terça-feira, 21 de julho de 2009

ESCOLA DE DARQUE


Uma escola de Darque decidiu permitir que transitasse de ano um aluno que se encontrava no 8º ano de escolaridade e que teve nove negativas, entre as quais a Língua Portuguesa, a Matemática, a História,a Geografia, a Físico-Química e a Educação Visual.
Augusto Sá, Director do Agrupamento de Escolas de Monte da Ola, em Darque, Viana do Castelo afirmou "Ele tem capacidades, mas o contexto sociofamilar não tem permitido que evolua e acreditamos que, com acompanhamento, atingirá os objectivos.
Eu sei que a Lei em vigor não estabelece limite de negativas para anos que não correspondam a fim de ciclo escolar.
Sei, inclusive, que o Despacho normativo nº50/2005 afirma que "A retenção deve constituir uma medida pedagógica de última instância"...
Mas, meus amigos...
A Escola não pode nem deve ser um centro de caridade, por mais dura que esta expressão vos possa parecer.
Ainda por cima vinda de alguém que lecciona há 20 anos e que é Presidente da Assembleia Geral de um Sindicato Independente de Professores. A Escola não deve ser uma instituição caritativa, como a vida o não o é. E, a Escola, também tem por função, além do binómio formar/informar, preparar para a vida activa.
Acresce que, talvez também outros alunos se situem em circunstâncias especiais e, para esses, não houve atenuantes, fazendo entrar em linha de conta um quociente de injustiça em termos da avaliação transversal que se pretende efectuar, asséptica, para eliminar os factores díspares.
Claro está que o Sistema rejubila, até porque alimenta a ditadura das estatísticas.
E eu sei que por vezes há alunos em situações peculiares, dramáticas mesmo.
Nem sequer sou adepto do rigor salomónico, mas nenhum país subsiste à passividade total que grassa no sistema de ensino oficial.
Uma vergonha!
Um despautério!

6 comentários:

Frequência Jovem disse...

A questão é: se o aluno chumbasse, iria beneficiar com isso? Naquele ano de repetições de matéria será que ia ter uma aprendizagem melhor do que aquela que já tinha feito? As estatísticas dizem-nos que não (salvo muito raras excepções!). A verdade é que no ano seguinte até acabava por passar, mas não por ter mais e/ou melhor conhecimentos, mas simplesmente porque era demais chumbar duas vezes(o que não deixa de acontecer ainda). Então, a retenção de alunos deve mesmo ser em última instância...o mais eficaz será um plano auxiliar, um maior cuidado com aquele aluno.

Manuel Damas disse...

Desculpe lá mas não sou adepto de demasiado facilitismo.
Acho pernicioso.
Este país não precisa de se transformar num país de doutores de iliteracia.
Abraço

Ricardo disse...

Eu sou do tempo em que colegas meus chumbaram na 4ª classe.

Ainda outro dia encontrei um deles e é hoje um homem de sucesso!!! Chumbar fez-lhe bem. Ao menos acordou para a vida.

Esta gaja e o seu chefe andam a hipotecar a educação e consequentemente o futuro do país.

Para quê estudar se posso passar com 9 negativas?

Ricardo disse...

Aliás começo a achar se não seria melhor voltar aos tempo do serviço militar obrigatório. Onde quem chumbasse 2 vezes era reencaminhado para a recruta. Era isso e acabar de vez com o rendimento mínimo.

Começo a achar que a tropa faria bem a muita gente.

Manuel Damas disse...

Oh Ricardo, eu tenho que concordar que os chumbos ensinam a valorizar o esforço do estudo.
Relativamente ao serviço militar obrigaório, sinceramente, já não estou de acordo. A esse nível cometiam-se algumas atrocidades que marcavam as pessoas pela vida fora.
Um grande abraço.

Ricardo disse...

Eu tenho a certeza que se houvesse serviço militar obrigatório, mais rigor (muito mais) na educação e fim do rendimento mínimo, que a criminalidade em Portugal diminuia.

É que é só facilitismos: não é preciso estudar, porque se passa sempre; não é preciso trabalhar porque o Estado encarrega-se de dar a quem não produz o que desconta quem produz.
E o serviço militar é mais uma oportunidade para quem não arranja emprego.