A Ciência Sexológica reporta a uma área do Saber, a Sexologia, a principal responsável pelo estudo e compreensão das Sexualidades, ainda que condicionada pela dificuldade em conquistar espaço próprio e visível, principalmente por abordar a intimidade do ser humano, habitualmente estereotipada pelo silêncio envergonhado daquilo que não se fala.
Este condicionalismo surge como aparentemente utópico, dado que as Sexualidades se encontram directa e intimamente relacionadas com a auto-estima, através da satisfação das necessidades de Maslow aparente garante, de per se de saúde física e mental.
As Sexualidades integram, também, um infindável manancial de condicionantes, directa ou indirectamente intervenientes na gestão dos afectos e na integração das emoções.
E sendo esta uma área complicada, mais se torna quando se direcciona para os Mais Velhos, estigmatizados socialmente, também por culpa dos media que, projectando uma imagem sócio-cultural nefasta, influenciam a forma como estes constroem a sua auto-imagem.
Com efeito, em relação aos Mais Velhos, tem-se vindo a generalizar, de forma perversa, a verdade pretensamente absoluta de que a actividade sexual, se existente, deve direccionar-se para a meiguice e o carinho. Como se o direito à fisicalidade e principalmente ao prazer constituísse exclusiva propriedade do adulto activo e com vinculação laboral. Como se lhes estivesse interdito “o jogo misterioso que vai do amor de um corpo ao amor de uma pessoa” que referia Marguerite Yourcenar.
Isto quando nos referimos a uma população que, segundo dados do INE, se prepara vertiginosamente, em Portugal, para atingir a fasquia dos dois milhões de pessoas.
É inegável que o aumento da idade pode ser acompanhado por algumas limitações em termos de desempenho, nomeadamente quando estão presentes condicionantes fisiológicas consequentes a patologias. Todavia, associar esta etapa da vida a incapacidade, défice, perda ou impossibilidade absolutos, é impor limitações desnecessárias, imprecisas e castradoras.
Aos Mais Velhos deve ser imputado o direito a compreender, assumir e integrar, com toda a dignidade, as eventuais alterações corporais, munindo-se de novos recursos e estratégias, mantendo sempre presente que, em qualquer fase da vida, está implícita a possibilidade de uma vivência sexual satisfatória e prazerosa.
Através do assumir das eventuais alterações orgânicas com naturalidade e tranquilidade e do respeito pelos limites que o corpo impõe, será possível alcançar o direito à intimidade/sexualidade em plenitude, nunca esquecendo que o aumento da idade não pode nem deve conduzir ao sentimento de deserto sexual.
Já, sobre isto, Masters e Johnson afirmavam com veemência “Tem um tremendo efeito fisiológico e um claro valor psicológico, a manutenção da actividade sexual”! in jornal "O Público"
domingo, 26 de novembro de 2006
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