AINDA A OPERAÇÃO "NOITE BRANCA"...

Sei, pela imprensa falada e escrita e por fontes amigas que, relativamente à Operação "Noite Branca", a Direcção Nacional da PJ não avançou com unidades de prevenção por dificuldades económicas e os agentes participaram de forma voluntária e graciosa na operação.
Os agentes participaram de forma voluntária e graciosa numa operação que implica elevado risco de vida?
Vamos lá a tentar perceber esta questão...
A Lei Orgânica da Polícia Judiciária estabelece que o horário de trabalho dos investigadores é das 8 h às 20h.
Como tal, a operação decorreu, como seria lógico, fora do horário de trabalho.
Assim sendo, os investigadores participantes, e foram cerca de 200, teriam que receber horas extraordinárias.
Mas isso não aconteceu, por restrições financeiras.
Ou seja...
Estamos num País dito civilizado, que até pertence a diversas organizações internacionais, com a União Europeia à cabeça.
Esta era uma operação imprescindível por diversas questões, nomeadamente o facto de ser necessário parar a onda de violência, restabelecer a noção de segurança e de ordem pública nas populações, prender os culpados até para manter vivo o sentido de justiça que se espera que seja sócio-cultural!
Como era uma operação de grande envergadura e elevado risco deveria ser efectuada a um horário considerado anormal e envolver um contigente de recursos humanos elevado mas adequado ao tipo e circunstâncias da intervenção.
Porque era uma situação de risco deveria ter sido equacionado um plano de contigência que equacionasse a necessidade de protecção e salvaguarda dos riscos pessoais e profissionais.
E ainda...
Que garantisse o normal e mais do que justo pagamento pelas funções exercidas, ainda por cima de carácter extraordinário.
Perante o elevado número de recusas em participar, como seria óbvio, a Associação Sindical sentiu a necessidade, contra os seus princípios mais básicos, de vir a terreno apelar à participação em consciência e ao voluntariado!
E perante todo este imbróglio vem o Ministro da Justiça declarar que na Polícia Judiciária não pode haver "Estados de Alma"!!!
A criatura não consegue perceber que foram precisamente os "estados de alma" que permitiram que a operação se realizasse?
A criatura não percebe que não é legítimo pedir a 200 homens que participem numa operação de elevado risco a título meramente gracioso e ainda por cima que não o assumam?
A criatura não percebe que é vergonhoso e indigno um País que se pavoneia no exterior quando, em simultâneo, não garante, no interior, o mínimo de qualidade e decência aos seus funcionários, no exercício da sua profissão?
Preferia que ficasse por efectuar uma qualquer deslocação oficial ao estrangeiro, carregada de honrarias e mordomias, mas que ficasse garantido o conceito de decência no acto de ser português.

Digo-o alto e bom som...
Sou português,
do Norte,
com orgulho...
Cada vez maior!
Tenho,
todavia,
cada vez mais asco e nojo
pela horda que nos governa/desgoverna!
Malditos sejam...Todos!