quinta-feira, 9 de outubro de 2008

II CONGRESSO NACIONAL "ENVELHECIMENTO CEREBRAL E DOENÇA DE ALZHEIMER"


Estive hoje de manhã, na Maia, no Auditório do Cinema Venepor, a participar no II Congresso Nacional "Envelhecimento Cerebral e Doença de Alzheimer".
Tinha sido convidado para fazer uma conferência intitulada "Memória, Afectos e Sexualidade" e anuí, prontamente, com o intuito de, uma vez mais, tentar fazer pedagogia, na área das Sexualidades e dos Afectos.
Prevendo que a sequência dos trabalhos já teria deixado a audiência emocionalmente esmagada, uma vez que direccionados, prioritariamente para a Doença de Alzheimer decidi, no último momento, alterar o título, passando a chamar-se "Quem és tu Capuchinho Vermelho, que não me recordo?"...
Aparentemente utópico, o título continha toda a informação possível reportando, sibilinamente, para as amnésias anterógrada e retógrada, assim como para os deficites cognitivos e para a degenerescência cerebral e a insuficiência mental, janela de oportunidade que eu estenderia, mais à frente, para abarcar toda a área da deficiência mental.
Deste modo aproveitaria para falar de Sexualidades e Afectos nos idosos, nos insuficientes e, por último, nos cidadãos portadores de deficiência, com especial ênfase para a mental.
Usei e abusei de imagens de esculturas e de pinturas de Dali a Picasso, passando por Monet, Magrite e outros, entremeadas com mensagens pedagógicas sobre Sexualidades.
Elaborada a apresentação, de véspera, sei que estava um trabalho digno e condigno e, acima de tudo, pedagógico, ainda que eivado de uma ou outra tirada de humor.
Chegado ao Auditório e quando os técnicos instalavam a "pen-drive", verificou-se uma incompatibilidade e a apresentação foi impossível de ser exibida.
Como tal, uma vez que tinha casa cheia, decidi fazer a conferência, sem qualquer suporte visual, valendo-me apenas do meu saber e da capacidade de empatizar com o público.
Risco enorme, sem dúvida.
Terminei a conferência exausto, pelo acréscimo de energias que me vi obrigado a usar num esforço sobre-humano para cativar a audiência e aliviar o ambiente que, de si, se encontrava já soturno.
Creio que todas ou pelo menos a grande maioria das mensagens que previa foram passadas com êxito.
Pelos aplausos recebidos, percebi que tinha tido sucesso.
Já no carro, ao som de Pavarotti relembrei a frase que vi e ouvi, proferida pela boca de Cristina Caras Lindas, numa entrevista concedida na Casa da Música, por altura do segundo aniversário da Porto Canal...
"O Porto Canal tem um brilhante profissional, o Prof. Manuel Damas, que é um Príncipe da Comunicação..."
Perante esta recordação e mentalmente estourado sorri instintivamente, sozinho e vieram-me as lágrimas aos olhos...
Tarefa cumprida!
Vaidade, pensarão alguns...
Não!
Extraordinário orgulho no que tento fazer, em qualquer circunstância e independentemente das adversidades.

4 comentários:

Sandra T disse...

Parabéns Professor (logo hoje não estive na Maia), tenho a certeza que a missão ficou cumprida e muito bem cumprida!

Manuel Damas disse...

Espero e penso que sim.
Beijinhos

navegadora disse...

Quem trabalha com alma, quem pôe a alma em cada projecto fica sempre com a sensação do dever cumprido e espalha gestos de ternura em cada passo que dá. É o seu caso:). Um fim de semana descansado para que possa recuperar todas as energias. Um beijo cheio de luar.

Manuel Damas disse...

Obrigado pelos elogios e pela força.
Obrigado pelo beijo.
Mas, acima de tudo, "nav", obrigado por essa oferta do luar...
Beijinho grande