quarta-feira, 11 de abril de 2007

MEMORIAS DE ADRIANO


Ando numa fase de ler, ler muito...
Há livros que estou a ler e outros a reler, com enorme prazer.
Um dos livros que acompanhou uma fase complicada da minha vida e que resolvi reler, por prazer, é "Memórias de Adriano", de Marguerite Yourcenar.
Aqui deixo uma citação que achei deliciosa...

"...confesso que a razão fica confundida perante o prodígio do amor, da estranha obsessão que faz que esta mesma carne, que tão-pouco nos preocupa quando compõe o nosso próprio corpo, limitando-nos a lavá-la, a alimentá-la e, se possível, a impedi-la de sofrer, possa inspirar-nos uma tal paixão de carícias simplesmente porque é animada por uma individualidade diferente da nossa e porque representa certos lineamentos de beleza sobre os quais, aliás, os melhores juízes não estão de acordo.Aqui a lógica humana fica aquém..."

11 comentários:

Anónimo disse...

hoje percebo que o mau não é cair na realidade, mau é quando a realidade nos cai em cima...hoje enquanto caminho para o 3º mês de um tempo maldito em que alguém carregou no botão e disse, agora muda, talvez tudo se resolva..percebo que ainda não mudei...e que por isso tudo piora em vez de se resolver...é um falhanço professor, estou a falhar em demasia, em algo que não me está a desculpar a falha...

Manuel Damas disse...

Isso não pode ser Patrícia!A menina não pode esquecer que antes de alguém gostar de si, a Patrícia tem que gostar de si própria!E, nisso, como sabe, eu dou cartas...

Anónimo disse...

há quem diga que eu devo mudar..."ele" diz-me para eu mudar...mas eu penso, será que a pessoa certa não é aquela que nos aceita tal como somos?não sei...sei que não posso mais manter esta paragem no tempo...tentando mudar sem no entanto o conseguir...acho que eu sou assim mesmo...

Cristina disse...

Mesmo Não Me Vendo
Mesmo que tu não me vejas
eu estarei a olhar-te.
Mesmo não te tocando
eu poderei sentir-te.
E, por onde tu estiveres a passar, eu com os meus pensamentos, estarei a seguir-te.
Nos teus olhos eu vejo-me.
Encanto-me com o teu sorriso
No teu corpo está
o meu desejo, na tua
Alma os meus sentidos.
Tu és a minha vontade.
Um sonho bonito que estarei a viver
Até transformar-se na realidade.

Manuel Damas disse...

Patrícia. minha querida...quem gosta de nós, verdadeiramente, não nos pede para mudar!Quando muito, para negociar!Numa base muito transparente, de débito e crédito, assumidos!Um beijo do tamanho do Mundo!Aí como cá, a vida não são facilidades!

Manuel Damas disse...

Adorei esse poema, Cristina!De quem é?Quero referências.Quero pô-lo no blog!Merece...

Anónimo disse...

Procuro a resposta escondida nos momentos de desespero que me abarca quando a luz é a escuridão e a voz é muda. Busco incessantemente a certeza de uma realidade que me parece desconhecida, camuflada de verdade e nostalgia, de mentira e de mágoa, de tudo e de nada.
Pergunto-te as horas na vã esperança de ver o amanhecer, de me despedir de ti, das tuas mãos pesadas que colocas em meus ombros e me fazes cansar de te ter aqui, medo.
Porque nada é o antes, nem o depois o será. Porque o que foi jamais será novamente, e o que virá jamais poderá não vir. Entre sentidos que se perdem nas horas que teimam em não passar, nos pesadelos que assombram a alma cansada de te ver passar e ficar.
Não sei que porta se abriu à tua chegada, não sei sequer quem foi o porteiro. Mas reconheço-me como tua hospedeira, como a cama onde descansas o teu perdão, a tua culpa, como a fonte onde sacias a tua sede e regeneras a tua força, como a carne de que te alimentas a fim de permaneceres nas horas, no tempo, na dor.
Estou cansada de te ver, de não ter sequer que te chamar, pois em momento algum me abandonas. Não me deixas sequer sentir a tua falta. Egoísmo entorpecido que queima o meu ser, que me deixa alucinada, demente, cansada de ti e de tudo.
Farta de ser o lixo pisado e jogado fora. Farta de ser a alma que não tem paz, a mulher que não sorri.
Tomaria um banho de lixívia, talvez diluente ou álcool, soubesse eu que te tiraria de mim, e assim faria.
Porque não buscas tu outra carne fraca? Outra campa viva onde repousares? Não te quero em mim, nunca quis… Não te dei sequer autorização para penetrares meu mundo, meu ser, a minha vida!
Foge, no tempo que adorna o presente passado do futuro, cheio de vazios onde o vácuo é a única resposta da minha clausura.
Enfim…contigo outra vez…


porque me lembrei de partilhar o que vaí cá dentro

Anónimo disse...

Rolou a primeira lágrima da madrugada
Aquela madrugada nua e fria
Onde me fugias por entre os pensamentos
Como que fugindo da vida
Vinhas, mas depressa te ias
Desabitavas este corpo
Corpo que foi teu nessa madrugada
As lágrimas desprendiam-se de mim
Caíam, rolavam pelo meu corpo
Onde ainda permanecias...
Nessa névoa
Nesse aroma de cigarros apagados
De rosas
E de droga
Dor lancinante...
Por momentos senti-te como morto
Neste espaço temporal onde nada fica
Tudo muda
Tudo vicia
Tudo magoa
Este desalinho de vidas
Podridão de necessidades
Onde te perdeste
E me deixaste
Só...

Cristina disse...

Encontrei este poema como tantos outros mas o autor, infelizmente, é desconhecido.
Sorry!

Manuel Damas disse...

Escrever faz muito bem Patrícia, limpa o interior...E a menina, ainda por cima, escreve deliciosamente.Por isso, liberte a mágoa e deite cá para fora e, por favor, partilhe comnosco.
Um beijo enorme

Manuel Damas disse...

Minha querida Cristina, se não sabe o nome do autor, paciência.Continua a ser um poema delicioso.