A QUESTAO SOCRATICA

Tenho seguido, muito atentamente a questão que envolve José Sócrates.
Em toda esta polémica há alguns aspectos que considero de relevância.
Não considero primordial que um governante tenha que ser licenciado, mesmo em Portugal.
Reconheço, inclusivé que, neste assunto existem muitos itens que reportam exclusivamente, a problemas administrativos da Universidade Independente.
Mas é legítimo afirmar que existem diversas questões que, essas sim, se relacionam inquestionavel e directamente com José Sócrates.

1-António José Morais, então Director do Departamento de Engenharia Civil da UnI, leccionou quatro das cinco disciplinas na Independente, precisamente as pertencentes aos planos curriculares do 3º e 5º anos, num momento em que a UnI não leccionava esses mesmos anos porque tinha, apenas, dois anos de existência.
2-António Morais foi, simultaneamente, no período em que terá dado as referidas aulas, Adjunto do Secretário de Estado da Administração Interna, Armando Vara, que também se licenciou na UnI.
3-É precisamente este docente, de 4 das ultimas disciplinas que Sócrates terá efectuado, e seu colega no Governo, que Sócrates nunca referencia como seu antigo Professor.
3-Um antigo Vice-Reitor da UnI e tanbém antigo Director da Faculdade de Engenharia nega que essas disciplinas tenham sido leccionadas em 1995/96.
4-Porque nega Sócrates conhecer Luís Arouca, à época Reitor da UnI, que terá sido, precisamente, o Professor de outra das 5 disciplinas e a quem terá enviado um fax, manuscrito por si onde refere"Caro Professor...Aqui lhe mando os dois decretos responsáveis pelo meu actual desconsolo. Do seu José Sócrates"...A que se refere o dito "desconsolo"?
5-Porque aparece em documentos internos da UnI a referência a Sócrates como "isento"? E porque não terá pago propinas, quando já era governante?
6-Porque não aparece a Monografia de Projecto e Dissertação, tese final de curso?Foi entregue?Se não foi entregue, o curso não foi concluido.Já quando Sócrates era apenas Deputado surge na Biografia efectuada pela AR como Engenheiro, quando era,apenas, aluno do 3º ano.

E já nao refiro outras incomodidades como notas trocadas, lançamento em pauta de notas referentes a quatro exames escritos e orais no mesmo dia, Certidão de lIcenciatura a um Domingo, questões da responsabilidade da UnI mas que, no mínimo, terão que causar incómodo a José Sócrates.

Falta referenciar todo o pesado processo de tentativa de pressão efectuado pelos assessores governamentais e, em muitos casos, pelo próprio José Sócrates no sentido de que este fosse "Um não caso".

Em síntese são três, em todo este imbróglio, os aspectos que considero de primordial importância...
-As diversas inexactidões deste processo que podem indiciar algumas inverdades processuais.
-O suposto tráfico de influências.
-A pressão que entidades governativas, aos mais diversos níveis, exerceram para que este assunto não fosse revelado.