quinta-feira, 22 de março de 2007

SOCRATES E A UNIVERSIDADE INDEPENDENTE



O "Público" levanta, hoje, uma questão séria e extremamente preocupante.
As habilitações literárias do Primeiro Ministro.
O facto do Primeiro-Ministro de um País ser ou não licenciado, pode parecer irrelevante...apesar de que, na minha opinião, acho fundamental. Todavia, vendo de barato.
Agora a gravidade do problema coloca-se quando surgem dúvidas, ligações mais ou menos escusas, nomeadamente com entidades que, neste momento, se têm revelado pouco credíveis. E, fundamentalmente, contradicções estranhas...
Já o disse aqui várias vezes que "À mulher de César não basta sê-lo...é preciso parecê-lo!".
Em primeiro lugar a questão coloca-se no facto do Engenheiro José Sócrates se ter licenciado na Universidade Independente, instituição que, neste momento, tem demonstrado diversas lacunas de credibilidade. Mas, se a questão apenas fosse esta, os alunos não têm de ser culpados pelas instituições que frequentam.
Mas, a partir daí, surgem diversas "situações estranhas" que, no mínimo, levantam dúvidas.
E o Primeiro-Ministro não pode ser "duvidoso"...
Sócrates tira o Bacharelato no Instituto Superior de Engenharia Civil de Coimbra.
Em 1995/96 entra na Universidade Independente, já como Secretário de Estado Adjunto do Ambiente e faz diversas disciplinas do 3º e 5º anos, numa Universidade que, na altura, apenas tinha dois anos de existência e, como tal, não teria em funcionamento os 3º e 5º anos referidos. Em simultâneo , o Director da Faculdade de Ciências e Tecnologias da UnI, Eurico Calado, garante que nessa época as referidas disciplinas não funcionavam...
O Reitor diz que sim...
O certificado de habilitações é assinado pelo Reitor Prof. Luís Arouca e pela Chefe dos Serviços Administrativos, Mafalda Arouca (filha do Reitor)...Este mesmo certificado exibe classificações que não são iguais às que constam do processo do aluno em questão...
O processo de equivalências não passou pelo Director da Faculdade, como era habitual, tendo estado, sempre, na posse do Reitor...
Sócrates, quando se matricula, acciona uma cláusula de confidencialidade, impedindo que toda e qualquer pessoa, inclusive uma Inspecção do Estado, tenha acesso aos documentos...
Quando "O Público"desencadeia esta questão, é-lhe mostrado um processo, apenas em fotocópias, algumas não numeradas e, uma parte delas, nem datadas, nem assinadas, nem carimbadas e, diversas, manuscritas...
Para além de muitas outras imprecisões...
Todas estas questões podem vir a revelar-se de extraordinária gravidade.
A seguir os próximos capítulos, com extraordinária atenção!!!

6 comentários:

Maria Manuel disse...

Isto é absolutamente sorrealista. É muito grave em termos gerais ,mas mais grave se torna quando estamos a falar de um Primeiro Ministro que quando cria o esquema de fraude tem já cargo de estado e usa tal para criar o mobil do esquema...é o defreudar de todas as espectativas num estado social de direito.

Ruy disse...

So digo isto!! é a ganancia do poder.
Todos querem um bom tacho e neste pais felizmente todo esses tipos de fraudes são possíveis. E mais ñ so no governo é que acontece isso em qualquer sector onde se trabalha meu caro amigo.

Cristina disse...

Aí está uma pesquisa que me agrada.
O jornalismo de investigação também serve para isto e todos devemos conhecer a verdade, mesmo que ela envergonhe o País.

Na esperança que o jornal "Público" continue com a investigação, aguardo as cenas do próximo capítulo.

Manuel Damas disse...

Olhe Maria Manuel, a questão é mesmo essa.Estamos a falar de instituições e de figuras institucionais...Espero que isto não fique por aqui...

Manuel Damas disse...

Realmente a fraude e a corrupção, Ruy, neste momento alastram a todo o País e a todos os níveis.
Todavia, mais grave se torna, quando chega ao Poder Político!

Manuel Damas disse...

Eu também conservo a esperança de que o "Público" não pare por aqui,Cristina,e "escarafunche" tudo o que houver para esclarecer...