PORTUGAL...

Estive a assistir a alguns momentos da cerimónia de tomada de posse e sorri, triste e quase enojado.
Tanto espalhafato.
Tanta pompa e circunstância.
Tanta falsa modéstia.
Tanta falta de sentido da decência.
Tanto desfasamento da realidade!
Tudo cinzento.
Tudo automatizado e descerebrado.
Tudo escuro.
Sai Correia de Campos...

E sai Pires de Lima...

Fica-se com a noção que saiem por vontade própria e não por um qualquer desejo de inovação.
Fica-se com a noção de que foi uma oportunidade perdida...uma hipótese desbaratada de reorganizar devidamente a estrutura governamental...
Foi pena que não tivesse havido coragem ou vontade de mexer em sectores complicados e à beira da ruptura total como...
A Educação

A Justiça

Apenas para nomear os mais polémicos e débeis, nem sequer falando no "Jamais"!
Uma verdadeira remodelação, com cabeça, tronco e membros, tentando dar confiança ao eleitorado e ao País.
Mas isso obrigaria a uma visão de Estado, a uma ideia para o País, concertada e séria, sem fundamentalismos.
Mas não...
Parece não haver vontade...

Entram algumas, poucas, caras novas.
Ana Jorge para a Saúde e Jorge Ribeiro para a Cultura

Sangue novo, uma lufada de ar fresco, novas ideias, novas intenções, novos projectos?
Ilusão!
Rapidamente se apressam a esclarecer, ainda que a medo, que tudo vai bem e que tudo vai continuar...
Obviamente bem.
Obviamente cinzento.
Obviamente igual.
Ou seja...
Mais...do mesmo.
E cá vamos todos nós, agora já não "cantando e rindo".
Vamos, apenas.
Desmotivados mas sem vontade de ter revolta, facto que, ainda hoje, não consigo compreender.
O novo Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, mantém e renova declarações preocupantes, sobre pântanos e promiscuidades políticas...ainda por cima proferidas por um Alto Responsável.

Os outros Altos Responsáveis, entreolham-se, resmungam, uns mais entre dentes, outros menos, mas a caravana pássa, a cair de podre mas pássa, apenas porque tem que passar e não por algum outro motivo ou ideal mais alto ou mais nobre.
Não!
Apenas porque tem que ser!
Com o passar do tempo os processos de Fátima Felgueiras vão prescrevendo?

"Ainda bem!", suspirarão muitos, aliviados, do alto dos seus cadeirões do Poder.
Sim, porque bem sabemos que em redor de Fátima Felgueiras gravitam muitos nomes, muitos processos nebulosos, muitas teias urdidas e em perigo de arder, muitos castelos de cartas que ao mais pequeno toque desabam, arrastando muitos atrás.
Muitos nomes cairiam, até daqueles que não convém que caiam porque muitos seriam institucionais, do passado e do presente.
Mas...
E a Oposição?

A Oposiçao enreda-se em si própria, presa e entretida nas pequenas intrigas de bastidores, internas, dilacerando-se entre si, porque o ónus da ausência de poder faz com que os predadores se rasguem uns aos outros, em lutas fraticidas.
É sabido que nunca fui da linha de Luís Filipe Meneses.
São já antigas as divergências que tivemos, de forma directa ou por interpostas pessoas.
Talvez também por isso, tive sempre algum pudor em emitir pareceres relativamente à postura de LFM.

Mesmo pela admiração que sempre nutri por Angelo Correia, sua actual eminência parda...o seu Richelieu

Mas chega de omissões.
Luis Filipe Meneses tem sido um ausente em combate!
Um permanente ausente, num momento em que seria fundamental estar, ser e aparecer, em permanência,mas com rigor, acutilância, sentido de Estado, responsabilidade, inovação e perspicácia.
Mas...
Nada se pássa!
E a restante Oposição?
O CDS-PP?

A CDU?

O BE?

Ainda existem?...
Não gostaria que Portugal ficasse confinado a vias únicas e processos de deiificação...

Uma vez mais...

PORTUGAL,JÁ!