direito à felicidade...
Resolvi trazer aqui uma discussão que se vem travando neste blog mas que pode passar ao lado de olhares mais distraidos, o que eu não quereria.
Vem isto a propósito de um post que o Bituri aqui deixou e a que eu respondi e que quero divulgar de forma mais ampla...

Caro guru da sexologia:
Nem tudo é defensável , nem tudo se defende...
faço aqui a minha declaração de interesses: SOU ASSUMIDAMENTE E FRONTALMENTE HOMOFÓBICO...
Sim ... não me sinto atraído fisicamnente e sexualmente por homens...
E DEPOIS...?
sou menos que os outros por não ser modernamente ALINHADO?
Que me importa que a associação americana de psiquiatria e a OMS já há muitos anos não considerem a homossexualidade uma doença...PORREIRO , PÁ!!!
Respeito as opções de vida de cada um ... mas não me impinjam aquilo que não quero e travestido de maneirismos esquisitos e folclore repugnante !!!
Sei que me vais lançar os cães no meu encalço..mas paciência, cada um é como é !!!
ESTE VÍDEO É DO PIOR PARA QUALQUER CAUSA ... MESMO A MAIS ESTRANHA!!!

Meu caro Bisturi...
As minhas desculpas por só agora responder, mas precisei de tempo para conseguir afastar a fúria que o teu "post" me causou, para agora sim, te poder responder de forma asséptica.
Dizes que "nem tudo é defensável"...
Falas de quê?
De ódio?
De verdades inconfessáveis?
De medo?
De perseguição?
De injustiça?
De hipocrisia?
De infelicidade?
É que tudo isso se pode chamar à colação quando falamos de homossexualidades, que é o mesmo que falar de Afectos.
Sim, porque é de Afectos que estamos a falar.
Sim, porque estamos a falar de pessoas que se amam e que têm direito a fazê-lo, independentemente de serem do mesmo sexo ou não.
Falamos do direito a ser feliz...que penso que ainda sabes o que é, ou que pelo menos ainda te lembras.
Espero que nunca deixes de desejar ser feliz...ainda que duvide que ainda o sintas, tendo em conta a caterva de aleivosias que aqui escreves...
Mas vamos em frente que ainda há muito para te dizer e quiça tentar ensinar...ainda que o outro tenha dito "burro velho não tem andadura"...que penso que não se aplique a ti...espero, sinceramente.
"Sou assumidamente homofóbico (...)não me sinto atraído por homens"...
Apesar de não entender o motivo dessa tua súbita e quase descontrolada declaração pública de interesses, chamo, todavia a atenção para o facto de esqueceres e baralhares conceitos.
Podes não te sentir atraido por homens...estás no teu direito, mas isso é totalmente diferente do conceito de homofobia...recorda, ainda que longínquas as noções que aprendeste nas aulas de Psiquiatria. A fobia é o medo, o pavor, o ódio...
Mas depois continuas afirmando uma outra calinada..."não sou modernamente alinhado"...
Mas falas de quê?
Consideras modernidade o gostar, o querer, o desejar, o amar?
É que eu espero que nunca deixe de ser modernidade o querer, o poder e o conseguir amar alguém, especialmente se for retribuído.
Tanta confusão que vai nessa cabeça, Bisturi...
Mas afundas-te ainda mais quando te atreves a contestar um princípio de uma das mais conceituadas associações medicas mundiais...a APA.
Logo tu que te gostas de exibir como um supostamente conceituado e moderno clínico, actual e actualizado, seguidor dos itens veiculados mais recentemente pelas mais conceituadas instituições medicas mundiais.
Quanta contradição meu caro...
Helas!
Falas de" opções de vida"?
Mas a orientação sexual não é uma opção há dezenas de anos!
Até a OMS já se pronunciou sobre isso...ou será que também duvidas e repudias a OMS? Ínvio caminho esse...creio que foi trilhado também por Hitler, Mussolini, Franco e Salazar...
Não são "maneirismos, nem folclore"...é um modo diferente de dizer..."Amo-te!"
Ainda te lembras quando o disseste da ultima vez de forma sentida?
É que para outros olhares podia ser considerado maneirismo estranho, digo eu!
Quanto ao vídeo, mais não é do que uma outra forma, mais divertida, mais irreverente, mais provocadora de chamar a atenção.
Agora e para finalizar...
Tu que te dizes cristão...
Achas justo aquilo que escreves quando apenas falamos de Amor?
Talvez sim, ou não pertenças tu a uma Igreja que em vez de protectora, de inclusão, dialogante, acolhedora e defensora das causas dos oprimidos, se está a tornar cada vez mais crítica, opressora, marginalizadora, perseguidora e proibitiva.
Espero que estas minhas palavras te consigam fazer reflectir.
No próximo sábado, marcharei na primeira linha da frente da "Marcha do Orgulho no Porto" para, com esse contributo, dar a cara, de forma orgulhosa, por todos aqueles que querem poder amar e gente como tu se atreve a proibir.
No próximo sábado eu e muitos mais marcharemos com vaidade pelo direito ao amor, pelo direito aos afectos, pelo direito à felicidade.
Mas marcharei também por aqueles que dentro do armário têm medo ou ausência de forças para lutar pelo direito a serem felizes, porque ainda há gente como tu que se atreve a tentar oprimi-los.
Deixa o ódio-medo e deixa os outros tentarem ser felizes, e tenta tu também...se já não tiveres desistido
Abreijos, Bisturi

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Lilly Allen - Fuck you very much (video "THE BIG FAT GAY COLLAB!" by steviebeebishop)

Uma outra forma de lutar contra a Homofobia, irreverente mas que chama a atenção de forma provocante mas frontal!
E a música fica no ouvido...

TV...


Novo dia de maratona televisiva.
Assim, às 20.15 estarei, em directo, na Porto Canal, no programa "Porto Alive", com a Maria Cerqueira Gomes, na que será a minha vigésima quarta participação, como sexólogo residente do programa.
Hoje o tema a abordar será "A AMPLOS".
Uma Associação de Mães e Pais com filhos homossexuais.
E esta atitude merece ser reiterada, de forma pedagógica.
Será a oportunidade para veicular alguns considerandos sobre as atitudes correctas e as incorrectas dos pais que têm filhos homossexuais.

Depois, à 1.00, irá para o ar, também na Porto Canal, novamente em directo, com a duração de uma hora, a 85ª emissão, do "Sexualidades, Afectos e Máscaras" com a Maria José Guedes.

O tema de hoje será "O Balanço".
O "Sexualidades, Afectos e Máscaras" vai hoje de férias, encerrando o seu segundo ano de emissões.
Será o momento para efectuar o balanço, em directo, de tudo o que foi feito, do que ainda ficou por fazer e de fazer planos para o futuro.
É essa a temática que iremos tentar abordar!
Trazemos hoje um outro tema, diferente, a ser abordado com clareza, de forma informal, mas tentando trabalhar, em estilo tertuliano, com os nossos espectadores.
Porque este é o Mundo do dia a dia, a vida real.
Será um programa que, obviamente, recomendo, até porque irá decorrer numa linha mais leve e mais provocatória.
A intenção será, uma vez mais, efectuar uma abordagem com a frontalidade obrigatória que os espectadores exigem e merecem.
A motivação é, acima de tudo, tentar dialogar.
Estão, assim, criadas duas janelas de oportunidade, ainda que diferentes e com um registo obrigatóriamente dispar, até porque direccionadas para públicos alvo não semelhantes.
São dois programas, duas oportunidades, com especificidades próprias para, em contexto televisivo e em directo, abordar questões, na área das Sexualidades e dos Afectos, nomeadamente a nível da intimidade e da afectividade.
Será, novamente, uma sexta-feira passada a correr mas, obviamente, com enorme prazer.
Creio que, às duas da manhã, quando abandonar as instalações da televisão, sairei cansado mas, acima de tudo, com a noção do dever cumprido...

MANUEL PINHO


Aconteceu o que não poderia acontecer!
O gesto impróprio de Manuel Pinho, na Assembleia da República é um acto que não dignifica a Democracia e, que, acima de tudo, não dignifica o País.
E veja-se que Portugal aparece hoje, nas capas dos principais jornais mundiais, incluindo a Sibéria, pelas piores razões.
Somos, uma vez mais, exemplo de escárnio, de insólito, provando ao Mundo que ainda temos muito para crescer naquilo que se considera a modernidade universal.
Mas serve para ilustrar o verdadeiro Estado da Nação.
São tempos preocupantes, estes...
Quando alguém, no exercício de funções oficiais, deixa vir ao de cima a sua verdadeira natureza, mesmo que em circunstâncias especiais, é a prova de que não tem capacidade para exercer as funções para as quais foi nomeado.
Poderão ser alegadas atenuantes...
Talvez.
Mas, assim sendo, qual teria sido o desempenho de figuras históricas, icones da História Universal, quando em crise?
Que teriam feito Churcill, Roosevelt, Estaline, Kennedy?
Mas estou a falar de grandes lideres, obviamente.
O exemplo de que falo, apenas ilustra a actual mediocridade nacional.
"Quo vadis", Portugal?

quarta-feira, 1 de julho de 2009

The Prayer (at the Grammys)

Há momentos assim...

"DEZ ANOS DE VALORES EM PORTUGAL"


Estive a estudar o inquérito "Dez anos de valores" e, sinceramente, não fiquei espantado com os resultados.
Convém, todavia, não esquecer que este inquérito foi realizado pela Universidade Católica, o que implica idiossincrasias específicas do mesmo inquérito, quer em termos de realização do mesmo, público alvo envolvido e até algum enviesamento nas perguntas e análise das respostas.
Sejamos francos.
Até o título, no que se reporta ao vocábulo "valores", deixa tudo dito...
De qualquer modo, no que refere aos resultados do inquérito...
Estão os portugueses mais individualistas?
Óbvio...resultado dos tempos, das dificuldades, da crise e da própria modernidade.
A aldeia global está, toda ela, mais individualista e os portugueses não são excepção...
Nunca o fomos, não será agora que o seremos.
Já não faz sentido morrer por alguém...diz-se.
E eu tenho que concordar...mas tenho por perigoso daí se poder tirar a ilação de que aumentou o egoísmo "lato sensu".
Ainda que eu conheça casos de egoísmo profundo...
As pessoas estão, na realidade, mais individualistas, mais imediatistas, principalmente fruto dos tempos.
Mas estão menos preconceituosas, diz-se e eu tenho que concordar...ainda que não se possa esquecer, por exemplo, que o português nunca foi verdadeiramente racista, talvez fruto da sua velha ligação de proximidade afectiva a África.
Mas a abertura de mentalidades parece ir mais longe, atingido questões como a orientação sexual.
Tenho que confessar que, fruto da minha experiência profissional, tal facto parece ser real.
Mas ainda há muito para fazer, até porque receio que este "verniz de modernidade" seja, ainda, muito superficial.
Não é por acaso que, aparentemente aceitando os portugueses as homossexualidades, o mesmo já pareça não acontecer no que se refere ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e muito menos no que concerne à adopção de crianças.
Mas o exemplo mais gritante é, mesmo, a minha velha bandeira...o facto de não existir Educação Sexual em Portugal.
Eu sei que, neste caso, outros interesses, vontades escusas e cedências a poderes organizados e fundamente estruturados na Sociedade portuguesa, se levantam, mas enfim.
Na realidade os resultados deste estudo não me espantam.