HOLMES PLACE

Não é politicamente correcto aquilo que aqui vou escrever!
Nem sequer é científico.
E muito menos médico.
Mas lamento...
Eu penso assim, por mais que não seja civilizado oficializá-lo.
Eu odeio ir ao ginásio!!!

Pronto!
Está escrito!
Há quanto tempo me apetecia escrever isto!?
Sou sócio do Holmes Place há 3 anos, mais por obrigaçao do que por devoção.
E nada me instiga contra a instituição, bem pelo contrário.
Apresentam instalações topo de gama, arsenal bélico do melhor e do mais actualizado e torturadores extraordinariamente simpáticos!

Considero, todavia, uma atroz perda de tempo passar horas infindas num processo sumário de tortura, campanha selvática e animalesca, quase ancestral, em que o ser humano perde a postura e se torna um descerebrado, dependente de máquinas e de processos medievos de tortura, com a única e exclusiva intenção de perder alguns quilos!
Prefiro ficar horas esquecidas a ler um livro, a conversar, a ouvir música, a palavrar, a trabalhar, do que perder minutos que sejam a "puxar peles"!

Eu já não ia ao HP há 2-3 semanas!
Mas quando os nossos Afectos chegam junto a nós e proferem, em voz gélida e tom ameaçador...
"Vou ao Holmes...Vens?"
Pois...
Já sabemos que não há negociação possível e que seremos carregados, puxados pela trela, a gritar, a arrancar olhos, agarrados as paredes até quebrar unhas, para a arena da tortura!
Assim foi...
Assim fui!
Ainda por cima eu sempre defendi que o que merece ser feito, merece ser bem feito!
Por isso se é para ir ao HP é mesmo para ir ao HP.
Deste modo o programa que faço consta de...

15 minutos de bicicleta, à velocidade 4
45 exercícios, em 10 máquinas, a 35 quilos de peso de cada vez...Só por curiosidade, significa 15.750 quilos que manobrei numa tarde...
Sinto-me o Rambo!
Depois, 45 abdominais.
Seguidamente, 15 minutos de tapete, habitualmente a uma velocidade de 7.5.

Por último, recolho todas as peças do meu corpo, não esquecendo os olhos que ficaram esborrachados em frente à parede da primeira máquina, nem a língua que ficou enrodilhada no assento da 5ª máquina e tento arrastar-me, de forma minimamente decente e civilizada, sem fazer demasiada fraca figura até ao balneário onde me concedo 10 minutos de banho turco.
Depois é mesmo o banho, de água a ferver e enfileirar na lista de moribundos que se arrastam aos suspiros e a pingar desânimo, para sair do aerópago da tortura.
Claro que existem excepções...
Autênticos cães de fila que por milímetros de uma suposta gordura, derrotam máquinas infindas, enfrentam milhares de quilos e saem felizes por uma vez mais se manterem tritões de um país de atletas do qual eu não faço parte nem quero fazer!
Até porque esses pensam que Saramago é alguma marca de um novo complexo multivitamínico que destroi a última réstia de massa gorda!
Depois de tudo isto...como estou hoje?!
Sou a prova provada de que existe Inferno e de que há ir e voltar!
Estou vivo, depois de ter morrido e de ter passado horas no Inferno.
Mas...
E há sempre um mas na vida...Tudo me doi.
Mesmo tudo!
Até músculos que eu pensei que não existiam e outros que nunca doiam na vida!
Alto!
Estou a ser injusto.
Não me doi absolutamente tudo!
Não me doiem as pestanas...por enquanto!