sábado, 8 de setembro de 2007

" O CASTELO DO DUQUE BARBA AZUL"


Esta noite fui assistir, na "rentrée" da Casa da Música, a um espectáculo de ópera, "O Castelo do Duque Barba Azul" de Béla Bartók.Sempre considerei a Ópera, uma das áreas maiores da música clássica, também chamada erudita.
Principalmente porque concilia o teatro, o canto e a execução musical.
Não considero necessário enumerar aqui alguns dos fabulosos exemplos que a ópera global tem no seu acervo...até pela quantidade e pelo risco que corria de ser injusto, ao salientar alguns e ao excluir outros.
No que se refere a esta noite...
Trata-se de uma ópera em 1 acto, de Béla Bartók, com libreto de Béla Balázs, segundo conto de Charles Perrault. Esta ópera foi composta há cerca de 100 anos e é considerada uma das grandes óperas do século XX.
Que dizer?!
A obra de Béla Bártok, sendo contemporânea, tem verdadeiros momentos de genialidade e, esta noite, assistiu-se a um deles.
A Orquestra Nacional do Porto, com Direcção Musical de Christoph Konig mostrou, uma vez mais, estar plenamente à altura de mais esta inovação no programa cultural da Casa da Música.
As vozes, Sally Burgess que interpretava "Judite", a 4ª mulher de Barba Azul e Andrea Silvestrelli que dava vida ao "Duque Barba Azul", apesar de terem crescido ao longo da actuação e terem terminado em quase apoteose,ficaram, na minha opinião, aquém do que seria de esperar.
A população portuense, tendo praticamente lotado a sala Suggia mostrou, uma vez mais, que gosta deste tipo de espectáculo e que acarinha, com a sua presença, este tipo de iniciativas.
Duas notas de roda-pé...
A pseudo-modernidade do suposto cenário não me conseguiu convencer...Continuo a ser fervoroso adepto dos cenários, das coreografias, das encenações, dos adereços...
Uma saudação para o facto de, em palco, das três anteriores mulheres de Barba Azul, uma delas ser interpretada, quase de forma ostensiva, por um homem...deu um toque de modernidade e colocou, ainda que discretamente, em palco, a questão das Sexualidades. Se essa foi a intenção, deve ser anotada e louvada! Se a perspectiva foi outra...então lamento, mas não a consegui perceber...

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