domingo, 3 de maio de 2009
DIA DA MÃE
Era uma flor!
Não era uma flor igual a tantas outras flores...
Era, talvez, a mais bela e doce flor que os olhares do Mundo tinham visto.
Vistosa, alegre, colorida, ternurenta, suave ao toque, doce e meiga, como não havia nenhuma outra.
E o menino, que de tão pequenino que era, nem sequer tinha forças para se erguer ou para comer sozinho, quando abriu os olhos e a viu... sorriu!
Tinha visto a flor...
Aquela flor tão bela e doce.
Era a sua flor!
E chamou-lhe Mã...
Ficou a ser a sua Flor-Mã...
O tempo foi passando, umas horas mais lentas outras tão rápidas que nem um pestanejar conseguia acompanhá-las...
E o menino começou a crescer.
Primeiro passaram as horas, depois os dias, então os meses e por fim os anos.
E o menino foi crescendo, crescendo, crescendo, até que se tornou um Homem, pertença daquele sítio onde vivem todos os homens.
Mas este menino crescia diferente.
Este menino, tinha a seu lado a mais bela e doce flor, vistosa, alegre, colorida, ternurenta, suave ao toque, doce e meiga, como não havia nenhuma outra.
Era a sua flor...
Era a sua Mã!
Companheira, amiga, guardiã...
A sua Mã estava sempre lá e isso, só por si, inundava o menino de alegria... o prazer da companhia, da presença, a sensação doce de se sentir amado.
Até que o dia chegou...
Um daqueles dias escuros, frios e amargos, daqueles que nunca deveriam chegar aos meninos.
Esse dia teria que chegar e, nesse momento, chegou mesmo!
O dia, de claro passou a escuro.
Os pássaros, calaram-se.
As águas, pararam.
Os outros meninos, deixaram de rir.
Tinha chegado a hora...
E a flor, vistosa, alegre, colorida, ternurenta, suave ao toque, doce e meiga, como não havia nenhuma outra partiu, deixando o menino sozinho... O menino que já não era, desde há muito, menino, sentiu-se de novo um menino, bem pequenino, só que agora... triste e só!
Com uma tristeza maior do que todos os oceanos juntos!
Com uma solidão maior do que todos os desertos unidos.
E, nesse dia, o menino, sentindo-se sem a sua flor, sentindo-se sem a sua Mã, percebeu, sentindo, a maior de todas as dores...
As dores violentas da saudade.
As dores violentas da ausência.
As dores violentas da partida, sem regresso...
A dor da partida da sua Mã!
Agora o menino sabe que já não mais verá a sua Mã... Mas também sabe que ela não mais sairá do seu coração, do seu cantinho mais doce e inocente.
Sabe que a sua Mã estará sempre presente, a seu lado, a sorrir consigo, a chorar consigo, a protegê-lo...
E isso é bom, muito bom!
Mas não chega.
Queria o menino poder, uma vez mais, apenas, olhar bem dentro da sua flor, olhar bem dentro da sua Mã e dizer-lhe, no tom que só os meninos sabem usar quando falam com as suas Mãs, bem baixinho... Adoro-te, Mã!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
8 comentários:
lindo giro o que escreveu
eu apenas aqui deixo escrito o wue dise a minha mae
" mae posso-te dar milhares de preandas, mas hoje deixot-e apenas este beijo na testa em sinal do respeito que tenho por ti"
Esta crónica, meu caro lumiere, tem dois anos.
Foi escrita em homenagem à minha Mãe que tinha morrido nesse ano.
Hoje apeteceu-me voltar a "postá-la", em jeito de homenagem.
Apenas...
o tempo nao passa quando se gosta de alguem
muito menos passa quando amamos essa pessoa
e se ela ja na esta ca fisicamente, estará sempre presente em espirito,
meu caro eu sei o carinho que tinha pela sua mae e pela sua avó
e o quanto ficou triste numa certa aula com uma noticia triste, num dia de manha
e em que todos nos seus alunos percebemos e o apoiamos
um grande abraço
Obrigado Lumiere...
Venho muitas vezes a esta casa...ler...olhar...às vezes sorrir com o que leio. Hoje vim ler, mas saio sem sorriso, porque as palavras são profundas demais e ainda me deixaram a alma em pior estado do que quando entrei...foram um reforço negativo para a tristeza!
Minha querida empregadita...peço desculpa, mas foi um acto de saudade.
Um beijo grande.
Fez bem em "repostá-la"...
Abraço.
Um grande abraço Francisco!
Enviar um comentário