quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

CARDEAL PATRIARCA DE LISBOA


O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, surpreendeu tudo e todos, ou talvez não, com as suas mais recentes declarações.
"Quero avisar as jovens católicas portuguesas que casar com um muçulmano pode ser um monte de sarilhos"!
Mais uma declaração surpreendente, em sentido negativo, por parte de um alto dignatário da Igreja Católica.
Um "monte de sarilhos"?
Mas o que é um "monte de sarilhos"???
Estamos a falar de relações humanas!
Estamos a falar de relações afectivas!
Qualquer relação se pode tornar um monte de sarilhos, se não for construída e alicerçada com maturidade, com diálogo, com sentido de negociação, com espírito de entrega, com Afecto, com Amor, com desejo, com frontalidade, com dignidade, com verdade!
E isto pode acontecer, seja com um muçulmano, um africano, um asiático, um hindu, um basco, um francês, um português, um obeso, um deficiente, um médico, um professor, um canalizador, um empresário, um estudante, um rico, um pobre, um velho, um novo, um pessimista, um optimista, enfim, com um qualquer tipo de perfil, com um qualquer tipo de personalidade, com um qualquer tipo de ser humano.
O acto de constituir e construir uma relação de Afectos é, sempre, um processo complicado!
A relação entre dois seres humanos, ainda por cima quando se quer de Afectos, pode ser um processo complicado!
Mais estranhas me parecem estas declarações quando provenientes de um responsável de uma Igreja que se diz de Afectos!
Há momentos em que a boca e a mente, para não proferirem asneiras, seria preferível que se mantivessem fechadas ou, então, em oração solitária!

21 comentários:

Menina do Alto da Serra disse...

Há entidades que, pese embora alegadas renovações e aproximações às novas realidades sociais,não logram soltar-se de preconceitos, idealogias e práticas enraízadas nos confins da idade média. E, peculiarmente (ou talvez com toda a lógica do mundo)tal fenómeno verifica-se a nível dos mais altos graus hierarquicos...

dasda disse...

Enfim, uma verdadeira barbariedade!
Bom blog :)

umquarentao disse...

A origem do TABÚ-SEXO

Nos tempos mais remotos da existência humana, o ser humano viveria duma forma em tudo semelhante à de outros animais mamíferos do planeta Terra. Consequentemente, podemos dizer que, nesses tempos mais remotos, as fêmeas humanas teriam possuído toda a Liberdade e Independência.

Depois, mais tarde, pela necessidade de luta pela sobrevivência, ou pela ambição de ocupar e dominar novos territórios, alguém fez uma descoberta extraordinária (um truque que permite alcançar uma vantagem competitiva demográfica): A REPRESSÃO DOS DIREITOS DAS MULHERES!
A Repressão dos Direitos das Mulheres tinha como objectivo tratar as mulheres como uns meros 'úteros ambulantes'... para que as sociedades ficassem dotadas duma Vantagem Competitiva Demográfica!!!
De facto, quando as guerras eram lutas 'corpo-a-corpo' o factor numérico (número de combatentes disponíveis) era de uma importância decisiva... visto que esse factor era (frequentemente) determinante na decisão das Batalhas (e das Guerras).

Depois, pela necessidade de luta pela sobrevivência, ou pela ambição de ocupar e dominar novos territórios, alguém fez uma nova descoberta extraordinária: O TABÚ-SEXO!
O Tabú-Sexo tinha como objectivo proporcionar uma melhor Rentabilização dos Recursos Humanos da Sociedade!!! De facto, o Ser Humano não é nenhum Extraterrestre: tal como acontece com muitos outros animais mamíferos, duma maneira geral, as fêmeas humanas são 'particularmente sensíveis' para com os machos mais fortes...
Analisemos o Tabú-Sexo:
- a sociedade dificultava o acesso das mulheres à independência económica;
- as mulheres que não casassem eram alvo de crítica social;
[portanto, como é óbvio, as mulheres eram pressionadas no sentido do Casamento];
- não devia haver sexo antes do Casamento;
- as mulheres não deviam procurar obter prazer no sexo;
- as mulheres que se sentissem sexualmente insatisfeitas, não podiam falar nesse assunto a ninguém, pois o desempenho sexual dos machos não podia ser questionado;
- era proibido o divórcio.
Conclusão óbvia: o Verdadeiro Objectivo do Tabú-Sexo eram montar uma autêntica armadilha às fêmeas... de forma a que estas fossem conduzidas a aceitar os machos sexualmente mais fracos!!! Dito de outra forma, o verdadeiro objectivo do Tabú-Sexo era proceder à integração social dos machos mais fracos!!!


P.S.
Os Islâmicos reprimem os Direitos das mulheres - elas são tratadas como uns 'úteros ambulantes' - com o objectivo de obterem uma vantagem competitiva demográfica. Se eles não tivessem sido derrotados em 732 D.C. (em Poitiers), hoje em dia todas as mulheres na Europa andavam com burkas enfiadas na cabeça.

Manuel Damas disse...

Tenho que concordar consigo, minha cara D.Quixote!
E subscrever!

Manuel Damas disse...

Obrigado pelo elogio, Fábio...ainda que tenha sabido a pouco!
:))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Eu, como Homem de Afectos que sou, orgulhosamente, gosto de grandes manifestações...também de apreço!
Mas isso sou eu, que sou Aquariano, se é que isso tem alguma validade!
Fico à espera de um novo regresso, menos somítico!
:))))))))))))))

Manuel Damas disse...

Tenho que confessar que discordo em absoluto dessas falacias do "macho mais forte" versus "mais fraco" e dos "uteros artificiais".
Prefiro olhar para além de!
Prefiro falar e discutir sobre Afectos.
Sobre o peso de dizer "Amo-te!" na sociedade moderna.
Sobre o faltar cumprir-se a felicidade a que todos temos direito!
Mas esta é a minha opinião!
Um abraço

fa_or disse...

Há verdades que têm que ser ditas, mesmo que de forma politicamente incorreta... há que despertar!
A mulher é tratada da mesma forma aqui e lá????

Manuel Damas disse...

A questão não me parece que vá por aí, "maf_ram".
Não posso concordar com declarações, ainda por cima provenientes de altos dignatários, com traços evidentes de xenofobia e racismo.
Por esse andar, qualquer dia andaremos a pôr em guetos, por exemplo os obesos ou os loiros.

bisturi disse...

Caro amigo e amigas...
Confesso que também fiquei perplexo com a notícia em causa!
Primeiro porque nem queria acreditar que o alto representante da minha confissão religiosa esteve presente naquele antro de pecado: UM CASINO!!!
Depois teve a veleidade de proferir palavras com desplante libertário que , obviamente, lhe está ABSOLUTAMENTE VEDADO PROFERIR...Mas o que é que lhe passou pela cabeça de pretender ter liberdade de pensamento e palavra como se fosse um comum dos mortais, de preferência de um grupo com ideias fracturantes!!!
Dar conselhos para as meninas portuguesas!!! E os meninos, também não precisam dos seus conselhos de pessoa vivida?
Contudo depois de ler mais alguma coisinha, percebi tudinho aquilo que se terá passado...
Ele foi convidado para uma TERTÙLIA!!! E como se sabe os tertuliantes gostam de coisas boas: um bom charuto e algum álcool para tornar a conversa mais fluída( não é um grande pecado mortal, será um pecadilho venial)...
Ainda por cima foi convite daquela boa senhora que faz O Prós e Contras da santa e benemérita RTP...portanto , não era má companhia...
Agora, não esteve bem quando disse o que disse sobre os muçulmanos...ele devia saber que não é bonito dizer coisas sobre as outras religiões...é concorrência desleal, maior ainda quando proferidas num ambiente de pecadores ,portanto, com grande potencial de conversão...não tá legal!!!
Depois colocou em risco de vida todos os crentes católicos,apostólicos e romanos...Sim! Porque além da fátua que sobre ele vai cair, pior são as bombas que poderão explodir nos templos, atingindo inocentes que ninguém depois vai lamentar, até vão achar bem o ajuste de contas.
Mas pior é se o Hamas mandar um bombista suicida e além da pólvora ainda levarmos com os seus restos mortais!!! QUE HORROR E IRRESPONSABILIDADE...


E FICO-ME POR AQUI ....PORQUE AGUARDO A ZURZIDELA DO COSTUME...
MAS ALÁ É GRANDE E MAOMÉ O SEU PROFETA!!!!

bisturi disse...

MAIS ACHEGAS PARA O TEMA....
PARA LER ATÉ AO FIM...

Comentários do patriarca sobre os muçulmanos geram críticas e polémica

15.01.2009, António Marujo

Era uma tertúlia descontraída no Casino da Figueira. Até que o patriarca disse que o diálogo com o islão é "difícil" e sugeriu às católicas que pensem bem antes de casar com muçulmanos. O dia acabou em polémica.


O que era para ser uma tertúlia descontraída, transformou-se num monte de polémicas sobre as declarações do patriarca de Lisboa, D. José Policarpo. Anteontem à noite, numa iniciativa que comemora os 125 anos do Casino da Figueira da Foz, o cardeal afirmou que o diálogo com os muçulmanos é "difícil" e aconselhou as jovens portuguesas a pensar bem antes de casar com muçulmanos.As reacções surgiram, durante o dia, em catadupa. A Comunidade Islâmica de Lisboa manifestou-se "de alguma forma" magoada com as declarações do patriarca. A secção portuguesa da Amnistia Internacional recomendou ao cardeal que se "retracte publicamente". A alta comissária para o Diálogo Inter-Cultural ressalvou que conhece relações mistas que são exemplo de "sucesso e amor" e que as declarações "não irão gerar focos de tensão" entre católicos e muçulmanos.
O sociólogo Moisés Espírito Santo concordou com o patriarca, enquanto vários responsáveis católicos e da Conferência Episcopal reafirmaram a vontade e o empenhamento no diá-logo inter-religioso.
Foi numa tertúlia com Fátima Campos Ferreira, da RTP, em resposta a uma pergunta sobre a relação com o islão, que o patriarca deu "um conselho" às jovens portuguesas: "Cautela com os amores, pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem; pensem muito seriamente. É meter-se num monte de sarilhos, nem Alá sabe onde é que acabam."
Antes, o cardeal falara da necessidade de conhecer os muçulmanos e o Alcorão. "Somos muito ignorantes. Queremos dialogar com muçulmanos, e não gastámos uma hora da nossa vida a perceber o que é que eles são. Quem é que em Portugal já leu o Alcorão?", perguntou.
Na maior parte das reportagens das rádios e televisões, esta frase não passou. Tal como a seguinte: "Se queremos dialogar com muçulmanos, temos que saber o bê-á-bá da sua compreensão da vida, da sua fé. A primeira coisa é conhecer melhor."
Mas, logo a seguir, o patriarca referiu a dificuldade do diálogo com os muçulmanos: "Só é possível dialogar com quem quer dialogar e com os nossos irmãos muçulmanos o diálogo é muito difícil".
Perante as primeiras reacções, o responsável pelo diálogo ecuménico e inter-religioso do patriarcado, padre Peter Stilwell, emitiu um comunicado ao final da manhã: o que o patriarca quis destacar foi que as relações com os muçulmanos têm sido "de grande simpatia - poderá mesmo dizer-se, exemplares".
No modo de dialogar com os muçulmanos, o patriarca quis, diz ainda o comunicado, afirmar que se devem ter em conta três critérios: "o respeito pelas diferenças", que implica o "conhecimento mútuo" e a "prudência nos gestos de aproximação". Estes podem ter consequências inesperadas, esclarece o texto, como "a cedência de espaços de culto ou o casamento entre pessoas de tradições religiosas e culturais diferentes".
Na conversa - de pé, mão no bolso e descontraído -, o patriarca referiu o exemplo do que aconteceu em Colónia (Alemanha), há poucos anos, quando um grupo de muçulmanos pediu a um catedral para celebrar o Ramadão. Acabaram por ficar e só saí-
ram com a intervenção da polícia.
Compreensão e escândalo
A reacção da Comunidade Islâmica de Lisboa (CIL) fez-se também em comunicado. O seu presidente, Abdool Vakil, diz que contactou os responsáveis pelo diálogo inter-religioso do patriarcado e entendeu o conteúdo das declarações do patriarca, embora tenha ficado surpreendido.
As palavras do patriarca podem ser interpretadas como "uma chamada de atenção para o necessário respeito pelas diferenças, o que implica um conhecimento mútuo - incluindo o conhecimento da religião de cada um - e, muito em especial, da tradição do outro", diz o texto de Vakil.
Este não é o caso "quando estão em causa cidadãos do mesmo país que, embora professando religiões diferentes, partilham da mesma cultura e interagem na mesma sociedade".
Vakil sublinha que Jesus é um profeta para o islão. Mas acrescenta que existe "uma grande ignorância" sobre o islão, em questões "simples" como a palavra Alá - "Deus", em árabe - a que, "com total desconhecimento da realidade, se atribui o significado de 'Deus dos muçulmanos'." Se assim fosse, os cristãos árabes não usariam Alá para referir Deus.
Quem não gostou de todo das declarações do patriarca foi Catarina Morais, portuguesa, casada com um muçulmano. "Estou escandalizada", disse ao PÚBLICO. As palavras do patriarca deixaram-na "tão furiosa" que está a ponderar apresentar uma queixa-crime. "O que o cardeal-patriarca disse ofendeu-me ainda mais a mim do que ao meu marido. Mas, sobretudo, ofendeu muito as minhas filhas, que são fruto desta relação não aconselhada". Catarina não compreende como é que o cardeal pode dizer que o diálogo com o islão é difícil "depois de todas as visitas à mesquita, de todos os encontros", desabafa. com Alexandra Prado Coelho IN PÚBLICO.PT

Sunshine disse...

Eu casei-me com um católico dos ditos praticantes e vi-me metida num monte de sarilhos!!!
Acho que o sr. Cardeal deveria emitir um aviso em relação ao casamento entre católicos!:)))
beijinhos com raios de sol

Manuel Damas disse...

Depois da extensa documentação exposta pelo meu caro "bisturi", nada mais me resta senão agradecer os esclarecimentos cedidos!
:)))))))))))))))))))))

Manuel Damas disse...

:)))))))))))))))))))))))
UM beijinho grande, minha querida CC.

Ricardo disse...

Muito infeliz nas declarações. Muito infeliz mesmo.

Eu diria mesmo que as declarações foram de caracter xenófobo inclusivé.

Conheço bem a realidade em um muçulmano e de uma portuguesa. Não fosse ela minha irmã.

Conheço bem também de perto outro tipo de relações bem sucedidas entre outros povos, outras religiões e a nossa. Aliás se assim não fosse não estaria aqui a escrever agora.

Mas este é um dos grandes problemas da nossa sociedade com tendência a agravar mais ainda. As pessoas vêm cada vez menos o lado humanitário e humanista de cada um. Preocupam-se demasiado com o "de onde vêm" e pouco com o "para onde vão" (com tantas aspas até pareço o FM a escrever... hehehehe)

Abraço caro professor!!!

Manuel Damas disse...

Meu caro Ricardo...obrigado pelo seu post...
São declarações importantes, porque vividas no terreno.
Um grande abraço

Unknown disse...

Pois eu já disse à minha filha para pensar pelo menos três vezes antes de casar com um "cidadão normal", agora se for muçulmano, que pense cinquenta vezes e, de cada vez que pensar em dizer que sim, que lhe caia um bocado do tecto em cima da cabeça ou então que me chame para lhe dar um par de estalos.
Podem chamar-me o que quiserem, mas essa gente faz-me muita confusão.

Manuel Damas disse...

Oh Rafeiro...e se essa é a sua opinião, tem pleno direito a ela, homem.
:))))))))))))))))))
Um abraço e boa semana!

bisturi disse...

MAIS ACHEGAS ...E SENSATAS !!!

Henrique Monteiro

As indigestas palavras do cardeal

Três histórias simples para enquadrar uma mais complicada: um dia, num país islâmico, há mais de 20 anos, o guia, motorista e tradutor que me acompanhava convidou-me para ir a sua casa. Disse-me ...
Três histórias simples para enquadrar uma mais complicada: um dia, num país islâmico, há mais de 20 anos, o guia, motorista e tradutor que me acompanhava convidou-me para ir a sua casa. Disse-me mal daquele regime teocrático e - como grande prova de confiança em mim - pediu à mulher que me mostrasse o cabelo, o que ela, timidamente fez, como se na nossa cultura não fosse a coisa mais trivial do mundo ver o cabelo de uma mulher. É que as mulheres daquele país, por lei - lei do Estado, não só lei religiosa -, só podem mostrar o cabelo aos pais, filhos e maridos. Um dia, em Maputo, um muçulmano meu amigo, oriundo de Cabo Delgado, no Norte do país, insistiu para que jantasse com ele. O meu amigo bebeu álcool (embora muito pouco e mesmo assim sob o olhar reprovador da mulher, que não usava véu). A conversa foi sobre temas diversos e poderia ter sido a mesma com um casal católico ou judeu. Há cerca de 20 anos, o Expresso no âmbito de um inquérito que fez a Jorge Sampaio (e no qual colaborei) perguntou-lhe o que faria ele se um dos seus filhos se casasse com um negro. Ele respondeu que jamais se oporia, mas que aproveitaria a oportunidade para chamar a atenção desse filho para as prováveis diferenças culturais que iria encontrar. Estas três histórias vêm a propósito da quantidade de palavras, a meu ver erradas, que se disseram acerca de uma intervenção do cardeal-patriarca de Lisboa. D. José Policarpo referia-se ao cuidado - "cautela", disse ele - que as jovens portuguesas devem ter ao casar com um muçulmano. Reparem que ele não disse que elas não se deviam casar, ou que qualquer casamento seria infeliz. Disse apenas que deviam ter cautela. Ou, de outro modo, disse o mesmo que Jorge Sampaio, ou o que diria qualquer pessoa sensata - chamou a atenção para o provável choque cultural. Encheram-se páginas de mulheres casadas com muçulmanos e que são felizes. Bebo à sua saúde. Se são felizes, fizeram bem em casar-se com os homens que desejaram. Mas há milhões de páginas negras de vil submissão, humilhação e maus-tratos físicos - que são legais (sublinhe-se esta palavra 300 vezes) - em certos países islâmicos, como a Arábia Saudita, para dar um exemplo. Cautela, pois, como diz o cardeal-patriarca. A chicotada, a chapada, a impossibilidade de sair de casa, o repúdio puro e simples pode esperar a mulher incauta. Isto é desconhecido? Não! É mentira? Não! É racista? Não! É uma afirmação verdadeira, mas daquelas verdades que ninguém quer que se digam. Estas verdades estragam as construções e engenharias sociais em que se baseia a nossa cultura. Por isso preferimos raciocinar sobre construções a fazê-lo sobre a realidade para assim construirmos um mundo de fantasia. Na presente edição em banca, pode ler-se uma reportagem sobre alguns casamentos entre muçulmanos e portuguesas. Como se fica a perceber, a realidade é, por vezes, perversa.
Henrique Monteiro
8:00 Segunda-feira,
19 de Jan de 2009

Manuel Damas disse...

Obrigado pela achega, Bisturi.
Uma boa semana.
Uops...
O que não quer dizer que eu retire alguma palavra do que acima escrevi!
:))))))))))))))))

Esoj disse...

Se me dá licença, Comunicado da Associação Ateista Portuguesa:

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP), sem se rever nos conselhos do Sr. Patriarca, José Policarpo, às católicas jovens que eventualmente queiram casar com muçulmanos, manifesta-lhe pública solidariedade perante a onda de falsa indignação com que pretendem impedir-lhe o direito à livre expressão e aos conselhos que entende dar.

Carecem de legitimidade moral para condenar o patriarca, por sinal bastante tolerante, para um bispo, os que defendem a poligamia, a discriminação das mulheres, a decapitação dos apóstatas e a lapidação das mulheres adúlteras e pretendem que o Corão substitua o Código Penal.

Antes de se manifestarem ofendidos com o cardeal, os líderes islâmicos em Portugal devem penitenciar-se do seu silêncio perante as ditaduras teocráticas do Médio Oriente e o carácter implacavelmente misógino do Islão. Face a qualquer mullah até Bento XVI parece um defensor dos Direitos do Homem.

Quem pretende que compreendam os seus preconceitos tem de os explicar com clareza. E quem quiser que respeitem as suas crenças tem de demonstrar que estas merecem algum respeito. Falta aos muçulmanos europeus explicar a que tipo de regime submeteriam os não muçulmanos se deixássemos que Alá se tornasse grande e Maomé fosse o único profeta. Falta-lhes justificar porque havemos de respeitar as suas crenças acerca das mulheres, dos apóstatas, dos outros crentes, dos ateus e de todos que critiquem a sua religião.

Mas compete também aos bispos católicos fazer o mesmo. Explicar o que fez a sua religião pela democracia e pelo livre-pensamento, sabendo-se que a derrota política da Igreja está na origem das liberdades individuais de que gozamos. E justificar porque hão de merecer respeito as crenças católicas acerca das mulheres, do divórcio, do sacerdócio, da homossexualidade e do que é ou não é pecado.

Não são só os muçulmanos que criam um “monte de sarilhos” sem necessidade. A AAP recorda que as três religiões do livro – judaísmo, cristianismo e islamismo – são anti-humanas e patriarcais. A misoginia não é uma tara exclusiva do Islão mas apanágio do texto bárbaro da Idade do Bronze – o Antigo Testamento –, herdada pelas referidas religiões. O racismo, a xenofobia, a misoginia e a homofobia são valores do Antigo Testamento.

As três religiões não têm feito mais do que reproduzir esses valores cruéis e obsoletos sendo o Islão, actualmente, a religião que mais implacavelmente se bate pela manutenção do obscurantismo.

A AAP reitera o seu firme propósito de defender as liberdades, nomeadamente a religiosa, do mesmo modo que defende o direito à descrença e à anti-crença.

Odivelas, 18 de Janeiro de 2009

Manuel Damas disse...

Bem...
E com este post, que inocentemente(será?) pus, acabei por abrir uma frente de batalha...
Aguardo, temeroso, o comentário de Osama Bin Laden!
:)))))))))))))))))))))))))))))