CASA PIA

Como é possível que numa instituição que ainda se encontra em julgamento, por casos de pedofilia e refiro-me, obviamente, ao Processo Casa Pia, como é possível, interrogo-me, que tenham sido descobertos novos e muito recentes casos?
Como é possível que isto volte a acontecer, num momento e num local que se encontra sob os holofotes da imprensa e das equipas de investigadores?
Como é possível que quando Catalina Pestana se referiu à questão tenha sido apodada de insana mental e outras diatribes por responsáveis institucionais?
Seria, no mínimo impensável, tentar equacionar, sequer, a ínfima probabilidade estatística de que tal acontecesse.
E, mesmo, de razoabilidade.
Mas, na realidade, aconteceu!
Assim sendo, pergunto-me como é possível que tenha acontecido?
Dada a passividade das autoridades e dos responsáveis?
Dada a permissividade do sistema?
Dada a intocabilidade dos culpados?
Num País decente, seguir-se-ia uma cascata de demissões...
Num País decente, a Direcção da Casa Pia demitir-se-ia ou seria demitida de imediato!
Num País decente, o Ministro da tutela demitir-se-ia, de imediato, por ter sido possível que tal acontecesse!
Num País decente, o Ministro seria imediatamente demitido pelo Primeiro Ministro, se não tivesse apresentado, previamente e de imediato, a demissão...por ter sido possível que tal crime hediondo se tivesse repetido, ao abrigo de uma instituição pública, que se crê e se quer, digna!
Num País decente, o Presidente da República chamaria de imediato o Primeiro Ministro para tentar perceber como era possível que tal tivesse acontecido e porque é que o Ministro da tutela ainda não tinha apresentado a demissão ou, em recurso, porque não tinha sido demitido, pelo Primeiro Ministro!
Mas isto num País decente!
Que não é o nosso caso, obviamente.
Uma vez mais tenho de assumir ter nojo de viver neste Portugal!
E mais grave se torna quando tenho manifestado este mesmo nojo várias vezes nos últimos tempos.
E o estranho e grave é eu ser e gostar de ser, como costumo dizer, "Português, do Norte, com Orgulho"!