quinta-feira, 26 de abril de 2007

"LA MOME"



Fui ver "La Môme" que, ao circuito comercial português chegou com o título "La vie en rose".
Como o próprio título português indicia, trata-se do filme-vida de Edith Piaf, uma das intérpretes fabulosas que a música desta aldeia global produziu.
Um filme extraordinário, dirigido por Olivier Dahan e com uma magistral interpretação de Marion Cotillard.
Com enorme densidade dramática, que choca, magoa e rasga, por retratar, quase em estilo documental, muitos momentos reais da vida de Piaf.
"Si je ne chante pas, je meurs..."é, sem dúvida a frase emblema, de Edith Piaf, que eu escolheria se quisesse fazer um resumo, em meia dúzia de palavras, deste filme.
Retrata uma vida sofrida, sangrada, em que todos os afectos, um por um, lhe são arrancados a ferro e fogo, sem aviso prévio.
Poderia ser considerado um exemplo de não-vida, se por aí quisesse direccionar este "post".
O filme escancara toda esta realidade da personalidade e da vida de Piaf e por vezes sente-se incómodo pelo papel de "voyeurs" de toda esta dor, muitas vezes sufocante.
A banda sonora é, obviamente, rica, nomeadamente para quem, como eu, sempre foi um amante de Piaf.
Sinto-me tentado a comparar Piaf a Callas, a Dietrich e, quiçá, a Amália...correndo o enorme risco da injustiça...
Obrigado pelo convite e pelo momento...

2 comentários:

Cristina disse...

Não sei este foi o melhor momento para o professor ver o filme. Sinto que apreciou e pela descrição estou tentada a ver também, apesar de ter que escolher o momento certo.
Nem sempre tenho a capacidade de aceitar a "dura realidade" ...

Manuel Damas disse...

É um filme pesado, densa e violentamente pesado, mas real.Apesar de tudo gostei muito.