quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

DRAMA DA FOLHA DE PAPEL EM BRANCO


Recordei-me há pouco de uma discreta discussão que mantive, em forma de crónica, há algum tempo, nos jornais com um advogado conhecido da praça, acerca do pânico da folha de papel em branco.
Eu defendia que era angustiante cada vez que chegava ao computador e tinha a folha em branco e não sabia qual seria o tema da minha crónica seguinte. E isso, parecendo que não, conseguia gerar em mim um nervosismo, uma asfixia, uma sensação de incompetência, uma noção de vazio e, com o passar das horas e o fim do prazo a chegar, as sensações avolumavam-se de forma aterradora.
Contrapunha o meu "adversário" que não existia o drama da folha de papel em branco e que mais não era do que um diletantismo e mesmo uma pose pedante de quem não tinha, na realidade, nada de novo a trazer ao mundo.
E essa discussão desenvolveu-se, de forma mais ou menos cordata, durante algum tempo e consecutivamente, em algumas crónicas.
Quantas vezes já me lembrei desse facto...
Na realidade, ao ter-me lançado a escrever um romance, não o meu primeiro livro, mas, na realidade, o meu primeiro romance, muitas vezes fico parado a olhar para o monitor sem saber o que escrever ou, pelo menos, sem saber por onde começar ou até mesmo sem saber como o fazer.
Acresce o facto de como eu sou, de forma assumida, um perfeccionista, ou pelo menos tento ser, estando já no 5º capítulo o que equivale a cerca de 30 folhas A4 escritas e, em tamanho de livro, cerca de 50 folhas, quantas e quantas vezes volto a trás, para alterar uma frase, ou uma palavra ou mesmo um período inteiro.
Algumas vezes interrogo-me se com toda a gente que escreve o mesmo se passará.
De qualquer modo de forma tão obstinada, duvido.
Até porque nem todos têm traços obsessivos como eu evidencio.
Penso que a escrita está a decorrer bem e a ritmo acelerado, mas melhor correria se eu conseguisse cortar o cordão umbilical com o que escrevo e não me preocupasse de forma tão marcada com o binómio conteúdo/forma.
A ver vamos!

7 comentários:

Anónimo disse...

o mail é lumiere@live.com.pt

e eu fico a espera
um abraço

Anónimo disse...

bem professor tava aler o jornal e deparei-me com isto :"Estruturas sindicais dizem que professores estão a ceder por medo

A revelação de que houve delegados sindicais a entregarem os seus objectivos individuais de avaliação está a criar mal-estar na Federação Nacional dos Professores (Fenprof). O secretário-geral da estrutura, Mário Nogueira, considera mesmo que quem o fez deve deixar essas fun-ções.

Segundo apurou o DN, no distrito de Viseu alguns delegados sindicais foram mesmo os primeiros professores a entregar os objectivos de avaliação pedidos pelo Ministério. Um dos casos aconteceu numa escola do concelho de S. Pedro do Sul. O outro num estabelecimento do norte do distrito."

se realmente os professores e educadores estão em luta porque é que aqueles que os representam nos sindicatos são os primeiros a ceder?
mas afinal esses senhores estão numa luta pelas bananas ou estão nima luta a serio ?
que diz professor

Manuel Damas disse...

Ok lumiere.
Não me esquecerei.
Relativamente ao que diz, acho tal facto de extraordinária gravidade. Tão grave que vou fazer um post sobre isso no geral. Um grande abraço

Anónimo disse...

se tiver interessado em ler na integra a noticia esta em
http://dn.sapo.pt/2009/02/05/sociedade/sindicalistas_fenprof_entre_primeiro.html

Manuel Damas disse...

Já postei sobre o assunto...
Abraço

bisturi disse...

Caro colega:
É quase como " A angústia do guarda-redes na hora do penalti...!!!"
Força...

Manuel Damas disse...

Eu sei...É um terror, por vezes!